Pela manhã, Lena acorda e vagarosamente fica consciente. A preocupação toma sua mente quando lembra da mensagem que recebeu na noite anterior. Ela não mencionou nada com Kara, não só porque foi ameaçada pela pessoa por trás da mensagem, mas também porque achava que Kara não precisava de mais problemas agora. Ela podia resolver sozinha.
Lena respira fundo e decide levantar, mas percebe que Kara não estava lá ao seu lado.
- Kara? - Lena questiona.
Sem resposta, Lena fica pensativa. Antes de sair da cama, percebeu que havia algo em cima da cama, perto do travesseiro de Kara. Era um cordão e um bilhete. Ela pega o cordão e o admira, parecia familiar. Depois toma o bilhete em suas mãos, e lê o que estava escrito.
“ - Lena, espero que tenha dormido bem. Esse cordão minha mãe me deu antes de eu vir para a Terra. Ela queria que eu levasse comigo uma parte dela, porque ela sabia que iria me perder, e não queria que eu me sentisse sozinha. Quando pensei que poderia ter acontecido algo com você no dia que encontrei Mon-el morto, senti como se eu fosse perder meu mundo novamente, meu coração caiu do peito e só desejei que você não tivesse sozinha e sofrendo em algum lugar. Por isso, eu quero que fique com ele, guarde-o, e quando não estivermos juntas, ainda sim uma parte de mim ainda estará com você. Eu volto já.
ASS.: Sua Kara. "
Lena leu, e seus olhos encheram de lágrimas enquanto ela sorria, quase não acreditando no que estava lendo. Ela não entendia como alguém poderia amá-la tanto, e dar a ela tamanha confiança. Era algo completamente novo na vida dela, essa forma de amor ela nunca teve oportunidade de ter em sua vida antes, e quando poderia, rejeitou por medo. Ela sentiu seu peito ser tomado por uma alegria quase sufocante, e seu corpo parecia flutuar como uma pena. Como ela poderia rejeitar guardá-lo? Não poderia. Ela colocou o cordão e iniciou seu dia. Enquanto trabalhava na mesa do apartamento de Kara, ela ainda pensava como seria mais tarde.
Longe dali, Kara chega no DOE.
- Não deveria estar em casa? - Alex questiona.
- Não. Cansada de deitar e chorar. Alguma novidade? - Kara fala.
- Não. Mas os ladrões sofreram hoje nas suas mãos, né? Eu vi pelo jornal. Supergirl está furiosa com a criminalidade. - Alex comenta.
- Eles passaram um dia sem me ver. E Nia, é muito boazinha, e cheia de piadas sobre sonhos. - Kara fala.
- Isso foi uma crítica? - Nia chega perguntando.
- Não. Apenas um comentário. Os ladrões devem preferir ver você. - Kara ri levemente.
- Você que me ensinou. Confiança e bom exemplo, foi o que disse. - Nia devolve.
- Kara era assim no início. Mas acho que se cansou das piadas, até porque as dela eram péssimas. - Alex debocha.
- Você que nunca teve humor. - Kara enruga a testa.
- Chega de gracinhas, moças. Vamos trabalhar, armas perigosas estão perdidas e não vão voltar sozinhas. - J’onn termina a conversa.
Em casa, Lena bebia um pouco de whisky e olhava para o relógio, faltava 1 hora para às 15h. Ela pegou no celular várias vezes para mandar mensagem para Kara, mas desistiu todas as vezes. Pela manhã, ela deixou um recado na geladeira de Kara, avisando que estaria em uma reunião importante na L-Corp durante toda a tarde, e não poderia olhar o celular. Ela decide que é hora de ir, coloca o relógio sinalizador que Kara deu a ela, para qualquer emergência e desliga o celular. Lena não avisou a ninguém, apenas pegou um de seus carros e dirigiu até a antiga mansão Luthor perto de National City.
Quando ela chega, não percebe a presença de ninguém, nem mesmo de um carro. Ela coloca o código de segurança no dispositivo escondido na cerca, e a mansão sai do modo camuflagem. Antes de entrar, Lena fecha os olhos e respira, lembranças perturbadoras voltam a sua mente, de toda sua horrível infância naquela casa. Mesmo assim, ela entra, e ao chegar na sala se depara com um homem de terno preto, em pé, observando a lareira.
- Finalmente, Lena Luthor. - o homem fala, de costas para Lena ainda.
