33 - O que estava acontecendo?

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Pov Maraisa

Marília não era exatamente boa em seguir o roteiro. 

No dia seguinte, fomos para o escritório juntas, como vinha se tornando costume. Só que, dessa vez, depois de pegar o café, subimos lado a lado para a Mendonça Industries. 

Eu estava consciente da mão dela em minhas costas quando saímos do elevador. 

Ainda que fosse confortável e natural ela me tocar, fazer isso no escritório parecia estranho. E não era nada demais, de qualquer jeito. 

Na verdade, nessa manhã, discutimos o fato de evitar exibições públicas de carinho até depois de eu falar com Josh. Então, eu tinha certeza de que Marília não estava encostando em mim intencionalmente. 

Eu devia ao chefe certo respeito e queria deixá-lo saber o que estava acontecendo antes que Marília e eu saíssemos do armário, por assim dizer. 

O plano era que eu conversaria com Josh de manhã e então Marília e eu sairíamos para almoçar sozinhas. Poderíamos ser amigáveis, de maneira mais íntima que em um relacionamento típico chefe-empregado, mas não haveria demonstração pública de afeto. Ou assim pensei. 

Depois de me instalar, Travis me encontrou na sala de descanso preparando cereal para o café da manhã. 

— Bom dia, gata. 

Abri o micro-ondas, peguei a tigela e mexi. 

— Oi, Travis. 

— Quando você vai me deixar fazer café da manhã para você? 

Estendi a tigela para ele. 

— Quer mexer meu Quaker Oats? 

— Na minha casa. Na manhã seguinte. Faço ovos mexidos. 

— Acho que você precisa melhorar as cantadas. 

Travis inclinou o quadril contra o balcão junto a mim. 

— Ah, é? Me diga do que você gosta. Vou melhorar. 

— Bem, para começar, não gosto que assuma que quero transar com você. Então, começar com uma cantada sobre a manhã seguinte é definitivamente péssimo. 

— Então, qual é uma boa chegada? 

— Que tal algo real? Completando algo que você gosta sobre a pessoa. 

Os olhos de Travis caíram em meus seios e ele sorriu. 

— Posso fazer isso. 

Revirei os olhos. 

— Não. Assim, não. Um elogio de que não seja de natureza sexual. 

— Isso não me deixa com muitas partes do corpo. — Ele me olhou de cima a baixo, se afastou do balcão e ajeitou sua postura. 

— Seu esmalte sempre combina com a sua roupa. Eu gosto disso. 

— Muito bem. Mostra que você presta atenção aos detalhes e não o faz parecer um pervertido. 

— Consegui. Então, vou deixar passar que realmente quero chupá-los. 

Claro, Marília entrou bem naquele momento. 

Por sua expressão, imaginei que havia pegado pelo menos a última parte da frase de Travis. 

Realmente quero chupá-los. 

— Travis... — alertou Marília. 

Travis levantou as mãos para se render.  

— Eu sei, eu sei... sem confraternização. 

Minha Chefe Criativa - Malila | G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora