Depois daquele beijo nada esperado, Kara acordou pensativa e sem saber o que fazer exatamente, já que Lena havia fugido sem ao menos dizer uma palavra, ela imaginava se tinha destruído a amizade que deu tanto trabalho para ser conquistada e que completava os dias dela.
No outro lado da cidade, Lena também acordou pensativa, mas em vez de ter dúvidas sobre Kara, ela tinha dúvidas sobre si mesma, e o porquê dela ter fugido.
Kara tinha acabado de chegar na Catco, e estava em sua mesa tentando trabalhar, mas além de estar super desfocada, ela notava a ausência de Lena. Kara, então, vai a sala de James:
- Toc toc! Tá muito ocupado? - pergunta Kara.
- Não, Kara, pode entrar. - diz James.
- Então, eu queria saber se a Lena vem hoje. - diz Kara, receosa.
- Jura? Achei que vocês sabiam de cada passo uma da outra. Ela mandou mensagem, disse que iria passar essa semana na L-Corp, tava com alguns projetos para serem terminados. - afirma James.
- Ah, eu não sabia. Ela deve ter esquecido de me avisar. Ela disse mais alguma coisa? - pergunta Kara, esperançosa.
- Não. Porque? - pergunta James, curioso.
- Nada não. Só isso mesmo, tchauzinho. Vou continuar meu artigo. - termina Kara.
Na L-Corp, Lena trabalhava incansavelmente, como se aquilo fosse seu único propósito de vida naquele momento, ela queria de todas as formas esquecer e não pensar no que tinha acontecido, estava sufocando todos os sentimentos que apareciam e bastante mal humorada.
Kara chega em casa e se depara com Alex e Esme.
- Oi! Então a Esme estava doida pra te ver e contar as novidades na escola. - diz Alex.
- Ah, é mesmo? - diz Kara sorrindo pra Esme.
- Sim, tia Kara, foi muito legal ontem, teve passeio. - diz Esme, muito empolgada.
- A tia quer saber de tudo. - diz Kara, se abaixando para abraçar Esme.
- É, mas antes, a mamãe quer falar com a tia Kara, rapidinho, tá bem, meu amor? - diz Alex, colocando Esme no sofá.
Kara e Alex, então, vão para cozinha. Enquanto Kara pega pizza e bolo na geladeira, Alex questiona.
- Então, eu vi algo nas câmeras hoje pela manhã e queria conversar com você. - diz Alex.
- O que? VVocê viu algo? - diz Kara, apreensiva.
- Sim. Eu vi exatamente o que você está pensando. Não pretendia me contar? - pergunta Alex.
- Não, quer dizer, sim, pretendia. Mas não sabia exatamente como e eu pretendia falar com ela antes. - diz Kara, chateada, olhando pra baixo.
- Não conseguiu? - pergunta Alex.
- Não. Ela vai passar a semana na L-Corp, e aparentemente, não quer saber de mim já que ela está fugindo. Acha que eu devo ir falar com ela? - diz Kara.
- Não. Ela foi embora, eu vi, e se ela está correndo de você, ir atrás dela só te faz idiota. Vocês são amigas, se algo aconteceu e ela não quer conversar, não força a barra, você tentou. - aconselha Alex.
- Você está certa, eu que fiz aquilo, mas ela nem sequer me deu a chance de me desculpar. - diz Kara.
- Se desculpar? Por ter beijado ela? Se você fez isso é porque sentiu algo, eu conheço você. Não é? - diz Alex.
- Sim. Eu pensava que não, mas algo diferente vinha acontecendo, na verdade, desde que a vi pela primeira vez, me sinto tão euforicamente bem, como se eu precisasse conhecê-la. - diz Kara.
- Eu sei bem como é. E vamos combinar né, ela é maravilhosa. Tive alguns problemas com ela no início, mas ela provou quem ela é e se você gosta dela e confia, eu sinto que também posso. - diz Alex, pegando na mão de Kara.
- Eu sei, muito maravilhosa. Mas ela não sente o mesmo. E eu também estou confusa, eu nunca senti isso por outras mulheres antes e nem sei até que ponto é amizade ou outra coisa. Tudo é confuso. - diz Kara, incomodada.
- Tudo vai se esclarecer. Só depende dela. Se ela não sentir o mesmo, você não vai morrer por causa disso. - diz Alex, sorrindo pra Kara, que sorri de volta.
Kara e Alex se abraçam. Esme as surpreende.
