Cap 05 - Você acredita em magia?

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Uma semana após os últimos acontecimentos, Kara está em casa esperando Lena chegar para começar a noite de jogos. Ela ouve o elevador abrir e vai em direção a porta.

- Seja bem vinda a mais uma noite de jogos! - diz Kara, entusiasmada.

- Olá, trouxe vinho e minha incrível habilidade de ganhar. - diz Lena, confiante.

- Ótimo, preciso de ambos, minha dupla. - termina Kara, enquanto pega a garrafa das mãos de Lena.

Elas começam a jogar contra Alex e Kelly, e também, Nia e Winn. Esme brinca no quarto da tia Kara. J’onn e James estão na cozinha, terminando os aperitivos.
Após algumas rodadas vitoriosas, Lena vai até a cozinha pegar mais vinho. Kara vai atrás. Lena olha as fotos na geladeira e ri.

- Vocês sempre foram assim, unidos? - pergunta Lena.

- Sim, desde que chegamos em National City e achamos o grupo de amigos perfeito, somos como uma família. Estamos com vagas abertas, inclusive. - diz Kara, com um sorriso pretensioso.

- Entendi. Bom, depois que Alex e J’onn se desculparam pela forma que me trataram, sinto que as coisas estão fluindo bem. - afirma Lena.

- Isso é um sim? - pergunta Kara.

- Podemos ver. - diz Lena, rindo.

- Todos aqui já te adoram e acho que James tem até uma queda por você. - diz Kara, debochando.

- Não mesmo. - diz Lena, rapidamente.

- Por que não? - pergunta Kara.

Antes de Lena responder, chega uma mensagem no celular de Kara e a tela de bloqueio abre: - Mon-el: Ocupada? - Lena olha e pergunta:

- Vocês ainda tem algo? Ele parece doido por você, e muito insistente.

- Não, não temos mais nada a uns 6 meses. Mas, sim, ele é insistente, digamos que ele não se conformou com o fim. - responde Kara, com uma expressão debochada.

- Mas o que realmente houve? Ele te fez algo? Desculpa perguntar. - diz Lena, receosa.

- Tudo bem, não é segredo pra ninguém. Nossa relação já começou torta com as mentiras que ele contou sobre a origem dele e o fato de que ele era um verdadeiro babaca mimado em Daxam. - diz Kara, desgostosa.

- Mas foi só por isso? - pergunta Lena, pensando nos segredos que ainda esconde de Kara.

- Não. Eu o perdoei por isso, mesmo odiando mentiras. Mas Mon-el e eu não tínhamos como dar certo, eu o amei muito, mas ele ainda é muito imaturo e precisa se entender e entender os próprios objetivos dele antes de querer estar com alguém. Começamos a brigar muito, e eu cansei. - diz Kara, com um pouco de chateação.

- Então não há nenhuma chance mais? - pergunta Lena.

- Não. E você deixou alguém lá em Metrópolis? - diz Kara, sorrindo.

- Não. Relacionamentos não são pra mim, normalmente não suportam as loucuras da minha família ou entendem de fato quem eu sou. - responde Lena, enquanto bebe vinho.

- Bom, azar dessas pessoas, você não é pra qualquer caminhãozinho. Tenho certeza que talvez aqui em National City as coisas podem ser diferentes pra você. - diz Kara, rindo.

- Será? Acho difícil.- termina Lena, enquanto elas voltam pra sala.

James se aproxima de Alex e pergunta:

- Vem cá, você sabe se Lena tem alguém?

- Acho que não. Porque? - devolve Alex, curiosa.

- Nada não. - diz James, olhando pra ela.

- Jura? Eu tomaria cuidado se fosse você. - diz Alex, rindo.

- Por que? Por causa da família dela? - pergunta James.

- Também, mas eu me refiro ao cãozinho de guarda que ela tem. - diz Alex.

- Quem? - pergunta James.

- Kara. Então acho melhor você não fazer besteira. - diz Alex, apontando pra Kara e rindo.

Após a noite de jogos, Lena chega no trabalho e é o primeiro dia dela na Catco sem a presença de Cat Grant. Antes de ir, Cat parabenizou Kara pela reportagem sobre Lena e o ataque a Supergirl e até criou um novo apelido pra dupla “Supercorp, uma kryptoniana e uma Luthor”. E também, colocou James Olsen para assumir seu lugar como editor chefe.
Neste primeiro dia, Lena chegou em sua sala, e se deparou com um café da manhã especial, trazido diretamente de Paris, por Kara.

- Surpresa! - diz Kara, animada.

- Nossa, você voou até Paris pra comprar meu lanche favorito? - pergunta Lena, surpresa.

- Claro, não podia deixar esse dia passar em branco. - diz Kara.

- Ok. Obrigada então, Sra. Danvers. - diz Lena, com um bonito sorriso.

- De nada, agora eu vou trabalhar, chefe. Aproveite e qualquer coisa pode me chamar. - termina Kara.

Antes de chegar até sua mesa, James interrompe Kara:

- Café de manhã de Paris é? Eu não ganhei nada parecido. - afirma James, debochando.

- Não começa. Você já é velho aqui, e todo mundo te adora, ou seja, você pode pedir a um de seus fãs, só não sei se eles farão isso tão rápido quanto eu. - termina cara, também debochando.

Mais tarde, naquele mesmo dia, todos já haviam ido pra casa, só Lena ainda estava na empresa. Kara tentou ficar com ela, mas Lena insistiu que ela fosse pra casa. Enquanto Lena trabalhava, ela ouve um barulho.

- Oi? Tem mais alguém por aqui ainda? - pergunta Lena.

