Stella di Angelo
Traidora. A traidora.
Eu nunca pensei que carregaria esse título, mas agora era meu.
Eu nunca joguei xadrez, mas uma vez em Hestover Hall, o antigo internato onde eu e meus irmãos estudávamos, eu assisti a um campeonato. Foi bastante chato, uma das minhas professoras disse que xadrez se limitava a estratégia, paciência e uma pitada de sorte. Eu sempre imaginei minha vida assim, como uma partida de xadrez em que eu precisava lutar para proteger meu rei metodicamente. Pensando melhor não fazia o menor sentido imaginar dessa forma. Eu não sabia jogar xadrez, mas sabia lidar com minha vida, eu só me distraia as vezes.
Era mais como uma partida de poker, em que eu tinha um péssimo baralho, mesmo assim continuava apostando minhas fichas e blefando sem nem pensar. E pelo jeito, mesmo depois de tudo isso, Cronos continuava acreditando que eu tinha nas mãos cartas o suficiente para vencer sem nem tentar.
Desde que eu deixará o exército de Cronos ele não visitou os meus sonhos, talvez porque eu estivesse longe de seu controle, talvez porque Mnemoise e meu pai me visitavam em quase todos os meus sonhos, ou talvez ele só quisse que eu acreditasse que eu estava livre dele. Mas eu não estava.
Eu acordo com Mini Cérberus e Nico em cima de mim. Eu sinto cada músculo do meu corpo tremer.
—Calma, você já acordou. O que aconteceu?
—Ele. — Sinto um arrepio correr minha coluna enquanto sento na cama, minha cabeça dói. Mini Cerberus apoia as três cabeças no meu colo de forma desajeitada e eu acaricio cada uma tentando acalma-las, mas todas as cabeças parecem, impressionantemente, concordar que não estava tudo bem, então continuam tensas.
—Você sonhou com Cronos? O que ele disse?
—Que em breve eu descobriria o peso de ser uma traidora e depois riu.
—Stella — Ele me obrigou a olhar para ele. — Você não traiu ele. Você só estava tentando se peoteger. Não foi errado.
—Eles não concordam.
—Não importa o que eles acham. Você é minha irmã, eu te conheço e sei que você não é uma traidora. — Mas Nico coatumava me conhecer. Ele não conhecia a Stella que controlava cada mísero movimento e fala para manipular Cronos, ele não conhecia a Stella, que às vezes estava tão cansada que não atuava, mentia para si mesma que Cronos estava genuinamente certo e tomava aquilo como verdade absoluta. Nico não me conhecia.
***
Meu irmão gêmeo é e sempre foi muito teimoso.
Foi a única coisa que consegui pensar enquanto Nico me falava sobre a história do fundador da Lamborghini, a marca do carro que estava em nossa frente, com um cinza chumbo que cobria todos os detalhes e um formato engraçado que dava a impressão que ele poderia apostar corrida com o vento e vencer, o que era quase verdade. Aparentemente o carro que se transmutava em diversos modelos, mas sempre contendo o touro em um pequeno autorelevo no capô, sabia das nossas intenções, porque só haviam dois bancos.
—Ele era espanhol.
—Pensei que era italiano, — comentei fingindo me entreter pelo assunto.
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Di Angelo 3 | O filho de Cronos
Fantasy𝐷𝑒𝑠𝑝𝑟𝑒𝑧𝑒 𝑜 𝑚𝑜𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑠 𝑎𝑐𝑒𝑛𝑑𝑒𝑚 𝑣𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑅𝑜𝑚𝑎, 𝑚𝑎𝑠 𝑎𝑚𝑒 𝑜 𝑑𝑜𝑐𝑒 𝑎𝑟 𝑑𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑚𝑒𝑠𝑎𝑠. 𝑆𝑖𝑛𝑡𝑎 𝑚𝑎́𝑔𝑜𝑎 𝑒 𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒, 𝑚𝑎𝑠 𝑛𝑎̃𝑜 𝑠𝑜𝑓𝑟𝑎 𝑠𝑜𝑧𝑖𝑛ℎ𝑜, 𝑢𝑠𝑒 𝑎 𝑑𝑜𝑟 𝑐𝑜�...