ᝰ.ᐟ 𝘔𝘦𝘮𝘰́𝘳𝘪𝘢𝘴 𝘐𝘯𝘤𝘦𝘳𝘵𝘢𝘴

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[Nome] estava parada, de braços cruzados enquanto pensava no que fazer com todas aquelas coisas espalhadas por seu quarto.

Ela nem se deu ao trabalho de abrir. Não, ela não faria isso.

Não parava amaldiçoar o Haitani por um só segundo, abismada com o atrevimento dele. Ela não era nenhuma posse, e Ran estava a tratando como se ela fosse um animal selvagem que precisava ser domado.

Quase como uma infeliz coincidência, seu celular vibrou  no momento exato em que havia falado o nome de Ran em voz alta.

As mensagens eram de um número desconhecido.


As mensagens eram de um número desconhecido

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Mas que... 

Caim abanava o rabo comportadamente enquanto a garota se contorcia por dentro.

Ela virou para ele, o encarando de forma severa.

— Se você não o morde de jeito nenhum, podia ter me feito o favor de ter comido todas essas sacolas! — ela gruniu, apontando para as compras como se ele pudesse entender.

Caim permanecia com o mesmo olhar confuso, quase como se quisesse chamá-la de louca.

Ela empurrou algumas sacolas até que  encostassem na parede, sentando na beira da cama.

As palavras de Ran foram muito claras, sem dúvida. Mas no fundo ela sabia que nunca conseguiria se livrar dos presentes.

Ela tinha uma pequena noção do quanto custavam, e isso já foi o suficiente para que ela soubesse  o quão valiosos eram.

E também...

Não podia negar que queria. Queria muito ficar com aquelas coisas caras, as coisas que as mulheres ricas ostentavam em suas redes sociais. As coisas que ela nunca havia visto de perto, muito menos usado.

Ela olhou ao redor, procurando por alguém em seu quarto. Qualquer pessoa, qualquer coisa que pudesse vê-la sendo comprada daquela forma.

Mesmo sabendo que estava sozinha em casa, trancou a porta do quarto e fechou as persianas para não ser pega pela fúria divina, ou algo assim.

Ela se sentou na cama novamente, as bochechas corando de vergonha e o coração acelerado em expectativa.

Lembrou-se imediatamente das palavras do tio.

"Você é uma vagabunda barata. Vagabundas baratas podem ser compradas com qualquer coisa."

É. Talvez fosse verdade.

─── ❖ ── ✦ ── ❖ ───

[Nome] não sentiu culpa por ter passado a noite inteira deslumbrada com os presentes que Ran havia dado a ela.

Muito pelo contrário. Eram vestidos, sapatos, joias e perfumes mais lindos que ela já viu na vida.

Não resistiu e foi trabalhar com um par de brincos da Chanel em formato de coração, rindo como uma boba quando suas colegas perguntaram se eram mesmo originais.

O cara que disse que dinheiro não traz felicidade só podia ser pobre.

Yuzuha percebeu de imediato a empolgação contida de [Nome], fazendo várias vezes o sinal de "estou de olho em você", com um sorrisinho malicioso.

Claro que ela sabia que não havia sido comprado por ela. O salário da cafeteria não era um punhado de pedras, mas também não era muito. Ela teria que economizar meses de pagamento para conseguir um desse.

Não estava envolvida com Ran. De jeito nenhum.

Mas se ele insistia tanto em dar presentes a ela...

Estava mesmo deslumbrada. Como não estaria?

Mas não era tão influenciável assim. Não agradeceu Ran, e nem pretendia. Não eram amigos, e ela também não havia pedido por todas aquelas coisas, de qualquer forma.

Ela até pensou em bloqueá-lo, mas sabia que ele simplesmente mandaria mensagem de outro número ou pior. Ela não subestimava a dimensão da insanidade daquele homem.

Mas agora ela entendia o quão empenhado ele estava em conseguir algum tipo de aprovação vinda dela, ele queria conquistá-la e isso era óbvio.

Bem, ele pode tentar. Que fique a vontade para perder cada vez mais do próprio tempo.

E quanto ao dia em que ele a beijou...

Ela trataria de esquecer disso.

[Nome] suspirou, feliz por estar a caminho de atender o último cliente do dia.

Ela se aproximou da mesa, limpando a garganta para chamar a atenção do homem que parecia distraído ao olhar para a janela.

— Desculpe por incomodar. — ela sorriu gentilmente. — Vamos fechar em alguns minutos, o senhor quer pedir alguma coisa?

Os olhos do homem encontraram os dela, e um calafrio percorreu toda a sua espinha. O olhar dele era frio, vazio. As olheiras davam um toque cadavérico a sua expressão, e o cabelo branco não ajudava muito...

Ela engoliu em seco enquanto ele a encarava em silêncio, lutando contra a vontade de sair correndo dali.

— Pode ser... — ele abaixou o olhar, como se estivesse pensando. — Café expresso. Vou levar.

— Certo... — ela anotou o pedido com pressa. — Hm, o senhor gostaria do seu nome no pedido?

Ele a encarou novamente, mas dessa vez parecia estar concentrado em sua expressão.

— Sim. — ele acenou, se curvando um pouco em sua cadeira e juntando as mãos na frente de seu corpo. — Manjiro.

Ela sorriu, mas ficou meio desconfortável com a maneira que ele a observava.

Manjiro... Ela ficou pensativa. Já tinha ouvido esse nome antes, mas não conseguia lembrar muito bem a ocasião.

[Nome] assentiu, indo até a bancada como se tivesse visto algum demônio.

Sano suspirou, encostando a cabeça no vidro gelado da janela.

Era mesmo uma pena que ela que não lembrasse dele.

𝐂𝐥𝐨𝐬𝐞𝐫 - 𝐑𝐚𝐧 𝐇𝐚𝐢𝐭𝐚𝐧𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora