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O Sol nascia por detrás das colinas e do Morro de São Tiago, onde ficava a Abadia de São Tiago, uma igreja imponente e que se destacava no meio do cume. No sopé das colinas e praticamente do lado do Morro, o Sol iluminou a vila de Aquila.

Uma vila de tamanho médio, era o centro administrativo e comercial do condado, onde estavam as feiras, lojas de todos os tipos, a sede da Guilda dos Aventureiros e etc. Mas, do outro lado da cidade, um pouco afastado de Aquila, estava alicerçado o palácio onde morava o conde e sua família.

Era 25 de novembro de 1429, e da sacada do Palácio Graccio, Josué contemplou o nascer solar. Por motivos biológicos, ele acordava sempre antes de todos do castelo. A leve brisa batia em seu rosto, o fazendo semicerrar os seus olhos castanhos e mover seu cabelo liso e sedoso conforme o rumo do ar. 

Seu momento foi interrompido pela chegada de sua irmã Jéssica:

-Irmão, o que faz acordado a esta hora?

-Você sabe que meu sono é curto - respondeu Josué.

-Você precisa tratar disso. Certeza que o abade acha que és um feiticeiro ou coisa do tipo.

-Ele sabe muito bem que não sou um. Eu tive aulas com ele.

-Quem sabe?

O cabelo alisado revirou os olhos.

-Com licença, Meus Senhores - uma empregada adentrou o cômodo ao ar livre - O Conde deseja a presença de vós para o café da manhã.

-Bem, vamos lá - disseram ambos.

Quinze minutos depois, as portas se abriram e adentraram a sala de jantar os irmãos, e ambos se posicionaram de frente um para o outro, de pé. Nas cabeceiras da mesa, o Conde Timóteo Graccio e a Condessa Helena se encaravam. Do lado direito de Jéssica, o irmão do nobre - Otávio - cambaleava de sono, e do seu lado, sua esposa, Rute. Na direita de Josué, havia uma cadeira vazia, e do lado desta, a filha do tio, Diana, estava com braços cruzados e rosto emburrado. Ela reclamou:

-O que estamos esperando? A comida está na mesa!

-Paciência filha - pediu Otávio. - Temos que esperar seu primo.

-Por que tanta demora?

De repente, as portas se abriram com força, e um jovem de topete castanho e um sorriso malicioso adentrou o aposento, dizendo:

-Calma pessoal, eu sei que vós esperastes este momento! - ele ficou na cadeira vazia.

-E muito - retrucou a novinha.

-Enfim, podemos nos assentar para tomar um desjejum - afirmou Timóteo, sentando em sua cadeira, sendo seguido por todos os outros presentes.

-Ouvi falar que receberás uma visita importante hoje, Conde - declarou Helena, depois de ser servida pelos empregados.

-Visita? - Otávio parecia confuso - De quem? Quando? Como? Por quê?

-Uma pergunta de cada vez, irmão - o patriarca Graccio falou - Receberei o ilustre visita do nosso comandante, Marcos. Tenho assuntos a tratar com ele.

-Que assuntos? - Helena perguntou.

-Assuntos confidenciais.

Todos perceberam o clima que havia entre o casal, e preferiram mudar de assunto.

-E como vão os negócios com o Barão de Aquila? - indagou Rute.

O nobre bufou: - Nada bons.

-Como assim? Não tinhas dito uma semana atrás que estavam indo bem nas negociações da terra do planalto ao leste de Aquila?

As Águias Gêmeas (Fantasia-Histórica)Onde histórias criam vida. Descubra agora