14. Branco alaranjado.

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Eu vou ser assim para sempre? Para sempre vou ser incompleto depois disso? Nunca vou estar inteiro novamente? A noite era escura, minhas memórias também. Todos eles já haviam ido embora, Hoseok e Jungkook pediram pra ficar mas eu pedi por tempo, por espaço. Precisava ficar sozinho.

Eu estava deitado sobre a cama macia, olhando para o teto do meu quarto, coberto com uma coberta azul cheia de estrelas brancas, segurando uma tartaruga de pelúcia que eu não fazia a menor de onde havia saído.

Eu respirava profundamente, como se fosse preencher o vazio que parecia existir dentro de mim.

Estava tudo tão estranho. Era como se eu estivesse acordado em uma casa nova, com pessoas novas, eu deveria ver isso como um recomeço?

Não sei uma forma mais sútil de ver isso. Vejo apenas como se uma parte de mim tivesse sido arrancada de mim. Minhas memórias estavam bagunçadas, uma extrema zona. Eu queria ter respostas para todas as minhas perguntas.

Por que parecia que faltava algo? Por que parecia faltar alguém? Por que algo parecia incompleto?

Meus sentimentos estavam conturbados, por que meu coração parecia acelerar toda vez que eu olhava para Jungkook? Sei que talvez eu nunca contasse isso para ninguém e que isso estaria guardado em meu coração entre 7 chaves, mas, durante a festinha que eles prepararam, meus olhos caíam sobre ele sempre que podiam. Seu cabelo parecia estar maior, como se eu tivesse alguma memória de seu cabelo grande.

Ele parecia leve, eu desviava o olhar todas as vezes em que seus olhos vinham de encontro ao meu. Ele tinha o sorriso mais lindo do mundo. Seus dentinhos fofos, eu me sentia bem vendo ele sorrir, e isso me assustava.

Sentir algo me assustava.

O teto parecia uma boa companhia em dias como esse, em que você preza pelo silêncio e calmaria de um quarto embaixo da coberta.

Eu não sei. Minha cabeça era um enorme e grifado: “Não sei”.

Sempre tive dificuldade de demonstrar meus sentimentos. Raramente demonstro com palavras, mimos, apenas para aquele que tem meu coração nas mãos. Não significa que eu não queira demonstrar o que sinto. Eu sinto demais. Chega a doer, às vezes.

Eu demonstro em atitudes, perturbando, irritando, sendo chatinho, demonstro meu carinho entre as linhas das minhas palavras, você sequer percebe se não for atento o suficiente.

Demonstro meu carinho me importando com você, mesmo que eu não diga, meus atos dizem por mim.

Eu não sei responder a um “Eu te amo”. Eu realmente não sei, o que eu deveria dizer? Ah, e não se esqueça, se eu falar que amo você, não diga “Eu também te amo”. O que você acha que eu sou? Se eu digo que eu amo você, o mínimo que eu quero ouvir, ler, sentir, é um “Eu te amo mais”. Pegue o seu pequeno bloco de papel e anote todas as minhas exigências, se você se importa tanto assim.

Eu ri em pensamento. Com meus próprios pensamentos. Como você é mentiroso. Eu digo que não aceitaria coisas tão “pequenas”, mas a verdade é que eu aceitaria absurdos apenas para continuar com aquele que faz meu coração acelerar.

Você pode me quebrar em pedacinhos, como se eu fosse um mero objeto que você conseguirá outro igual no outro dia. Você pode me enganar, mentir para mim, me despedaçar. Pode fazer o que quiser comigo e no fim do dia o meu amor por você ainda continuará ali, intacto.

Talvez seja por isso que eu aceito muitas coisas que não preciso, apenas para manter alguém em minha vida.

Tenho memórias e sentimentos de algo que eu vivi mas ainda sim parecem tão confusos.

Em todas as suas cores. | jjk &' pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora