Nico di Angelo
Minhas maldições ressoavam alto pelo meu quarto.
Era imenso, com um pé direito que caberia no mínimo duas Sra. O'Leary uma em cima da outra. O chão de mármore negro frio e o teto incrustado de pedras de obsidiana e ônix. A cama caberia um time de futebol inteiro confortavelmente. Eu e Stella passamos algumas semanas dormindo ali enquanto tentávamos descobrir os segredos do nosso pai, sem muito resultado.
Eu queria bater minha cabeça na parede sem parar. Como eu pude ser tão estúpido e impulsivo? É claro que meu pai não revelará tudo. Era por isso que ele insistiu para deixar Stella longe disso, porque Stella não cairia nisso...
Deuses, Stella vai querer minha cabeça em uma bandeja de prata.
Ok, Nico, você foi estúpido? Sim.
Tudo bem, é só consertar essa bagunça, vai dar tudo certo. Improvável.
Eu só preciso chegar nas masmorras, tirar o Percy de lá, recuperar a confiança dele e levar ele para o Estinge antes do meu pai perceber o sumiço de qualquer um de nós dois.
Eu saio de fininho do meu quarto antes que meu cérebro possa me dar uma lista de tudo que pode dar errado. Pode parecer contraditório, mas a parte mais fácil era chegar nas masmorras. Quando eu disse que eu e Stella ficamos aqui por semanas, quero dizer que procuramos em todas as partes do palácio que alguém vivo poderia estar, algumas que não poderia. Então eu me esgueirei com facilidade pelas sombras até as masmorras. Presumi que fosse de Percy a masmorra onde os esqueletos se acumulavam. Eu fiz um movimento de estrangulamento no ar e todos eles caíram no chão.
A cela de Percy não tinha barras, nem janelas e nem mesmo uma porta. Ele estava no chão e eu tive muito medo de estar morto, começo a me aproximar chamando o nome dele. Ele recuperou a espada. Se levantou rapidamente ainda meio dormindo me jogando contra o chão da sela com a ponta de sua espada na minha garganta.
— Queria... resgatar..., — engasgo, com um movimento em falso a lâmina fria perfuraria minha traqueia.
— Ah, é? E por que eu deveria confiar em você? — Ele respondeu irritado.
— Sem... escolha? — gaguejei.
Meio frustrado por ser obrigado a concordar ele me deixou livre. Eu me encolhi com enjoo e ânsias de vômito pela pressão na minha garganta, então respiro fundo me recompondo e me levantando. Nos dois estávamos com as espadas embainhadas, mas eu realmente torcia para não começarmos uma luta.
— Nós temos que sair daqui, — constatei o óbvio.
— Por quê? O seu pai quer conversar comigo de novo?
Eu prendi minha respiração porque realmente foi culpa minha.
— Percy, eu juro pelo Rio Styx, eu não sabia o que ele estava planejando.
— Você sabe como seu pai é!
— Ele me enganou. Ele prometeu! Ouça... agora mesmo, nós temos que ir. Eu pus os guardas para dormir, mas isso não vai durar muito.
Apontando para parede sólida, ordenei na minha cabeça que ela desaparecesse até que uma seção inteira desapareceu, revelando um corredor.
— Vamos lá. — Pedi.
Ele não teve argumentos para não me seguir. Toda vez que um guarda-esqueleto entrou no nosso caminho, fiz o mesmo processo e eles deixavam de ser um problema. A gente precisa acabar com isso antes que acabe comigo. Nós andamos por um labirinto de corredores cheio de guardas. Quando chegamos numa cozinha cheia de cozinheiros e empregados-esqueleto, eu mal me mantinha em pé sozinho, mesmo assim coloquei todos os mortos para dormir. Foi Percy que teve de me arrastar para a entrada dos empregados e dentro dos Campos de Asfódelos.
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Di Angelo 3 | O filho de Cronos
Fantasy𝐷𝑒𝑠𝑝𝑟𝑒𝑧𝑒 𝑜 𝑚𝑜𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑠 𝑎𝑐𝑒𝑛𝑑𝑒𝑚 𝑣𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑅𝑜𝑚𝑎, 𝑚𝑎𝑠 𝑎𝑚𝑒 𝑜 𝑑𝑜𝑐𝑒 𝑎𝑟 𝑑𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑚𝑒𝑠𝑎𝑠. 𝑆𝑖𝑛𝑡𝑎 𝑚𝑎́𝑔𝑜𝑎 𝑒 𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒, 𝑚𝑎𝑠 𝑛𝑎̃𝑜 𝑠𝑜𝑓𝑟𝑎 𝑠𝑜𝑧𝑖𝑛ℎ𝑜, 𝑢𝑠𝑒 𝑎 𝑑𝑜𝑟 𝑐𝑜�...