11. Minha irmã vai em um passeio com um esqueleto

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Bianca di Angelo 

A adrenalina é a única coisa que me faz seguir Thalia e ajudá-la a arrastar Stella para fora daquele lugar. Podia ser impressão minha, mas depois que saímos da câmara de profecia ouvi os sons de sibilos que eu esperava encontrar antes de entrar. Stella não acorda nem mesmo quando uma estalactite caí à milímetros de seu rosto. Eu estou tão hiper consciente de cada som ecoando pela caverna que eu nem penso muito sobre o Rio de Mnemoise que pode resolver o meu problema de memória que eu passei o último ano tentando solucionar. Quando voltamos à saliência onde os dois rios se encontram nossas cordas ainda estão lá penduradas. Eu me prendo e começo a escalar com a ajuda das minhas adagas. Quando já estou em terra firme espero que Thalia amarre a corda de forma segura em minha irmã e eu a puxo lá de cima enquanto Thalia escala se certificando que ela não caia. Depois disso saímos corremos o mais rápido que podemos de volta para o acampamento.

Phoebe nos xinga quando entramos correndo em sua barraca/enfermaria, mas ordena que Thalia coloque Stella em uma maca vazia assim que percebe que ela está desacordada.

— Phoebe? — Eu chamo quando a garota começa a verificar os olhos da minha irmã com uma luz.

— Ela está bem... — Respondeu com um tom meio incrédulo.

— O quê? — Thalia questionou mais surpresa ainda.

— Ela tem tido episódios de privação de sono? — Perguntou a curandeira. — Vocês disseram que ela desmaiou, mas parece que ela só está dormindo, muito pesadamente, mas só dormindo. Quando se fica muito dias sem dormir isso pode acontecer, desmaiar de exaustão.

Eu e Thalia nos encaramos por alguns momentos.

— Como vocês não parecem ter planos de me contar o que realmente aconteceu, deixem ela descansar. — A garota ruiva encarou minha irmã por alguns momentos, depois tirou uma mecha que estava caindo no rosto dela. — Ela está bem fisicamente, espero que esse segredinho de vocês duas não contradiga. Fiquem à vontade, se algo acontecer me chamem.

E então saiu.

Eu me aproximo da cama. Stella parece tão calma, o peito subindo e descendo num ritmo suave. Um anjo. Di Angelo. Passo suavemente a ponta dos dedos pela cicatriz que cobre quase toda sua bochecha. Eu me sinto mal, assim como as outras que cobrem seus braços e a gigante em sua perna, ela ganhou todas elas nos últimos dois anos, quando eu estive longe dela e de Nico. Marcas de ser uma semideusa.

— Você acha que o oráculo fez algum dano que não podemos saber? — Thalia perguntou baixo, acho que só para quebrar o silêncio. Eu não respondo. — Mas Phoebe é a melhor curandeira que conheço, ela deve estar certa.

Eu me sento em um banquinho baixinho do lado da minha irmã e permaneço acariciando o rosto dela delicadamente.

— Eu vou avisar Ártemis que concluímos a missão. — Thalia disse por fim. — Tudo bem?

Eu fiz um som de concordância e ouvi ela se afastando.

Eu perco um pouco da noção de tempo quando Phoebe retorna com o jantar. Ela se assusta com a imagem de um cão de três cabeças sentado encarando Stella, eu não me importei muito quando o cão de estimação de minha irmã surgiu das sombras e se aproximou da dona. Depois que garanti que nenhuma das cabeças iria nos fazer mal Phoebe me entregou a sopa de cogumelos servido em um pote de cerâmica, feita por algumas caçadoras. Ela come comigo, mas não conversamos, acho que ela entende a minha necessidade por silêncio.

— Nico... — Eu me viro rapidamente quando Stella começa a murmurar, começando a ficar agitada em seu sono. — Submundo, eu tenho que...

— Ei, está tudo bem. — Eu falo colocando o pote no chão e me viro para ela.

Di Angelo 3 | O filho de CronosOnde histórias criam vida. Descubra agora