Cap 10 - Será tudo um sonho?

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No dia seguinte, Kara acorda, e no mesmo instante pensamentos transbordam sua mente com as memórias da noite passada. Ela abre um sorriso e tenta entender como tudo aconteceu, parecia mais sonho que realidade. Ela, então, olha pro lado e vê Lena, ainda adormecida. A loira se levanta com cuidado, e corre para o banho. Após o banho, ela vai pra cozinha e começa sua tarefa mais importante: o café da manhã.
Lena acorda, olha para o lado e não enxerga Kara como imaginou. Pensa que talvez tudo realmente não passou de um sonho, mas então porque ela está em uma cama que não é a sua? Lena se levanta e escuta uma movimentação vindo diretamente da cozinha.

- O que está aprontando Kara Danvers? - Lena surpreende Kara.

Kara se assusta, derruba a panela que segurava e olha para Lena.

- O que está fazendo? Você não deveria acordar agora, eu ainda não terminei. - Kara fala com o rosto chateado.

- Mas eu acordei. Talvez eu possa ajudar minha namorada a fazer o nosso café da manhã, não acha? - Lena sugere.

- NAMORADA? - Kara questiona com olhos arregalados e quase engasgando.

Lena ri e se aproxima de Kara, olhando diretamente em seus olhos azuis e diz:

- Não é o que somos? Ou você já quer se livrar de mim?

- Nunca! O que, tá brincando? Eu sofri pra te conquistar, ok? Preciso fazer valer a pena. - Kara diz sorrindo para a morena.

- Então precisa de um pedido formal? - Lena questiona passando seus braços em volta da cintura de Kara.

- Não. Nunca precisará de formalidade comigo. Somos Kara e Lena, uma Luthor e uma kryptoniana, antes melhores amigas e agora namoradas. O que acha? - Kara afirma, colocando suas mãos sobre os ombros da morena.

- Acho improvável, mas perfeito. - Lena termina sorrindo carinhosamente para Kara e a beijando em seguida.

Kara logo direciona Lena para de trás do balcão, para que ela se sente enquanto ela termina o café da manhã. Lena sabia que Kara não é boa cozinheira, e que provavelmente seria um desastre, mas ela não dava a mínima pra isso, era muito mais importante vê-la se esforçando e apreciar aquele momento com ela, afinal, isso era raro para Lena. Na maior parte de sua vida, ela tomou café com pessoas que seriam capazes de matar o cozinheiro caso ele não fizesse o café da manhã ideal.
Mais tarde, após o café da manhã, elas vão juntas para Catco. Lena tinha uma reunião com acionistas, enquanto Kara precisava se apressar no seu artigo da semana, e ela tinha uma entrevista mais tarde com a presidente dos Estados Unidos, que estava de passagem por National City, era o aniversário de 1 ano do Ato de Anistia, que deu liberdade para alienígenas de todo o país.
Enquanto escrevia concentrada e repassava mil vezes as perguntas para entrevista, Kara sente alguém se aproximar de sua mesa.

- Kara? - questiona Mon-el.

- Mon-el? O que faz aqui? - Kara pergunta, surpresa.

- Precisamos conversar. Eu descobri algo, eu acho. - Mon-el afirma, com os olhos encharcados.

- O que houve? - Kara pergunta, preocupada.

- É verdade o que estão dizendo? Sobre você e Lena Luthor? - Mon-el vai direto ao ponto, parecendo magoado.

- O que estão dizendo? - Kara questiona, se sentindo aflita.

- Que vocês…que vocês estão juntas? Tipo, namorando? - Mon-el questiona, com a voz embargada.

- Mon-el aqui não é hora nem lugar pra isso. Por favor. - Kara diz, olhando ao seu redor.

- Então é verdade? Por favor, Kara, só me diz isso! - Mon-el exclama.

- Quer saber a verdade? Sim, é tudo verdade e não é da conta de ninguém. Agora, por favor, podemos conversar em alguma sala ou em outro lugar? - Kara rebate.

- Não, não temos mais nada para conversar. Eu achei que as coisas podiam ser diferentes, mas você já me esqueceu, não é? Eu só queria que tivesse tido a decência de me contar antes que eu soubesse por aí. Boa sorte com ela, não diga que não avisei, você adora se meter em encrenca. - Mon-el exclama, com raiva e limpando as lágrimas que insistiam em descer.

- Mon-el, não é desse jeito, eu queria ter te contado primeiro, eu nem sequer sabia que estavam fofocando disso por aí. Me deixe ao menos explicar isso tudo, mas não aqui, é o meu trabalho. - Kara diz.

- Não quer que o mundo saiba, Kara? Tem vergonha de alguma coisa? - Mon-el indaga aumentando o tom de voz e olhando ao redor.

