Kara tinha acabado de chegar em casa, quando recebe o sinal que Mon-el emitiu. No mesmo instante Kara voa na direção do sinal.
Quando estava chegando perto, achou estranho que o sinal vinha do prédio de Lena, e a preocupação aumentou em seu coração, ela sentia que havia algo muito errado.
Assim que chegou no prédio, ela aterrissou na cobertura e viu Mon-el caído no chão. Rapidamente ela corre até ele.
- Mon-el? - Kara questiona.
Sem resposta, ela vira o corpo de Mon-el, e se depara com um rosto sem vida, olhos abertos e uma estaca enterrada no coração do daxamita.
- Mon-el? Por favor, fala comigo! O que houve com você? Quem faria isso? - Kara diz sem conseguir segurar suas lágrimas e balançando o corpo de Mon-el.
Ainda sem nenhuma resposta, Kara ativa o ponto em seu ouvido e suplica para Alex.
- Alex! Me ajuda, eu preciso de você. Alguma coisa aconteceu com o Mon-el. Ele não tá respondendo.
- Oi. Tá tudo bem? O que houve? - Alex questiona sem entender.
- O Mon-el…ele…eu acho que ele tá morto. - Kara fala soluçando e completamente desesperada.
- O QUE? Eu não entendo. Onde você tá? - Alex questiona muito preocupada.
- Na cobertura do prédio de Lena. Eu vou levá-lo até você. Eu não cheguei a tempo. Eu não consegui… - Kara finaliza sem acreditar no que estava acontecendo.
Kara voa imediatamente para o DOE, segurando Mon-el em seus braços. Quando ela chega, Alex já esperava ela com uma maca. Kara coloca Mon-el na maca e Alex analisa o corpo.
- Me diz que ele vai ficar bem, por favor. - Kara suplica, chorando.
- Eu…eu sinto muito, Kara. Ele está morto a alguns minutos. É uma estaca de chumbo no peito dele. Não tem o que fazer. Alguém matou o Mon-el. De forma muito cruel. - Alex explica, incrédula e visivelmente emocionada.
Kara cai de joelhos e o ar parece não conseguir chegar até os seus pulmões. Mas no mesmo momento, um pensamento vem à sua cabeça: Lena. Ele foi achado lá. Talvez Lena também não estivesse bem. Kara se levanta e sai do transe, então avisa a Alex.
- Lena. Eu preciso ver se ela está bem. Meu Rao, por favor, não faça isso comigo.
Antes mesmo que Alex pudesse falar qualquer coisa, Kara voa rapidamente em direção a Lena. Durante o caminho, ela sentiu como se seu coração estivesse caindo do peito e sua mente não pensava em mais nada, apenas construía um cenário perturbador, onde ela não encontraria Lena bem.
Kara chega na cobertura de Lena e desesperada clama o nome de sua namorada.
- Lena! Lena, cadê você?
Lena que estava em sua biblioteca, paralisa sem entender porque está ouvindo Kara chamar por ela, com uma voz tão angustiada. Ela se levanta no mesmo instante, e abre a porta da biblioteca. Seus olhos passeiam pelo apartamento e se encontram com os olhos inundados de Kara.
- Kara? O que houve?
- Lena…Graças a Rao. Você está bem. - Kara diz ainda chorando, mas com um alívio em seu peito.
Kara vai em direção a ela, e a abraça forte. Mas Lena não consegue entender.
- Kara olha pra mim. O que está acontecendo? Minha mãe fugiu? - Lena pergunta se afastando do abraço e levantando a cabeça de Kara.
- Não. Na verdade eu não sei. Mas…alguém…alguém matou o Mon-el. - Kara diz sem parecer acreditar no que estava falando.
- O que? Não faz sentido. Mon-el está morto!? - Lena questiona.
- Sim. Eu o encontrei agora pouco, ele estava aqui em cima, na sua cobertura. Seu coração foi perfurado. - Kara explica.
- Oh meu Deus. Eu não entendo. Quem faria isso? - Lena tenta entender.
- Eu não sei. Eu não… - Kara tenta terminar mas perde as forças e é abraçada por Lena.
Lena estava completamente assustada sem entender o que poderia ter acontecido, e seu coração estava destruído por ver Kara naquele estado. Para ela, Kara sempre foi um símbolo de força, e agora, ela está desmoronando com a cabeça afundada no pescoço de Lena, soluçando de tanto chorar e sem conseguir respirar. Lena se contém por ela, mas ainda sim, algumas lágrimas saem de seu rosto.
Alguns minutos depois, Kara estava deitada no colo de Lena, recuperando suas forças e tentando acordar, do que parecia um pesadelo.
