13. A diplomacia do Mundo Inferior

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Bianca Di Angelo 

Antes de toda a loucura de descobrirmos ser semideuses, Nico e Stella costumavam jogar cartas de mitomagia e Uno...naquele momento eles estavam brincando de esgrima, em teoria, na prática estavam vendo quem arrancava o pescoço do outro primeiro.

Como eles crescem rápido, né?

— Na próxima vez que papai te pedir algo, você pode sabe...me pedir um conselho. — Comentou Stella, ofegante pelo esforço.

— É, na próxima vez que você quiser visitar um oráculo em Indiana, você pode sabe... me pedir ajuda, nem que seja apoio moral. — Retrucou Nico, desviando por milímetros da lâmina da irmã gêmea.

— Na próxima vez que quiser saber alguma coisa sobre a mamãe ou sobre antes do Cassino Lótus... — Stella respirou fundo imobilizando a lâmina de Nico com um movimento e o soltando em seguida. — Você pode me perguntar. Desculpa, se eu não deixei isso claro antes.

— Tudo bem, eu sei que não é fácil para você. — Então Nico abaixou sua lâmina em sinal de trégua. — Desculpa se pareceu que eu não confiava em você.

— Estamos quites, certo?

— Certo. — Então os dois se abraçaram murmurando algo um para o outro que não pude ouvir.

— Vocês sabiam que foi o nosso pai que amaldiçoou o oráculo de Delfos? — Perguntei, odiando estragar o momento fraterno.

Eles se separaram e se viraram para mim e encararam o esqueleto com flechas presas no espaço entre suas costelas. Stella franziu a testa e inclinou levemente a cabeça para o lado de forma engraçada.

— Como você sabe disso? — Perguntou Nico.

— Sonhos. Vocês sabiam?

Eles negaram com a cabeça.

— Foi por causa da profecia? — Perguntou Stella.

— É, ele amaldiçoou a portadora do oráculo logo depois que...

— Mamãe morreu. — Ela faz uma pequena pausa antes de murmurar. — Hades me disse uma vez que foi por isso que nos deixou no cassino Lótus e não nos trouxe para cá. Porque foi o último pedido dela...que a gente não crescesse no submundo.

Ficamos em silêncio por vários minutos e ninguém parece disposto a olhar os outros nos olhos.

— Será que já passou aqueles cem anos para nosso pai esfriar a cabeça? — Stella questionou se afastando em direção sua cadela de três cabeças. — É melhor, ou Bianca vai acabar com metade dos esqueletos desse castelo. Ou Alnilam vai acabar devorando esse seu gato morto-vivo.

— Não fale assim de Fígaro. — Repreendo guardando meu arco e me aproximando do meu gato que está no canto oposto do cachorro de Stella. O castigo que encontramos quando os dois (ou quatro?) começaram a discutir e ficamos com medo de que algo acontecesse, mesmo que ache que gatos mortos não podem ser mortos.

— Jules-Albert não arranja problemas com ninguém. — Murmurou Nico guardando sua espada em seu quadril. Eu e Stella o lançamos um único lugar e ele ergueu as mãos em rendição. — Eu não disse nada.

— Ainda temos um lanche do McDonalds apostado, né? — Comentou minha irmã. — Se vocês me dão licença...

E então saiu correndo para o corredor, Mini Cerberus atrás dela.

Eu e Nico nos entreolhamos e saímos correndo atrás dela.

***

Stella chega primeiro aos jardins onde Hades está, andando de um lado para o outro. Deméter e Perséfone estavam sentadas atrás deles na mesa de café da manhã. Hades parece mais calmo, mas não muito mais feliz do que mais cedo.

Di Angelo 3 | O filho de CronosOnde histórias criam vida. Descubra agora