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Eu peço mais uma dose ao garçom, que rapidamente pega meu copo e o enche com o líquido de cor marrom, mais conhecido como whisky. Era isso que eu fazia todas as noites depois daquele maldito acidente. Eu me culpava por tudo: por tê-la deixado entrar em minha vida, por colocá-la em perigo naquela noite.

— Porra — exclamo, sentindo o líquido queimando minha garganta. Bato o copo com agressividade na mesa, provocando um choque que o faz se quebrar.

Quebrado. Era assim que eu me sentia por dentro. Sinto uma mão em meu ombro e, ao olhar na direção, vejo uma mão tatuada.

Era ele. Um dos únicos que realmente se importavam. Ele era meu melhor amigo. Porra, como eu amava Will Grayson.

— Já deu por hoje, né, Damon? — meu amigo diz, me levantando da cadeira do bar e me conduzindo até seu carro. Abro a porta e desmorono no banco do passageiro, amaldiçoando-me por beber tanto.

Will contorna o carro, se senta no banco do motorista e dá partida. Sinto o carro se mover rapidamente, o que me deixa confortável para dormir. Meus olhos ficam pesados e apoio a cabeça no banco, finalmente descansando.

Dormir era um dos momentos em que eu esquecia dela. Eu não sentia nada, apenas um vazio. Sozinho. Mas isso era ainda melhor que a dor da saudade e da culpa. Dou um grande suspiro ao sentir meu corpo relaxar.

Sinto o carro frear bruscamente, me acordando do sono e me fazendo levantar do banco.

— Por que paramos? — pergunto, olhando para Will, que não responde. Apenas direciona sua cabeça para a frente, onde vejo uma mulher impedindo nossa passagem para que uma família de patos atravesse a rua.

— Mas que porra?

— Deve ser louca — Will comenta, rindo da situação. Eu começo a analisar a moça à nossa frente: cabelos castanhos que batiam nas costas, sua bunda arrebitada. Até que, para uma louca, ela era gostosa. A família de patos finalmente passa, e ela se vira com um sorriso no rosto.

Caralho.

Ela era linda. Seu nariz pequeno, seus lábios delicados, suas bochechas rosadas e seus olhos... Porra, que olhos eram aqueles? Seus cílios enormes e sua íris marrom-chocolate me transmitiam tanta paz. Seus olhos se encontram com os meus, e ela arregala os olhos, me fazendo arquear as sobrancelhas de curiosidade. Ela abaixa a cabeça com medo.

Quem é você, garota? Quem era ela?

Continuo a encará-la, descendo meus olhos por todo o seu corpo. Seios grandes, cintura pequena. Ela usava uma blusa branca e uma calça legging que abraçava todo o seu corpo.

Porra... Ela era tão diferente de Winter, mas me fazia sentir igual a ela. Toda aquela inocência em proteger os patos, querer fazer o bem para todos, isso me lembrava minha Winter. O jeito que ela abaixou a cabeça com medo e submissão me lembrava ELA, com medo de todos e tudo.

Meu sorriso se alarga quando vejo a garota sair correndo. O carro começa a se mover, e eu olho para Will, que estava com lubricidade nos olhos.

Olho para baixo, sentindo meu membro pulsar dentro da calça. Merda, quem é você, tão diferente de Winter, mas tão igual ao mesmo tempo?

Os cabelos de Winter eram brancos como a neve, os dela eram castanhos. Os olhos de Winter eram azuis, os dela eram marrom-claro. Winter quase não tinha seios, ela tinha seios fartos. Mas ela ainda me lembrava dela.

Porra.

Volto ao mundo real quando o carro para. Olho ao redor e estamos na casa do Will. Saio do carro, andando até a porta.

De todos os meus amigos, Will era o meu favorito. Sua casa era a minha favorita. Seus pais sempre tão carinhosos, diferentes dos meus.

Essa era uma casa. Um lar.

Will me prende seus braços nos meus ombros, me puxando para perto de seu corpo.

Eu deito na cama de Will, apenas de cueca, e ele me olha puto.

— Nem vem, porra! — eu rio. — Que foi? Está com medo de cair em tentação novamente?

— Já disse para você não falar dessa porra, foi uma vez só — sua mandíbula se aperta, me fazendo dar risada. — Eu estava bêbado! — ele se justifica, cerrando os punhos irritado.

— Ok, ok — digo, levantando as mãos para cima em sinal de rendição.

— Eu vi seu olhar para aquela garota hoje — meu amigo puxa o assunto do nada, enquanto enrolava sua erva.

— O que tem? — digo, deitado na cama.

— Era do mesmo jeito que você olhava para ela...

Meu coração se acelera quando percebo de quem ele estava falando.

— Eu não quero falar sobre isso — digo, me virando para o lado e fechando os olhos para encerrar o assunto.

Will entende o recado e sai para a sacada para fumar.

Era o primeiro dia em que eu fechava os olhos e ELA não vinha à minha cabeça. Mas sim aquela garota, como ela sorriu grata por termos esperado ela passar com os patos idiotas. Porra, seu sorriso tão puro e genuíno.

E aquele olhar, caralho, parecia ser uma corça pequena e em perigo que precisava ser protegida e cuidada.

E uma coisa me intrigava nela: o modo como o medo a atingiu quando nossos olhos se encontraram. Aquilo fazia meu coração acelerar, me fazia sentir vivo e excitado.

Essa era a palavra que definia a situação presente: excitado. O medo dela mostrava um lado meu de dominância. Eu queria sentir o medo dela quando eu estava a caçando. Eu me sentia o lobo mau e ela era a minha pequena Chapeuzinho Vermelho.

MINHA. Era isso que ela iria ser. Eu a queria.

🤍🤍🤍

— Me passa a faca? — digo, cutucando Will, que tomava seu café.

— Quais são os planos de hoje? — ele me questiona, atendendo ao meu pedido.

— A galera toda está fodida. Michel está esperando o terceiro filho e Kai... Nem se fala, só sabe falar como ele e minha irmã são gratos pelo bebê. Eles não vão querer fazer nada, digamos, interessante — digo com um sorriso malicioso.

— Porra, quando nosso grupo ficou tão entediante!? — meu amigo questiona, mordendo seu pão.

— Falando no diabo... — digo, retirando meu telefone do bolso para ver as mensagens no grupo. Era Michel dizendo que brigou com Rika e precisa extravasar. Termino de ler as mensagens junto com Kai e nossos olhos se encontram. Um sorriso genuíno de felicidade surge em nossos lábios.

— Caralho, foi quase que instantâneo — Will diz, rindo.

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Espero que as correções e reformulações tenham deixado o texto mais claro e bonito!

OBSSESION - Damon Torrance e Will GraysonOnde histórias criam vida. Descubra agora