12. Quando minha mãe foi o crush de metade do Olimpo

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Stella di Angelo

Eu genuinamente penso que estou morta quando acordo no meu quarto no palácio do meu pai, o Grande Rei dos Mortos, ao invés de uma câmara fria de profecias amaldiçoada por umas centenas de cobras e um fantasma. Eu não tinha nada contra fantasmas, o que era bom já que aparentemente eu teria que lidar com eles pelo restante da eternidade, e bem...eu não tinha nada a favor das cobras. Mais frustrante ainda era ter morrido em busca da minha profecia e nem sequer ter conseguido.

Eu excluo a hipótese de estar morta quando meu coração acelera ao me assustar com o choro inconfundível de Mini Cerberus. Minhas cachorras estão deitadas do meu lado, é Alnilam, a cabeça esquerda, que está chorando, enquanto Mintaka, a cabeça do meio, observa a porta do quarto com atenção e Alnitak, a cabeça da esquerda, está quase dormindo.

— Hey, está tudo bem, — digo, minha voz sai estranha, arranhando minha garganta, faço carinho em Alnilam, enquanto Mintaka começa a me lamber. — Está tudo bem, eu acho.

Eu me levanto da cama de lençóis negros e vou até meus all-star lilás que estão no canto perto da porta, parece ser a única cor na imensidão de preto, sombras e blá-blá-blá. Minha espada, ou o que eu acho que é minha espada, está em cima da cômoda da parede oposta, surpreendente também negra. Eu me aproximo e fico encarando a lâmina agora bicolor, eu tenho breves vislumbres da caverna, mas me lembrava muito bem da bifurcação de dois rios, o rio de Mnemoise, da memória, e o rio Lete, o rio do esquecimento. Um negro e outro branco. Assim como a lâmina, quase como se o metal tivesse absorvido a água de ambos os rios. O punho parecia o mesmo, e bem... o comprimento e o formato da lâmina, os mesmos que Luke me presenteou no último verão. Eu segurei o punho com cuidado e cortei o ar com a lâmina. Nada aconteceu, nem comigo, nem com... bem, o ar.

Mini Cérberus ficou me encarando, os seis olhos fixados em mim com um olhar de julgamento e o que parece um pouco de ressentimento.

— Eu sei, eu sei, desculpa, não arrasto mais nenhuma de vocês para nada disso de novo. — Me aproximo delas e tento fazer carinho nas três ao mesmo tempo, quando chego na altura do pescoço vejo uma irregularidade na coleira de couro. — O que é isso?

Eu tiro a coleira para analisar, mas assim que o fecho abre um pedaço de papel caí entre as patinhas delas. Pego o papel, ele está amassado, é um papel estranho e está meio úmido. Assinado por minha prima favorita, Thalia Grace.

" Para Stella,

Aposto que já ouviu a bronca de Bianca, então não preciso repetir tudo o que ela já disse de ter sido idiota, impulsivo e só estúpido. Mas eu realmente acho que você teve um bom motivo para isso, e é meio injusto ter passado por tudo o que passou sem ao menos saber o que o Oráculo disse, essa é a sua profecia,

Não faça eu me arrepender,

De Thalia Grace."

E então a minha profecia transcrita, o que espero ser palavra por palavra, da minha profecia. Eu quase choro de alívio por não ter sido em vão. É confusa, muito confusa, então eu só deixo meus olhos passarem pela carta algumas vezes e as perguntas que eu esperava solucionar, triplicaram.

Mintaka me lança um olhar de "eu avisei" e eu reviro os olhos, deixando a carta de lado e voltando a colocar a coleira.

— Vamos, preciso escutar a bronca que Bianca preparou para mim com todo o amor. — Falo sarcástica e calço meu all-star rapidamente. Prendo minha espada na cintura e chamo Três Marias para que me sigam.

Di Angelo 3 | O filho de CronosOnde histórias criam vida. Descubra agora