Rachel Elizabeth Dare era uma menina estranha, ou era essa a definição de estranha que todos na escola tinham. Porque se fosse comparada a qualquer semideus, ela poderia se passar por alguém bastante ordinário.
Mas desde o inverno do último ano ela passou a não se importar muito, tinham coisas mais importantes para se preocupar. Fazia um pouco mais de um ano que ela esteve na barragem de Hoover. Foi quando ele conheceu Percy Jackson pela primeira vez, enquanto ela assoava o nariz ele teria a esfaqueado com sua espada se ela não fosse uma mortal. Ela o salvou de alguns soldados esqueletos, ao menos permitiu que ele tivesse mais tempo para fugir.
No fim do último ano letivo eles voltaram a se encontrar em sua nova escola. E de novo, ela o escondeu de mais monstros. Foi quando ele realmente explicou tudo, sobre os deuses gregos, semideuses e monstros. Houve um ataque, fuga e explosão, mas felizmente Rachel sabia muito bem contar mentiras e depois de levar Percy até a saída e anotar seu número de telefone na mão dele, conseguiu acalmar os restantes mortais, principalmente o diretor transtornado e os policiais. Ela esperou a ligação de Percy, ansiosamente, pelos próximos dias, mas ela nunca chegou.
Foi preciso, mais uma vez, que Percy estivesse em uma situação de possível morte para se reencontrarem de novo. Dessa vez ele precisava de um guia, para um labirinto magico e mortal. Rachel não conhecia muto da mitologia, só o básico que a escola e os filmes da Disney ensinam. Mesmo assim era uma aventura, com um garoto bonito e que ela podia ser realmente útil. Além de provar que todas as coisas que via desde que era pequena não era frutos de uma imaginação muito fértil.
Ela quase morreu, algumas vezes, quase fez seus companheiros de missão serem mortos, mas por algum motivo ela se sentiu extremamente calma, como se estivesse fazendo exatamente o que deveria ser feito, seguindo o exato caminho traçado pelo destino. Talvez o destino não tivesse previsto que ela jogasse sua escova de cabelo azul na cara de Cronos, mas não é essa a grande questão do destino? Mesmo que não possamos mudar o cenário, as escolhas podem alterar os detalhes. É como nos rebelamos contra o destino, como deixamos nossa marca.
E Rachel Elizabeth Dare sabia exatamente como deixar sua marca.
Especialmente se essa marca fosse de tinta, espalhada em todo seu quarto, enquanto música preenchia o ambiente. Era madrugada, ela acabara de acordar de um pesadelo e só vestira um quimono e prendera o cabelo em um coque emaranhado. Seu quarto não parecia melhor. A cama estava bagunçada. Havia cavaletes cobertos por lençóis. Roupas sujas e embalagens velhas de barras energéticas estavam espalhadas pelo chão.
Na sua frente estava uma pintura em que Percy Jackson aparecia erguendo-se sobre um gigante, com uma expressão feroz e apavorante.
—Semideuses — murmurou ao atirar um dardo na tela e depois outro e outro. — E suas estúpidas missões.
Alguns dardos quicavam, mas alguns se cravaram. Alguém bateu na porta do quarto.
—Rachel! — gritou um homem. — O que está fazendo? Desligue essa...
Rachel pegou o controle remoto e desligou a música.
—Entre.
Seu pai entrou, mal-humorado e piscando por causa da luz. Ele tinha o cabelo cor de ferrugem um pouquinho mais escuro que o de Rachel. Estava amassado de um lado, como se ele tivesse acabado de perder uma luta contra o travesseiro. O pijama de seda azul tinha o monograma "WD" bordado no bolso.
—O que está acontecendo? — perguntou ele. — São três da manhã.
—Não consegui dormir.
No quadro, um dardo caiu do rosto de Percy. Rachel pôs as mãos para trás para esconder os outros, mas o sr. Dare percebeu.
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Di Angelo 3 | O filho de Cronos
Fantastik𝐷𝑒𝑠𝑝𝑟𝑒𝑧𝑒 𝑜 𝑚𝑜𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑠 𝑎𝑐𝑒𝑛𝑑𝑒𝑚 𝑣𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑅𝑜𝑚𝑎, 𝑚𝑎𝑠 𝑎𝑚𝑒 𝑜 𝑑𝑜𝑐𝑒 𝑎𝑟 𝑑𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑚𝑒𝑠𝑎𝑠. 𝑆𝑖𝑛𝑡𝑎 𝑚𝑎́𝑔𝑜𝑎 𝑒 𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒, 𝑚𝑎𝑠 𝑛𝑎̃𝑜 𝑠𝑜𝑓𝑟𝑎 𝑠𝑜𝑧𝑖𝑛ℎ𝑜, 𝑢𝑠𝑒 𝑎 𝑑𝑜𝑟 𝑐𝑜�...