- Mon-el, chega! Não se atreva! - Kara exclama.

- Não se preocupe, ao contrário de você, eu ainda tenho consideração. - Mon-el debocha, se virando e indo em direção ao elevador.

Kara vai atrás dele em passos apressados. Lena percebe a movimentação, e sai da sua sala para entender melhor.

- Mon-el, por favor, me escute! - Kara fala indo em direção à Mon-el.

Porém, Mon-el continua, entra no elevador e as portas se fecham enquanto ele olha pra Kara, tentando conter suas lágrimas, e Kara olha de volta angustiada e confusa.
Kara retorna para sua mesa, e pensativa, ela abaixa a cabeça em sua mesa.

- Kara? Está tudo bem? - Lena questiona enquanto se aproxima da mesa de Kara.

Kara se levanta e vê Lena preocupada. A loira, então, responde:

- Não. Está tudo bem, só preciso conversar com ele depois. Mon-el tem de a ser um pouco intenso às vezes.

- Ele descobriu? - Lena questiona.

- Sim, eu acho. As pessoas estão comentando, acho que viram a gente ontem no restaurante. - Kara afirma.

- Por mim, não tem o menor problema. Já estou acostumada com todos esses holofotes, mas desta vez pelo menos é algo bom. Tudo bem pra você? - Lena, questiona.

- Sim. Não é nada demais pra mim também. Só não queria vê-lo triste. Apesar de tudo, ainda me importo, ele foi importante pra mim, e pensei que podíamos até ser amigos de novo. Mas acho que não vai rolar. - Kara termina.

- Acho que não. Ele não parece ir muito com a minha cara. - Lena ri.

- Definitivamente, não. - Kara devolve, com um pequeno sorriso.

- Bom, vou te deixar trabalhar então. Mais tarde eu estarei lá, torcendo por você. - Lena termina.

Kara olha com muito apreço e assente com a cabeça. Ela estava nervosa, mas sabia que Lena e sua família estariam lá, dando apoio a ela, na entrevista mais importante de sua vida. E Cat Grant havia preparado ela, por isso confiou a Kara esse trabalho.
Mais tarde, Kara chega ao estúdio de gravação, e tenta se integrar com o ambiente. A Supergirl também havia sido convidada, mas é claro, não seria possível e J’onn não queria ter que se passar por ela novamente, ainda mais em rede nacional, ou melhor, mundial.
A presidente chega ao estúdio, e Kara nervosa não sabia nem como cumprimentá-la.
- Olá, Sra. presidente…Eu eu sou Kara Z…Danvers. Danvers. A repórter da Catco. - Kara fala nervosa e tropeçando nas palavras enquanto aperta a mão da presidente.

- Olá, Kara Danvers. Eu sei quem você é, suas reportagens são maravilhosas, gostaria de mais repórteres como você. - afirma a presidente.

- A senhora lê? Meu Rao…digo, meu Deus, isso é uma honra. - diz Kara, feliz e completamente impressionada.

Com as câmeras ligando e todo o país sentando de frente para suas TVs, a entrevista já vai começar. Kara olha nervosa ao redor e tenta respirar fechando os olhos. Quando os abre, seus olhos azuis se encontram com os olhos verdes de Lena, que chegou ao estúdio e olhava para Kara sorrindo e passando pra ela toda força que precisava. Em seguida, Alex chega com Esme e Kelly para verem de perto a entrevista.
A entrevista começa, tudo corre muito bem, Kara estava segura como nunca, e fazendo tudo que Cat havia ensinado a ela. Com a entrevista sendo finalizada, o sinal é interrompido e Lillian Luthor aparece para mandar um recado.

- Atenção presidente e moradores de National City, venho por meio deste, dizer que se o Ato de Anistia não for revogado até amanhã, os alienígenas que estão comigo serão mortos, e os filhos da liberdade começarão um verdadeiro massacre. E claro, se você tentar qualquer coisa Supergirl, eu acelero meus planos. Não tente nos achar, tenho algo que você não espera, e posso usar a qualquer momento.

Todos ficam tensos e Lena olha para Kara preocupada. Kara se levanta, agradece a presidente e sai correndo ao encontro de Lena e Alex.

- Vamos para o DOE, temos que acabar com isso rapidamente, antes que Lillian tente fazer algo contra a presidente. - diz Kara.

Alex, Lena e Kara vão para o DOE, enquanto Kelly leva Esme para casa. Chegando no DOE, J’onn não tem boas notícias:

- Ontem a noite mais de 20 alienígenas sumiram de suas casas e famílias, e não estamos conseguindo achá-los. Não há sinal deles.