- Quero abraçar também. - diz a pequena Esme.
- Vem cá. - diz Kara.
- Tia Kara, não se preocupe, todo mundo gosta de você, não fique triste. - diz Esme, enquanto abraça Kara.
Kara e Alex trocam olhares engraçados, por Esme ter ouvido a conversa. Kara ri e senta com Esme no sofá para ouvir as histórias dela.
Mais tarde, Kara vai encontrar sua amiga, Nia, no bar alienígena de National City. Quando ela chega, encontra Mon-el, bebendo sozinho.
- Com problemas? - pergunta Kara, tímida.
- É, uma pessoa não tem facilitado minha vida. - diz Mon-el, com tom triste.
- Aposto que você também não facilitou a dela. - diz Kara, rindo.
Mon-el olha pra Kara e os dois riem.
- Definitivamente, não - Mon-el responde. - Esperando alguém? - ele completa.
- Sim, Nia. - diz Kara.
Nia, então, chega ao bar e se junta a Mon-el e Kara.
- Então seremos 3 nessa noite das amigas? - brinca Nia.
- Temos um agregado que está precisando. - diz Kara, batendo no ombro de Mon-el.
Eles então bebem, e conversam sobre várias coisas diferentes. Mon-el sai para ir ao banheiro e Nia puxa conversa.
- O que queria conversar? - diz Nia.
- Era sobre algo que aconteceu ontem. - diz Kara, desapontada.
- Sobre Lena? - pergunta Nia.
- Que? Como sabe? Alex te contou? - diz Kara, surpresa.
- Não. Mas você se esquece que além de sua amiga, eu também sou a Sonhadora, você acha que eu não tenho visões sobre você? - Nia debocha.
- Ah, porque não me contou? - diz Kara.
- Não posso mexer com o futuro sempre. Algumas coisas devem ser naturais. - diz Nia.
- Claro. Você sabia que eu a beijaria em um momento de completa loucura? - pergunta Kara.
- Não é loucura, você está se descobrindo e gostando de uma amiga, por isso, resolveu beijá-la quando sentiu que era o momento. Relaxa. - diz Nia, consolando Kara.
- Queria falar mais, mas Mon-el está vindo. - diz Kara.
- Depois aprofundamos isso. Por hora, bem vinda a comunidade. - diz Nia, piscando para Kara.
Kara ri e Mon-el chega. Eles bebem até o bar fechar. Mon-el e Nia se preocupam por Kara ter exagerado um pouco. Então eles vão deixá-la em casa.
No apartamento de Kara, Nia coloca ela na cama e resolve dormir por lá mesmo. Mon-el até tentou ficar também, mas Nia não permitiu.
Mon-el então sai do apartamento e se depara com Lena saindo do elevador.
- Lena? - Mon-el fala, surpreso.
- Onde está Kara? - pergunta Lena.
- Dormindo. Nós exageramos um pouco na bebida. - Mon-el, se gabando.
- Ela está bem? - pergunta Lena, preocupada e incomodada.
- Sim. Está ótima, não precisa se preocupar, eu sempre cuido muito bem dela. - diz Mon-el.
- Claro. A noite foi boa, digo, vocês se divertiram? - pergunta Lena, controlando sua raiva.
- Muito. Que noite! - diz Mon-el, rindo.
- Ok. Eu vou indo então. - diz Lena, indo para o elevador.
- Queria falar algo importante pra ela? - pergunta Mon-el.
- Nada que ela realmente se importe. - termina Lena, enquanto a porta do elevador se fecha.
Após 3 dias, Kara decide ir atrás de Lena, pois não aguentava mais esperar por uma resposta que nunca vinha. Era de noite, Lena estava na L-Corp. Enquanto bebia seu whisky, ela observava o computador, quando decide abrir a gaveta, e se depara com uma foto que Kara havia dado a ela, onde as duas riam abraçadas. Com raiva, ela olhava a foto como se quisesse que ela pegasse fogo. Então, Kara aterrissa em sua varanda e ela fecha a gaveta imediatamente.
- Veio de Supergirl. Vai ter coragem de pedir minha ajuda? - pergunta Lena, fria.
- Não. Aproveitei que já estava perto em uma missão para o DOE. - diz Kara, seca.
- Pra me acusar de que exatamente? - pergunta Lena.