- Trabalhando muito minha querida filha? - diz Lillian Luthor, ao entrar na sala de Lena.

- Mãe? O que faz aqui? - pergunta Lena, não muito feliz e surpresa.

- Vim vê-la. Soube da sua última aliança, com a última filha de Krypton. Como pôde? Aliar-se com uma invasora? - pergunta Lillian, com tom de decepção.

- Não preciso da sua aprovação e nem quero. Você não a conhece. - rebate Lena.

- Vejo que já estão íntimas. Está esperando ela te trair? Porque sabe que vai acontecer, ou acha que ela vai querer estar associada com você por muito tempo, uma Luthor? - diz Lillian.

- Ela não é como vocês, ela tem coração. E sabe que apenas metade do meu sangue é Luthor, o que vocês tem de podre, eu só tenho 50%. - debocha Lena.

- Pobre menina. Ainda acha que é diferente de nós, só por causa da sua mãe, aquela coitada sem juízo. - debocha Lillian.

- Não fale sobre ela! Você não tem esse direito, Lillian! - diz Lena, quando se levanta bruscamente e seus olhos mudam de cor.

- Olha aí o seu verdadeiro lado, ou melhor o lado daquela amantezinha do seu pai. Vai usar seus poderes contra sua própria mãe, Lena Kieran Luthor?

- Você não é minha mãe. E se for preciso, usarei pra me proteger de suas loucuras. - afirma Lena, impaciente e levantando as mãos em direção a Lillian.

- Vejo que a kryptoniana já te infectou contra nós, não é? Você e essa sua carência ainda vão acabar te matando, ou esses poderes que você acha que sabe usar. - diz Lillian.

De repente a porta abre e Kara aparece:

- Lena? Está tudo bem? - diz Kara.

- Kara? Sim, essa senhora já está de saída, eu disse a ela que já estamos fechados. - responde Lena.

- Essa senhora? Não vai me apresentar, filha? - diz Lillian, olhando desconfiada para Kara.

- Filha? Você é Lillian Luthor? - pergunta Kara, espantada.

- Sim, Kara, é minha mãe e ela está indo embora, neste momento. - diz Lena, enquanto leva Lillian para fora.
Lena volta para dentro da sala após deixar Lillian no elevador. Ela estava com uma cara péssima e segurando lágrimas. Kara olha preocupada, pergunta se está tudo bem e Lena responde:

- Nada nunca está bem quando ela resolve se aproximar de novo. - diz Lena, com frieza.

- Sinto muito. Ela parece péssima. - diz Kara, que em seguida, abraça Lena, muito firme.

Lena apoia a cabeça nos ombros da loira, e deixa suas lágrimas caírem quando Kara diz: - Pode deixar vir, eu suporto pra você. Não deixe ela estragar o que você tem aqui - . Lena seca as lágrimas e se mantém controlada. Depois de Lena se acalmar, Kara questiona.

- Lena, antes de eu entrar eu vi algo. Os seus olhos ficaram diferentes, estavam roxos. Como pode?

- Você viu? - diz Lena, preocupada.

- Sim. O que houve? Sinto que não queria que eu soubesse. - diz Kara.

- Não sabia como te contar isso, na verdade não pretendia agora. Mas já que Lillian estragou tudo, como sempre, vamos lá. - Lena respira e continua. - Digamos que, eu tenho habilidades mágicas, porque minha mãe biológica era uma bruxa e morreu justamente lutando contra um feitiço. Agora eu tenho esses poderes, mas não costumo usá-los, porque lembra ela e que isso a matou, além de que eu já machuquei alguém importante por causa disso. Você me odeia agora, por ter mentido pra você? - termina Lena.]

- Que? Claro que não. É uma grande história, de fato, eu não esperava por isso, de forma alguma. Mas não tem motivos pra eu te odiar, você não precisava me contar tudo assim que nós conhecemos. Amizade não é sobre isso. - diz Kara, olhando carinhosamente para Lena.

- Sério? Você acredita nisso tudo, assim facilmente? E tá tudo bem pra você? - questiona Lena, impressionada.

- Claro, porque você inventaria tudo isso? Eu já vi magia antes, em Krypton havia bruxas antigas muito poderosas e perigosas. - diz Kara.

- E tudo certo pra você? Não tem medo? - pergunta Lena.

- Lena, eu sou a garota de aço, literalmente. - Kara ri. - E eu não tenho medo de você, não está pensando em me transformar em uma galinha, não é? - brinca Kara.

- Ainda não, talvez um coelho. - Lena ri. - Obrigada por entender numa boa. As pessoas não costumam reagir bem. - diz Lena.

- Quem são essas pessoas? Eu as capturo pra você. - diz Kara.

- Não importam mais. Eu tenho melhores agora. - diz Lena, olhando carinhosamente para Kara.

- Que bom. Espero que eu seja uma delas. - termina Kara.

- Com certeza.  - diz Lena, enquanto toma iniciativa de abraçá-la pela primeira vez.

Kara se surpreende mas aceita com muito gosto o abraço da morena. Ao se afastarem, elas sorriem uma pra outra e permanecem se olhando. Nesse momento Kara sentiu como se seu coração de aço fosse explodir e sua mente fica completamente confusa e assustada. Lena sente seu coração pulsar como nunca, e se pergunta como está sendo capaz de sentir algo tão imenso e tão rapidamente por alguém. - O que é isso? O que está acontecendo? Ela sempre foi bonita assim? Que? - pensa Kara, ainda olhando pra Lena. O celular de Kara notifica, e isso interrompe o momento.
Elas vão pra casa e a noite parecia eterna para ambas que não paravam de pensar no que tinha sido aquilo.

Obrigada por mais um, até o próximo! :)

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