- Sabe, Lena, eu já perdi muitas pessoas na minha vida, inclusive meus pais biológicos e meu pai adotivo. Mas toda vez que isso acontece, eu penso que vou conseguir superar mais fácil. Mas toda vez, é a mesma coisa. A mesma dor. Eu sinto como se não fosse aguentar, como se meu peito fosse explodir. E dessa vez é pior, nós não estávamos na nossa melhor fase, e nem consegui chegar a tempo…Eu falhei com ele quando ele mais precisava de mim, é tudo culpa minha. - Kara desabafa.
- Não. É claro que não é culpa sua. Você não enfiou a estaca nele e nem sabia que isso aconteceria. Você não pode se responsabilizar por tudo e por todos. Você é uma super heroína, mas você também é uma pessoa, com suas próprias dores e responsabilidades. Não tinha como você saber que isso aconteceria. Você sempre vem quando chamamos pelo relógio, você nunca falha com a gente. - Lena tenta consolar Kara.
- Você pode estar certa. Mas ele não merecia isso. Eu não vou me perdoar se foi por alguém que queria me atingir. - Kara fala enquanto tenta conter suas lágrimas.
Lena levanta o rosto de Kara e olhando em seus olhos azuis, ela fala:
- Não importa quem fez ou porque fez. Nós vamos descobrir e pegar o desgraçado. É assim que faremos justiça pelo Mon-el. Vamos passar por isso juntas, não se preocupe.
- Obrigada. Eu te amo, e não consigo fazer isso sozinha. - Kara desabafa com a voz trêmula.
- Eu sei, não precisa. Eu também te amo, muito. Estou com você. - Lena diz encostando sua testa na de Kara.
Kara dá a ela um sorriso triste. Lena beija os lábios da loira carinhosamente e depois sua testa.
Alex manda uma mensagem: - Kara, venha até o DOE, temos notícias.
Kara visualiza no mesmo instante e junto com Lena, voa para o DOE. Chegando no lá, Kara vai em direção a Alex, rapidamente.
- Descobriu algo? - Kara questiona.
- Sim. Mon-el havia sido morto cerca de 2 minutos antes de você chegar. Quando ele emitiu o sinal, já estava ferido. Ele foi eletrocutado mais de uma vez por um projétil de uma das armas da L-Corp que Lillian havia roubado. Provavelmente ela quem forneceu ao assassino. Pelas câmeras de segurança de Lena, foi possível ver o ataque e também identificar os filhos da liberdade e seu agente mascarado. Foi ele. E o alvo não era Mon-el. Ele chegou de surpresa. Provavelmente estavam atrás de Lena. - Alex explica.
- Eles queriam Lena. Por que? Lillian realmente seria capaz disso? Eu quero ver as filmagens. - Kara diz.
- Eu não acho que seja bom pra você. - Alex adverte.
- Alex. Eu quero ver. Por favor. - Kara afirma.
Winn olha para Alex como se pedisse permissão, e Alex consente. Winn espelha as filmagens na tela grande e todos assistem. Alex, J’onn e Winn olham pra Kara preocupados. Kara olha e suas lágrimas voltam, mas ela consegue segurá-las. Lena que estava arrasada e sem conseguir expressar a culpa que estava tomando seu corpo, sai discretamente e vai até as celas.
Lena chega na cela de Lillian, e usando um dispositivo abre a cela e entra furiosa. Lillian se surpreende, mas antes que fale algo, Lena descarrega:
- Como pôde!? O quão podre essa família ainda vai se revelar? Por que não consegue me deixar em paz? Por que não consegue sair da minha vida? Matar sua própria filha? Teria coragem de fazer o mesmo com Lex?
- Do que está falando, Lena? Não sei se percebeu mas estive presa nas últimas horas. - Lillian fala.
- Jura? Como se não pudesse mandar algum idiota no seu lugar para fazer seu trabalhinho sujo. Lex a ensinou direitinho. - Lena rebate.
- Eu não fiz nada. Muito menos agir contra você. Apesar de ingrata, você é minha filha, fui eu quem criei você. Luthor’s não matam Luthor’s. - Lillian se defende.
- Eu não sou sua filha e você sempre me tratou de forma diferente. Sou filha da amante do seu marido, da mulher que você odeia. No fundo, você também me odeia. E agora quer atingir as pessoas que me importo. Você matou alguém que não tinha nada a ver com isso, alguém que não merecia ter sua vida encerrada tão cedo! Sua monstra! - Lena desabafa contendo o choro preso em sua garganta.
- Você está louca como ela. Eu já disse. Não fiz e não mandei ninguém fazer nada. Se alguém morreu, eu não tive culpa. Não dessa vez. - Lillian devolve.
- Chega! Você é uma mentirosa e não tem o direito de falar da minha mãe. Você nunca chegará aos pés dela. E eu vou fazer você pagar. Pagar pelo Mon-el. - Lena finaliza.
Lena ergue sua mão, seus olhos tornam-se roxos e recitando uma sentença em latim, aperta a garganta de Lillian através de um feitiço.
- Eu tô cansada de você. Ninguém vai mais se ferir por sua causa. - Lena completa.
