Pov Maraisa Pereira
Eu realmente preciso começar a pegar táxis — resmunguei enquanto subia as escadas do metrô e seguia em direção ao prédio em que eu já deveria estar, se o trem não tivesse parado por vinte minutos.
Minha entrevista era às onze e já eram onze horas. Talvez trocar de roupa oito vezes nessa manhã não tenha ajudado a pontualidade. O edifício Maxim era um moderno arranha-céu todo de vidro, com mais de cinquenta andares. No saguão, enorme e elegante, levei um minuto até descobrir onde ficava o diretório da empresa – tudo era prateado, brilhante. Uma vez lá, procurei pela Mendonça Industries e passei o dedo no vidro para encontrar a localização correspondente. Trigésimo terceiro andar. Correndo para os elevadores, vi que um deles estava prestes a fechar, então enfiei o pé para detê-lo. Funcionou, mas quase arrancou meus dedos no processo.
— Merda. Argh.
As portas se abriram e eu entrei mancando, sem perceber que o salto fino havia ficado preso na pequena abertura do trilho da porta. Com o calcanhar preso, meu corpo continuou, mas meu pé não e eu vacilei, caindo para a frente. Um braço me segurou e me impediu de cair de cara no chão.
— Puta merda — resmunguei, percebendo que meu sapato estava completamente fora do pé e preso no elevador.
— É bom ver você, Maraisa.
Levantei a cabeça e vi, pela primeira vez, quem exatamente me impediu de cair.
— Só pode estar brincando comigo! Quantas impressões ruins uma pessoa pode causar em outra?
Depois de me estabilizar, Marília se ajoelhou e tirou o sapato preso no elevador. Em seguida, bateu em minha panturrilha, indicando que eu levantasse a perna e colocou o sapato de volta em meu pé.
— Com certeza não foi uma impressão ruim — disse, permanecendo de joelhos por mais tempo que o necessário. — Você tem ótimas pernas.
— Obrigada... por soltar meu sapato, quero dizer.
Ela parou e ergueu as sobrancelhas.
— Você não está me agradecendo por elogiar suas pernas?
Fiquei vermelha e me senti aliviada quando ela voltou a atenção para o painel de botões.
— Qual andar?
— Hummm... Trinta e três?
A empresa dela ocupa mais de um andar?
— Você está indo para a Mendonça Industries? Está aqui para encontrar a Lu?
— Sim. E Josh Lange.
— Josh?
— Sim. É ele quem vai me entrevistar, certo? O vice-presidente de marketing?
— Certo. Sim. Josh é o vice-presidente de marketing. — Ela concordou, mas tive a sensação de que Marília não sabia que eu estava ali para uma entrevista.
Ficamos em um silêncio desconfortável. Quando as portas se abriram, ela estendeu o braço para que eu saísse primeiro e caminhamos juntas até as portas duplas de vidro da Mendonça Industries. A recepção estava vazia.
— Por que não se senta e eu aviso que você está aqui? — perguntou.
— Obrigada.
Um ou dois minutos depois de entrarmos, a recepcionista voltou para a mesa.
— Oi. Me desculpe, tive que fazer algumas cópias. Espero que você não esteja esperando há muito tempo.
— Imagina. Na verdade, entrei com Marília e ela ficou de avisar Luísa Sonza e Josh Lange que estou aqui.
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Minha Chefe Criativa - Malila | G!p
FanficEla transformou meu encontro tedioso em uma noite excitante. Quais as chances de encontrá-la de novo, em uma cidade com 8 milhões de habitantes? Marília G!p Essa fic é uma adaptação