19 - Manhã seguinte

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Pov Maraisa

Acordei com uma mordiscada no lóbulo da orelha.

O quê...? Noite passada. Noite passada. Meu Deus. Será que eu?

Em pânico, fiquei momentaneamente gelada na cama enquanto revirava meu cérebro de ressaca, tentando me lembrar do fim da noite.

Nunca me senti tão aliviada quando uma pata me golpeou no maxilar.

— Nossa... — resmunguei, me virando para encontrar Tallulah lambendo minha orelha e batendo em meu rosto.

Puxei o lençol sobre a cabeça, bloqueando o acesso da gatinha feia. Sem rodeios, ela subiu em mim e se acomodou em meu peito.

— Miau. — Ela acariciou o lençol no qual me escondia. Tentei levantar a cabeça, mas doeu demais.

— O quê? O que você quer?

— Miau.

— Argh.

Mesmo o miado baixinho doeu. Eu teria jurado que havia um baterista se aquecendo em meu crânio. Não havia nenhum ritmo nas batidas, pedal batendo contra o bumbo e então a caixa, seguida por algumas batidas no chimbal, argh. O que eu bebi na noite passada?

Me lembrei de Marília aparecer e eu arrastá-la para a pista de dança para que pudesse esfregar meu corpo contra o dela e testar sua força de vontade. Ah. Tomei isso como um desafio, ver se eu conseguia fazê-la ceder.

Nós rimos por causa das doses de Schnapps de Peppermint e Nathan e Maiara por fim se juntaram a nós. Os dois estavam parecendo bem relaxados, lembrei. As coisas ficaram um pouco mais imprecisas depois disso.

Houve o táxi para casa. Eu estava cansada. Muito cansada. Eu só precisava fechar um pouco os olhos, colocar minha cabeça para baixo enquanto atravessávamos a cidade. Minha cabeça. Estava tão sonolenta. Eu tinha descansado. No colo de Marília.

Ela me acordou. Quando levantei a cabeça, toquei sua virilha por cima da calça. Ah, nossa. Ela estava dura. E fiz um comentário sobre isso. Legal.

Marília me ajudou a sair do carro e disse ao taxista para manter o taxímetro ligado. O elevador pareceu levar uma vida. Quando entramos, me inclinei contra o peito dela e respirei fundo, cheirando-a de perto. Ah, nossa.

Disse que o cheiro dela era gostoso demais. Sugeri que ela comprasse uma cabana na floresta e cortasse madeira só de top.

Seus braços estavam em volta de mim enquanto caminhávamos em direção ao apartamento. Em retrospectiva, talvez eu realmente precisasse de apoio para andar. Chegamos à porta.

Eu me lembrei vagamente de abraçá-la e convidá-la para entrar. Ela sorriu e balançou a cabeça.

— Não há nada que eu gostaria mais. E quero dizer isso em muitos sentidos.

Ela beijou minha cabeça. Minha cabeça!

— Mas não dessa maneira. Durma!

Pegando as chaves, ela abriu todas as trancas e esperou que eu entrasse. As últimas coisas de que me lembrei, eram seus braços sobre sua cabeça enquanto ela se inclinava contra o batente da porta e dizia:

— Vamos terminar esse jogo na semana que vem. As coisas vão ficar muito mais divertidas no trabalho, com certeza.

Cancelei meu almoço com Marília um pouco mais tarde naquela manhã, com muita ressaca.

Quando ela pressionou para remarcarmos para segunda-feira, não me comprometi e parei de responder às mensagens.

Uma linha tinha sido cruzada e eu não sabia como retroceder além de me afastar completamente. Era culpa minha e, na manhã de segunda-feira, estava inflexível em corrigir o que eu tinha ferrado.

Minha Chefe Criativa - Malila | G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora