Epílogo

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Pov Maraisa

(Mais ou Menos Um Ano DEPOIS

Imaginei se Marília saberia que dia era hoje. 

Ela não me viu imediatamente ao entrar no restaurante. 

Eu estava sentada no canto do bar, meio escondida por um casal sentado em uma mesa. 

Tirei o momento para apreciar a beleza daquela mulher, sem que ela soubesse que eu a estava olhando. Minha mulher! Achava que nunca me costumaria com o quanto ela era linda. 

Sabe como, depois de algum tempo, até as coisas mais incríveis se tornam familiares e você começa a esquecer que uma vez elas tiraram seu fôlego? As coisas perdem o brilho, mesmo que ainda sejam espetaculares? 

Sim, bem, isso nunca aconteceu comigo e Marília Mendonça. Mesmo depois de um ano, ela ainda tirava meu fôlego e brilhava a cada momento.  

Vi seus olhos afiados observarem o salão. Por um segundo, pensei em me mexer no banco, só para tirar mais tempo e apreciá-la a fundo. 

Minha quase futura esposa é o retrato perfeito da loira, forte e linda. E tem consciência disso. Sua atitude arrogante e segura de si só somava à lista de coisas que a tornavam atraente. 

Com os fatores rica, brilhante e excepcional na cama (para não mencionar no escritório, no carro, no chão da cozinha, em cima da máquina de lavar roupa e, mais recentemente, na mesa da sala de reuniões de meu novo escritório), não era de admirar que a recepcionista babasse enquanto disputava sua atenção. 

Ao me encontrar no outro lado do salão, seu rosto deslumbrante suavizou e ela me deu o sorriso sexy que eu sabia que era só para mim. 

Ela atravessou o restaurante, focada no alvo. Meus braços se arrepiaram enquanto eu observava seu rosto determinado. Ao me alcançar, ela não disse nada, só me cumprimentou do jeito que costumávamos fazer quando passávamos mais de um dia sem nos vermos. 

Segurando meu cabelo, ela deu um puxão suave e capturou minha boca em um beijo profundo, que não era muito apropriado para um bar de restaurante, embora isso nunca fosse impedi-la.  

Eu ainda estava tonta quando ela se afastou e falou com a voz tensa: 

— Da próxima vez, vou com você. 

— Você poderia ter ido. Eu falei isso. 

— Você também me disse que ficaria fora por dois dias, não cinco. 

Eu tinha acabado de voltar da Califórnia naquela tarde. Maiara e eu esperávamos ficar em San Diego por duas noites para fecharmos com um novo cliente. Mas, depois que assinamos essa nova conta, o vice-presidente de marketing nos ofereceu uma reunião com uma empresa associada em Los Angeles, então a viagem de dois dias acabou sendo de cinco. 

— Não posso evitar que as pessoas nos queiram. 

— As pessoas querem você aqui. Sou a primeira da fila. 

O barman veio para pegar nosso pedido de bebidas assim que um casal mais velho se aproximou. 

— Os lugares estão vagos? — perguntou o homem. 

Havia dois lugares ao meu lado no bar. 

Marília respondeu: 

— Todo seu. Vou ficar em pé, assim fico mais perto dela. 

A mulher mais velha lhe deu um sorriso que dizia que ela acabara de derreter seu coração. 

Eu sabia, porque me sentia assim também.  

Minha Chefe Criativa - Malila | G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora