Depois de todo este tumulto, Rodolffo e Juliette ficaram a saber que o Vasco, nome falso, já tinha aprontado outras vezes. Em duas delas ele conseguiu estuprar as meninas, uma de 13 e outra de 15 anos.
Agora ia passar uns bons anos na prisão.
Maria Rita tornou-se muito mais comunicativa. Até com os irmãos passou a haver maior interacção.
Claro que Francisco não perdia a oportunidade de a aperriar com o Gustavo.
Hoje era aniversário de Juliette. As crianças acordaram cedo e prepararam o café da manhã para os pais.
Maria Rita fez panquecas, ovos mexidos e café. Madu cortou as frutas e fez torradas. Francisco fez suco de laranja e foi ao jardim colher uma rosa.
- Ai, Francisco! Tem rosas e outras flores tão lindas no jardim e tu trazes essa toda desmilinguida.
- Mas eu gostei desta! Eu quero esta.
- Tá bom. Vai essa.
Prepararam duas bandejas e subiram.
Francisco deixou as bandejas para as irmãs e levava o presente.
Deram dois toques na porta mas foram logo entrando sem esperar permissão, entoando o parabéns a você.
Rodolffo e Juliette esfregaram os olhos e sentaram-se na cama encostados à cabeceira.
- Parabéns mãe. Presente dos três. - disseram ao mesmo tempo.
Juntamente com o pai tinham comprado uma correntinha com 3 pingentes, 2 meninas e 1 menino.
- Obrigada meus amores. Que presente lindo e café da manhã na cama é muito bom.
- Hoje o papai também ganha.
- Que sorte do papai. E qual é a troca? Sim porque isto tem custos.
- É pai. Então, hoje é sábado, tu não vais à clínica, a mãe não tem plantão. Nós queremos fazer um programa de família.
- Sou todo ouvidos.
- Primeiro vamos andar de bicicleta os 5, almoçamos fora, vamos ao cinema com pipocas, depois sorvete e por fim vamos dormir na casa da vó Lídia para vocês ficarem sós à noite e fazer o vosso programa.
Rodolffo olhou para Juliette e arregalou os olhos.
- Parece-te bem, amor?
- Eu não teria feito melhor programação. Parece-me óptimo.
- Enquanto vocês comem nós vamos lá na cozinha comer e depois vestir a roupa desportiva.
Ficamos à espera no jardim que nós sabemos que vocês vão demorar um pouco a comer e arranjar-se. Só não vale demorar a manhã toda.
- Prometo que seremos rápidos.
Os três saíram fechando a porta e desceram as escadas a correr.
Rodolffo levantou-se para trancar a porta e voltou para a cama.
- Mais vale prevenir.
- Ué! Só vamos comer.
- Exactamente. Por isso mesmo, comer. - respondeu olhando para Ju com olhos de desejo e passando a língua pelos lábios.
- Safado. Logo pela manhã?
- Para começar bem o dia. O melhor fica para a noite já que os nossos filhos fizeram o favor de nos liberar.
Parabéns meu amor.
Uma hora depois os dois apareceram junto das crianças.
- Não tiraram as nossas bicicletas da garagem?
- Não pai. Vai lá com a mãe que estava difícil tirar.
Os dois seguiram para a garagem e as crianças foram atrás.
Mal abriu a porta, Juliette viu um carro novo com um laçarote e um buquê de flores.
- É meu? - perguntou ela.
- Para ti, amor. Grande para caber todo o mundo.
- Obrigada. É muito lindo.
- Quando o pai não estiver eu vou à frente com a mãe, diz Francisco.
- Não. Eu é que vou que sou a mais velha.
- Sem guerra meninos. Vai um de cada vez ou então vai tudo atrás.
A primeira a ir é a Madu que está caladinha.
- Oba! Eu vou ser a primeira.
- Vamos lá andar de bicicleta. As vossas têem os pneus cheios?
- Estão todas bem.
Deram um passeio de uma hora ali mesmo pelo condomínio. As crianças competiam entre elas quem andava mais depressa e os dois iam na rectaguarda deles só observando.
Voltaram para casa para um banho.
- Onde querem almoçar? - perguntou Juliette.
- Na pizzaria do shopping. Assim já ficamos para o cinema.
- Mãe, já que vamos ao shopping posso comprar uma coisa?
- O quê, Maria Rita? Não me digas que são outros shorts? Toda a vez que saímos queres uns.
- Mãe, tem uns lindinhos na Zara.
- Ok. Todos podem escolher uma coisa. Só uma.
Rodolffo era mero espectador nesta conversa. Resolveu entrar na resenha.
- Eu também?
Juliette olhou para ele e disse:
- Estou bem tramada com estes quatro.
Chegaram ao shopping, ainda era cedo para o almoço, então foram às compras.
- Enquanto vocês vão aí comprar as vossas coisas eu vou ali ao último piso a uma loja especial comprar a minha.
Juliette percebeu qual era a loja, colocou as mãos na cintura e olhou feio para ele.
- É rápido Ju! Nem preciso escolher muito. Já sei o que quero.
Maria Rita comprou os seus shorts, Madu umas calças jeans e Francisco um boné e um caderno com ilustrações de ursinhos.
- Para quem é esse caderno, Francisco?
- Para mim, mãe.
Madu, segredou à mãe. - Deve ser para a amiguinha Leonor.
Juliette resolveu não aprofundar a questão para não o deixar constrangido.
Rodolffo vinha a chegar sem nada na mão.
- Pai, não compraste nada?
- Não havia o que eu queria, disse ele piscando o olho à Ju. Vocês já fizeram as compras todas?
Vão até à pizzaria. Eu vou levar as sacolas ao carro, já vos encontro.
Juliette estava feliz. Não por ser o ser o seu aniversário mas porque tinha uma família linda.
O filme que escolheram foi Chovem
Almôndegas.
- A que um pai está sujeito. Chovem Almôndegas? Vamos lá comprar as pipocas.
No fim até que o filme era engraçado e foi um momento que aproveitei para rir muito, junto com minha adorada esposa e os meus três mais que tudo.