- E agora, o que vamos fazer, a presidência dos Estados Unidos não vai ceder, eles não negociam com terroristas. - diz Kara, preocupada.

- Nem se fizessem. Nós vamos achar Lillian e os idiotas que a seguem, o Ato de Anistia não vai ser revogado, minha família precisa dele. - Alex afirma, determinada.

- Gente, eu sinto muito, minha mãe está completamente louca. Eu posso tentar achar ela. - Lena afirma.

- Não é culpa sua. Vejam o que podem fazer, eu vou sobrevoar a cidade atrás de alguma coisa. - Kara termina.

Kara sai voando. Lena recebe uma mensagem no celular e vai checar. - Sra. Luthor, o cofre da L-Corp foi furtado. Alguns protótipos das novas armas anti-alienígenas foram roubados, foi por alguém que sabia como acessar a segurança sem ser percebido tão rapidamente. Estamos tentando localizar.
Lena fica apreensiva e tenta pensar quem poderia ter sido. É claro, Eve, a única pessoa que poderia fazer isso tão facilmente, afinal, Lena esteve distraída esses dias e esqueceu de modificar os principais códigos de segurança depois da traição de Eve. Lena, então, se culpou e não sabia como contaria a Kara.
Kara chega da varredura, e afirma não ter encontrado nada. Alex a recebe com a mesma resposta.

- Eu sei o que houve e porque minha mãe conseguiu agir tão rapidamente, sem que percebêssemos. - Lena afirma.

- O que? - Kara questiona.

- Meu cofre na L-Corp foi furtado. Acho que Eve fez o trabalho sujo e entregou alguns protótipos poderosos de armas para minha mãe. Armas que poderiam ferir até mesmo você, Kara. E ainda, um camuflador portátil, que interrompe qualquer sinal de rastreio e inibe sinais fortes de energia. - Lena explica.

- É por isso que não estamos achando nada. - diz Winn.

- Quem fez essas armas? Foi o Lex? - Kara questiona.

- Não. Fui eu. É meu projeto. - Lena fala envergonhada e sem conseguir encarar Kara.

- O que? Porque você faria isso? - Kara questiona.

- Porque eu sabia que mais ameaças alienígenas poderiam voltar a National City como no passado, e nós humanos também tínhamos que saber nos proteger, e não jogar tudo nas suas costas, como sempre fazem Kara, queria que a população também fosse capaz de se proteger sozinha. - Lena finaliza.

- Entregando armas que podem ferir quem já é ferido e perseguido todos os dias? - Kara questiona, desacreditada.

- Não é assim que pensei. Armas para emergências e não seriam entregues a qualquer um, acredite em mim. Você acha que eu queria apenas causar caos? Você me conhece, Kara. Por favor, não me olhe assim. - Lena suplica.

- Kara, nós também temos armas assim no DOE, Lena não é uma instituição governamental, mas a empresa dela tem autorização para produzir tecnologia letal, desde que seja supervisionado, é claro. Não temos tempo pra essa discussão, precisamos impedir Lillian. - Alex afirma.

- E você também tem armas perigosas na fortaleza da solidão, vai falar que é diferente pra você? - Lena questiona.

Kara suspira, enruga a testa e relutante continua, olhando pra Lena:

- Você está certa. Eu só me impressionei, não esperava. De qualquer maneira, já temos ideias de como achá-la?

- Já que a tecnologia não está ajudando. Lena, você não poderia usar outro caminho? - Alex sugere.

- O que? Tipo feitiço de localização? - Lena ri.

- Sim. É possível? - Kara pergunta.

- Na verdade, é sim, deve ter algo assim no grimório da minha mãe. Mas eu não costumo usar, você sabe. - Lena responde.

- Mas é uma emergência, você não poderia tentar? Eu confio em você. - Kara suplica.

- Tudo bem, eu só preciso passar em casa e trazer algumas coisas pra cá. - Lena afirma.

- Eu te levo. Vamos. - Kara termina.

Elas chegam no apartamento de Lena. Lena vai atrás dos recursos que precisa e do grimório de sua mãe. Kara espera na sala, quando avista um porta retrato com uma foto delas na mesinha de centro de Lena. Kara pega o porta retrato e fica olhando pra ele, pensando o quão rude tinha sido alguns minutos atrás, questionando Lena antes mesmo de ouvir o lado dela da história, e sem parar pra pensar que ela estava tendo que lutar contra sua própria mãe, independente de quem ela fosse, ainda sim, isso deveria ser difícil para Lena. Kara foi tomada por culpa.

Obrigada por mais um capítulo, como será que elas resolverão essa história? No próximo capítulo descobriremos e terá um acontecimento muito importante. Até lá :)

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