Com o feitiço afetando as luzes e a cela aberta por tempo excessivo, o alarme de emergência toma conta do DOE. Kara olha pra trás no mesmo instante buscando por Lena, mas não a vê.
Alex olha as câmeras de segurança da área das celas, e vê o que está acontecendo.
- Merda. Ela vai matá-la. Precisamos impedi-la.
Alex corre junto com Kara, e elas se deparam com Lena atacando Lillian. Kara arregala os olhos, e mesmo com a força do feitiço afastando tudo ao seu redor, ela consegue atravessar a porta da cela e com dificuldade, chega até Lena.
- Lena, por favor! Não sabemos se foi ela realmente, precisamos dela. E ela é sua mãe, você se arrependeria pelo resto da vida. Pare, por favor. É isso que ela quer, te transformar em uma assassina como ela. - Kara implora.
- Ela não vai parar, Kara. Alguém tem que pará-la então. - Lena devolve.
- Lena, somos melhores do que isso. Você é melhor, é diferente dela. Seu coração é puro. Você disse que faríamos isso juntas, cumpra sua promessa.
- E o Mon-el? Foi minha arma que o matou. - Lena desabafa.
- Mas você não apertou o gatilho. Faço das suas palavras as minhas. Deixe-a. - Kara fala tocando o ombro de Lena.
Lena pensa nas palavras de Kara, e hesitante, abaixa sua mão. Ela deixa Lillian viver. Mas a olha com desprezo, enquanto Lillian põe as mãos em sua garganta, sentindo o alívio por estar viva.
- Obrigada, Supergirl. - Lillian fala.
- Não me agradeça. No fundo, uma parte de mim queria que ela tivesse feito. Mas diferente de você, não somos monstros. - Kara finaliza.
- Me desculpe. Eu perdi o controle. Fiquei cega de raiva. - Lena fala, olhando para suas mãos e deixando as lágrimas virem.
- Não se desculpe. Eu provavelmente teria o mesmo impulso, se você não tivesse tido primeiro. - Kara a consola.
- Lillian, você é a principal suspeita da morte do nosso agente, Mon-el. Eu mesma faço questão de provar sua culpa. - Alex afirma, com a voz embargada.
Kara tira Lena dali e a leva para a varanda. Elas se abraçam e Kara tenta amenizar a situação.
- Estamos todos com raiva e sensíveis, mas precisamos manter o controle. Ela quer isso, a nossa desunião. - Kara fala.
- Eu sei. Eu não acredito que ela tentou me pegar e ainda matou o Mon-el, que nem deveria estar ali. - Lena afirma.
- Isso é horrível. Mas nós vamos resolver isso juntas, nós somos muito melhores juntas. - Kara se aproxima de Lena e muito próxima do rosto da morena, afirma: El mayarah. (símbolo da casa de El, em kryptoniano significa “mais fortes juntos”).
- Significa que somos mais fortes juntos, não é? - Lena pergunta.
- Sim. Como eu e você. - Kara responde.
Lena sorri levemente e abraça sua namorada. Alex se aproxima delas e as 3 se abraçam. Quando elas se afastam, Alex inicia, bastante emocionada.
- Eu sinto muito, Kara. Eu nem consigo acreditar. Eu queria poder ter feito algo por ele.
- Eu também queria. Mas agora o que podemos fazer é impedir que mais alguém morra. Vamos fazer justiça em nome dele. E eu vou levá-lo no meu coração pelo resto da minha vida. - Kara afirma.
- Nós encontramos esse bilhete no bolso dele, tem sangue, mas ainda dá pra ver o que estava escrito. Acho que vocês devem ver, principalmente você, Lena. Ele estava lá pra falar com você. - Alex revela, entregando o papel nas mãos de Kara.
Lena e Kara se entreolham.
- Nós podemos ler juntas, em casa. Eu não posso fazer isso aqui. - Kara afirma.
- Claro. Vamos lá. - Lena concorda.
- Descansem. Amanhã o dia não vai ser mais fácil. Temos que nos despedir dele. E cuida dela, Lena. Acho que vai conseguir melhor do que eu. - Alex termina.
Alex e Kara se abraçam, e Alex planta um beijo na testa de sua irmã. Kara devolve um sorriso triste e vai embora com Lena.
No apartamento de Kara, elas se deitam para dormir. Nenhuma delas teve coragem de ler o bilhete, que aguardava ser aberto em cima do balcão da cozinha.Obrigada mais uma vez, mais um capítulo intenso. O que será que tinha no bilhete?
Até o próximo :)
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Outros mundos - Supercorp
FanfictionLena Luthor é uma cientista brilhante, que sofre com o legado doentio de sua família e a sombra do irmão criminoso, e decide abandonar sua cidade e ir buscar um mundo novo em National City, cidade da heroína Supergirl, com quem pretende manter uma b...