23 - Está saindo com alguém?

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Pov Maraisa  

Acordei com o movimento na cama. O quarto estava escuro e minha reação natural foi de medo, até que meus olhos começaram a focar e me lembrei de onde estava. 

Marília estava se remexendo e murmurando algo durante o sono. A única pessoa de quem já testemunhei pesadelos foi meu irmão, César, depois da invasão. Ele chorava enquanto dormia. Em algumas noites, isso acontecia várias vezes e minha mãe o acordava e o consolava. 

Eu não tinha certeza se deveria deixar Marília dormir assim mesmo ou não. Ela estava inquieta e parecia atormentada. Era difícil vê-la sofrer, então decidi cutucá-la algumas vezes. Talvez apenas o suficiente para tirar a angústia de sua cabeça. Alcançando seu ombro, eu a toquei com suavidade.  

— Marília. 

Quase pulei da cama quando ela se levantou de repente. Ela parecia confusa no início. 

— O quê? O quê? Você está bem? — Ela estava respirando com dificuldade, seu peito arfava. 

Com a minha mão ainda apoiada no coração, que batia rapidamente, respondi: 

— Sim! Sim, estou bem. Acho que você estava tendo um pesadelo. 

Marília passou os dedos pelo cabelo. 

— Sinto muito. Tem certeza de que está bem? 

— Estou perfeitamente bem. 

Se acalmando, ela respirou fundo e se levantou da cama para ir ao banheiro. Ela ficou lá muito tempo antes de a porta se abrir novamente. A cama afundou quando ela voltou, mas não se deitou de imediato. Em vez disso, se sentou na beirada do colchão com os cotovelos nos joelhos, a cabeça pendurada e de costas para mim. 

Estendi a mão e toquei sua pele nua. 

— Quer falar sobre isso? 

— Na verdade, não. Eles começaram de novo recentemente. Fazia anos que não os tinha. Pelo menos, não que me lembre.  

— Eles são... sobre sua noiva? 

Ela assentiu. 

— Desculpa. 

— Não tem por que se desculpar. Meu irmão também teve por um tempo depois da invasão. Não quero pressionar, mas... talvez falar sobre isso ajude. 

Marília ficou quieta por um longo tempo. 

— Finalmente consegui ter você na minha cama. A última coisa que quero fazer é conversar sobre outra mulher enquanto estamos aqui. 

Eu me sentei e me arrastei para perto. Usando só a calcinha que vesti enquanto ela estava no banheiro, a abracei por trás, envolvendo meus braços em sua cintura. Minha bochecha pressionou seu ombro e meus seios nus apoiaram-se contra suas costas. Ela ainda cheirava muito bem. 

— Não estamos na sua cama — disse a ela. — Estamos no meu quarto. 

— Não há espaço para mais ninguém quando eu e você estamos em qualquer cama. 

Meus braços apertaram sua cintura. 

— Bem, estou aqui, se quiser conversar.  

Marília se retorceu para me encarar. Sua mão envolveu minha garganta enquanto seu polegar acariciava meu pescoço. Ela se inclinou para deslizar a língua sobre uma veia pulsante. 

— Não quero falar. 

— Mas... — tentei argumentar, mas seus lábios já estavam em meu ouvido. 

Minha Chefe Criativa - Malila | G!pOnde histórias criam vida. Descubra agora