- Acusar? Eu fui a única pessoa nessa cidade que nunca fez isso. Porque fala como se eu tivesse cometido algum crime? Eu te beijei, admito, não era o que você queria, peço desculpas, e nunca mais vai se repetir. Mas não me trate dessa forma. - diz Kara, inconformada e de braços cruzados.
- Acha que estou com raiva disso? Então o seu namoradinho não te contou? - diz Lena, debochando.
- Namoradinho? Do que está falando? - pergunta Kara, confusa.
- Eu vi ele te deixando em casa a 3 dias atrás. Você age rápido, não é? Beija alguém um dia e depois outro. - diz Lena, com ciúmes.
- O que? Você viu ele sair do meu apartamento tarde da noite e deduziu que estávamos juntos? - diz Kara, incrédula.
- Eu sou uma mulher inteligente, Kara. - diz Lena.
- Eu jamais discordaria disso. Mas nem se preocupou em ouvir meu lado da história, mesmo sabendo que o dele é parcial? - indaga Kara.
- Não queria perder meu tempo. - responde Lena.
- Eu sou uma perda de tempo? Nós somos? Você nem me deu a chance. Naquele dia, eu fui ao bar com Nia e nós encontramos Mon-el, bebemos todos juntos e eles me deixaram em casa. Eu não estava muito equilibrada para voar por aí. Obrigada pela preocupação. - debocha Kara.
- Ah, eu não sabia. - diz Lena, confusa.
- Nem se deu ao trabalho, como poderia? - Kara responde, ríspida.
- Me desculpe. Me deixei tomar pela raiva e me fechei. - diz Lena, com tom de tristeza.
- Raiva? Por eu ter feito o que fiz? - pergunta Kara.
- Não. De forma alguma. Raiva de mim, por ter fugido. - diz Lena.
- Se não era o que queria, era só ter me falado no dia seguinte. Mas preferiu se trancar nessa torre. - diz Kara.
- Eu sei. O trabalho sempre me distrai. Mas dessa vez não funcionou. Eu fui até lá pra falar com você. -diz Lena.
- Falar o que? - Kara pergunta, esperançosa.
- Eu não sei exatamente. Porque fez aquilo? - pergunta Lena.
- Porque meu corpo pediu e eu achei que você também queria, eu confundi os sinais que me deu. Sinto muito. - diz Kara, decepcionada.
- Não peça desculpas. Você não fez nada errado, só respondeu aos seus sentimentos. Eu é quem fujo disso. - diz Lena.
- Não precisa fugir. O que você sente? - diz Kara.
- Não sei. Eu não queria nada disso, relacionamentos sempre foram uma perda de tempo pra mim. Sempre me distraíram e me prejudicaram. Sempre achei que não precisava deles. - diz Lena, confusa.
- E sente que precisa agora? - pergunta Kara.
- Não tenho essa resposta que tanto quer. Porque você quer isso? - diz Lena, com medo da resposta.
- Porque…não sei direito, mas sinto meu corpo vibrar por você e isso me deixa tão vulnerável, como se tudo que há em mim quisesse se mostrar pra você sem medo algum. Achei que era apenas a força da nossa amizade, mas não é, é muito mais íntimo que isso e diferente de qualquer outra amizade que já tive. - diz Kara, receosa.
- Nossa. Não sabia disso. Porque não me contou? - pergunta Lena, sem conseguir respirar direito.
- Porque não queria estragar tudo. Deixar tudo estranho como está agora. - diz Kara, triste.
- Eu não sei o que dizer. Não sei lidar com isso. - diz Lena, também triste.
- Eu estou disponível sempre. Minha porta está aberta pra você. No dia que quiser falar, seja qual for a resposta, me diga, eu estarei esperando por você. - diz Kara.
Elas se olham, mas Lena não consegue dizer nada. Kara então abaixa a cabeça e vai em direção a varanda. Perto da varanda Kara diz: - Adeus, Lena. - E vai embora. Lena olha, se levanta e não consegue mais segurar suas lágrimas. Ela queria dizer tantas coisas, mas lhe faltou coragem, Kara é tudo que ela sempre quis, mas está deixando escorregar pelos dedos, por puro medo.
Obrigada e desculpa a demora, espero que gostem! Até o próximo :)
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Outros mundos - Supercorp
FanfictionLena Luthor é uma cientista brilhante, que sofre com o legado doentio de sua família e a sombra do irmão criminoso, e decide abandonar sua cidade e ir buscar um mundo novo em National City, cidade da heroína Supergirl, com quem pretende manter uma b...