- E quem é você? Tive medo inicialmente que fosse meu irmão armando isso tudo, mas você tem cabelos e é alto. - Lena debocha.
O homem ri e vira para Lena.
- Não. Lex Luthor e eu somos bem diferentes, não só por conta do cabelo, mas também porque ele é só um homem vaidoso e egocêntrico, ele só quer ser aceito. Tudo começou porque Clark Kent não gostou das ideias dele para o mundo, que infantil. - o homem comenta.
- Concordo. E eu também acho que te conheço de algum lugar. - Lena fala, pensativa.
- Pensa um pouco, Lena, já fomos sócios. Mesmo que nunca tenhamos nos visto pessoalmente. - o homem fala.
- Espera…M.L. - Lena tenta se lembrar.
De repente, Lena ri e olha para o homem parado em frente a ela.
- Não posso acreditar. Maxwell Lord. Dono do império tecnológico Lord, e ainda, antigo investidor do meu laboratório em Metrópolis. Pena que suas ideias eram um pouco perigosas. E ainda se diz diferente do meu irmão. - Lena fala.
- Até que enfim. Minhas ideias eram geniais, você que era muito moralista. - Maxwell responde.
- Não vou discutir isso com você. Diga logo, o que quer? - Lena questiona, impaciente.
Maxwell vai até o sofá e se senta. Oferece whisky a Lena, mas ela nega com a cabeça.
- Ok. Vamos lá então. Quero que trabalhe comigo e com sua mãe no nosso novo projeto. Sua tecnologia é a chave, ela é inteligente e sutil. Diferente da do seu irmão, sempre ofensiva e espalhafatosa. Além de que, sua magia pode vir a calhar contra a Supergirl. - Maxwell explica.
- O que? Só pode ser piada. Sabe, eu até gostei da criatividade. - Lena ri e balança a cabeça negativamente.
- Sempre fui criativo. Mas piada? Nunca foi meu forte. Estou falando sério. - Maxwell fala.
- E o que exatamente te levou a pensar que eu aceitaria essa proposta ridícula? - Lena ri.
- Sua paixão ou obsessão, não sei ao certo, pela Kara Zor-el. Quer vê-la bem? Faça o que eu estou pedindo. - Maxwell responde, com um sorriso debochado.
- E o que você sabe sobre paixão? Ou qualquer sentimento. Sempre foi um babaca de 1º nível. - Lena devolve.
- Eu já tive alguém assim, Lena. Mas a perdi, por conta de baratas como sua namoradinha. Então, sim, eu sei o que é querer dar o mundo a alguém, pessoas como nós Lena, intensas e geniais, costumam amar de maneira muito mais poderosa que outras pessoas. - Maxwell explica.
- Está se comparando a mim? Me poupe. Eu vou embora, Kara e eu podemos muito bem nos proteger de pessoas como você e minha mãe. - Lena fala se levantando.
- Tem certeza que eu posso divulgar quem é a Supergirl, toda vidinha medíocre dela e as pessoas com quem ela a divide? Posso mandar matar todos, inclusive a pobre Esme? A Kara seria tão cruel assim se fosse pra proteger alguém que você ama? Você sabe do que sou capaz e do que eu tenho em minhas mãos. À minha disposição. - Maxwell questiona.
Lena para e pensa. Assim que ela saísse dali, Maxwell podia muito bem matar Esme ou qualquer um próximo a Kara, ele era tão poderoso e genial quanto seu irmão, só era mais discreto e menos famoso. Ela podia chamar Kara, ela o prenderia nesse instante, mas e se a ordem já tivesse sido dada? Kara tinha acabado de perder Mon-el. Como ela reagiria ao perder mais alguém por causa de Lena? O amor delas resistiria de novo? Kara a perdoaria por ser tão insensível e arrogante? Pensando no que aconteceu pela manhã, um peso tomou seu peito, a dor que seria perder o amor de Kara. Talvez ajudar Maxwell e sua mãe ao mesmo tempo que tentaria sabotá-los, não seria tão horrível assim, Lena sabe que poderia conseguir. Sua mãe e Maxwell eram narcisistas, não pensariam que estavam sendo enganados. Lena se vira para Maxwell.
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Outros mundos - Supercorp
FanfictionLena Luthor é uma cientista brilhante, que sofre com o legado doentio de sua família e a sombra do irmão criminoso, e decide abandonar sua cidade e ir buscar um mundo novo em National City, cidade da heroína Supergirl, com quem pretende manter uma b...