7. A 13ª olimpiana nos oferece um banquete

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Nico di Angelo

A cadela infernal de Percy, sra. O'Leary, está junto da minha deusa favorita de todo o Olimpo. Quando voltamos ao penhasco Héstia estava sentada de pernas cruzadas fazendo carinho nas orelhas da cadela gigante. À beira das duas uma fogueira aconchegante crepitava em um círculo de pedras. Ela tem a aparência habitual, cabelos castanhos, um vestido marrom simples, na cabeça tinha um lenço, o que a fazia parecer uma criança da época dos pioneiros. Ela usava um graveto para remexer o fogo, que parecia brilhar com um vermelho mais intenso que um fogo normal.

Eu quase caio de joelhos por ter minhas preces atendidas.

— Olá — disse ela.

Percy parece meio abismado, talvez até um pouco apreensivo, tenho medo que ele tire a espada e comece a lutar. Não sei se ele reconhece que é uma deusa, talvez uma semideusa. Eu não me importo, curvo-me para ela esperando que ele faça o mesmo.

— Olá novamente, senhora.

Ela sorri para mim e com um movimento da cabeça me convida para sentar junto da fogueira, então desvia o olhar para Percy, ele finalmente se curva.

— Sente-se, Percy Jackson —diz ela. — Gostariam de jantar?

Com um movimento da mão ela faz aparecer um piquenique perto do fogo. Havia travessas de rosbife, batatas assadas, cenouras na manteiga, pão fresco. A deusa fez um biscoito de cachorro de um metro e meio aparecer para a sra. O'Leary, que, feliz, começou a despedaçá-lo.

Ficar olhando para sanduíches de manteiga de amendoim mofados e biscoitos queimados na casa da sra. Castellan, eu não estava com muito apetite. Percy não parece concordar, porque senta ao meu lado e pega a comida, já está quase com a comida na boca quando parece reconsiderar e joga parte da refeição nas chamas. É fofo. É a forma como os semideuses fazem no acampamento meio-sangue. Eu e Stella fazíamos isso de vez em quando, eu sempre oferecia todo o meu sacrifício à Héstia. Stella sempre me disse que oferecia à Mnemoise, a titânide da memória que abençoou minha irmã mais nova quando era bebê, uma vez ou outra ouvi ela fazendo uma prece à Tânatos, porque ela tinha um relacionamento estranho com a morte, mas eu tinha certeza que ela quase sempre oferecia parte da oferenda ao nosso pai, mas ela nunca admitiria.

— Para os deuses — Percy justificou.

Héstia sorriu

— Obrigada. Como guardiã das chamas, fico com uma parte de cada sacrifício, sabe?

— Agora eu a estou reconhecendo. A primeira vez que cheguei ao acampamento, você estava sentada junto à fogueira, no meio da área comum.

— Você não parou para falar — A deusa relembrou melancólica — Aliás, a maioria faz isso. Nico conversou comigo. Foi o primeiro em muitos anos. Todos correm de um lado para o outro. Não têm tempo para uma visita à família.

— Você é Héstia — Concluiu Percy, finalmente. — Deusa da lareira.

Não era mentira, mas a forma como ele disse me faz ter quase certeza que aquele é um tipo de ofensa muito grande. Héstia não se incomoda, só concorda mantendo a serenidade.

— Minha senhora, por que não está com os outros olimpianos, combatendo Tifão? — pergunto ansioso.

— Não sou muito de lutar. — Ela me olha com carinho, o olhar de chamas é reconfortante — Além disso, alguém tem de manter o fogo aceso nas casas enquanto os outros deuses estão fora.

— Então você está guardando o Monte Olimpo? — Perguntou Percy.

— "Guardando" pode ser uma palavra muito forte. Mas se algum dia você precisar de um lugar quente para se sentar e de uma refeição caseira, será bem-vindo. Agora coma.

Di Angelo 3 | O filho de CronosOnde histórias criam vida. Descubra agora