[Nome] queria entender. De verdade.
O leite já havia sido derramado, ela viu o que viu, ele a seguiu, ela permitiu, ele a seguiu de novo, e ela… Permitiu de novo. Era incansável.
Por mais que parecesse uma tarefa impossível — ninguém podia culpá-la por tentar.
Agora que a irmã e parte da vizinhança viram Ran cara a cara, ela não tinha mais nada a perder. Não podia mais se lamentar por ter cruzado seu caminho com o dele, era tarde demais para isso.
Ran a observava como se ela tivesse dito que havia encontrado a cura do câncer, com os olhos arregalados e os lábios entreabertos.
Nunca ocorreu a Ran, que um dia, ela o pedisse para ficar. Isso era impossível, pelo menos até ouvir as palavras rodopiarem para fora dos lábios dela — que por sua vez, parecia muito mais calma do que ele.
E verdade seja dita: já havia imaginado muitas coisas com aquela mulher. Mas nenhum de seus devaneios “realistas” levaram até o cenário atual, por mais insignificante que parecesse. Talvez ela o beijasse enquanto estivesse bêbada, ou muito sozinha, pensou Ran. Mas aquilo? Aquilo o surpreendeu da maneira mais deliciosa.
E a mulher nem havia falado muito, não demonstrou nenhuma intenção inapropriada e lá estava ele — agindo feito uma besta faminta.
[Nome] limpou a garganta, deixando um pequeno suspiro escapar. Ela preferiu ignorar o pedido de Ran, se recusando a repetir o que ela já havia dito em alto e bom som.
— Se você tem mesmo a intenção de conquistar o mínimo da minha afeição — começou, o encarando com uma intensidade que fez Ran ficar tonto. — Você vai me contar tudo. E você me deve isso.
Ran abriu a boca para falar, e…
— E nem pense em se fazer de tolo. Não me pergunte o que eu quis dizer com “tudo”, porque você sabe.
Ele ficou momentaneamente surpreso, passando as mãos entre as mechas escuras de seu cabelo roxo enquanto considerava revelar os detalhes daquela bizarrice toda para a mulher que ele deveria ter entregado.
Ao erguer o olhar, se deparou com [Nome] com os olhos fixos nos dele, esperando por uma resposta, sem vacilar.
Ele soltou uma risada baixa, negando com a cabeça enquanto se sentava no sofá.
— Eu vou mesmo morrer por sua causa, eu tenho certeza. — ironizou, se acomodando no sofá como se estivesse na própria casa. — Sabia que eu posso ser morto por te contar os mínimos detalhes da minha vida? E é bom você ter um excelente plano funerário, já que você será a próxima.
[Nome] revirou os olhos, se sentando na ponta do sofá. Ela achava que tudo aquilo era um grande drama de Ran, mas não sabia até que ponto devia deixar o pensamento seguir. Ela não sabia nada sobre estar em uma organização como aquela, ele sim.
Quando ele percebeu que ela não ia dizer nada, continuou.
— O meu nome é Ran Haitani. Tenho trinta e quatro anos, e sou um dos executivos da Bonten.
[Nome] teve que se segurar muito para não deixar o queixo cair no chão. Era muita coisa pra se digerir.
Ela imaginava que ele tinha um cargo importante, mas… Executivo?! Isso significava que ele era um dos cabeças da organização, e isso por si só já era muito chocante. E ela nem quis pensar sobre a idade daquele homem. Por suas próprias conclusões, achou que ele estivesse perto dos trinta… Vinte e sete, talvez? Não. Trinta e quatro.
Dez anos mais velho.
Ran parecia ser mais jovem, o que a deixou com uma pontada de inveja. Ele só não ganhava de Wakasa, o que sinceramente? Era impossível. Se Imaushi chegasse no ringue dizendo que se banhava com o sangue de mil virgens pra ficar mais jovem, ela acreditaria.
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𝐂𝐥𝐨𝐬𝐞𝐫 - 𝐑𝐚𝐧 𝐇𝐚𝐢𝐭𝐚𝐧𝐢
Fanfiction𝚃𝚛𝚒𝚐𝚐𝚎𝚛 𝚆𝚊𝚛𝚗𝚒𝚗𝚐 (𝚐𝚊𝚝𝚒𝚕𝚑𝚘𝚜): 𝚟𝚒𝚘𝚕𝚎𝚗𝚌𝚒𝚊, 𝚍𝚛𝚘𝚐𝚊𝚜 𝚒𝚕𝚒𝚌𝚒𝚝𝚊𝚜, 𝚍𝚎𝚙𝚎𝚗𝚍𝚎𝚗𝚌𝚒𝚊 𝚚𝚞𝚒𝚖𝚒𝚌𝚊, 𝚏𝚊𝚖𝚒𝚕𝚢 𝚒𝚜𝚜𝚞𝚎𝚜, 𝚌𝚘𝚗𝚝𝚎𝚞𝚍𝚘 𝚜𝚎𝚡𝚞𝚊𝚕. ✦ ✧ ✦ ✧ ✦ ✧ ✦ ✧ ✦ ✧ ✦ ✧ ✦ ✧ ✦ O cheiro de café é u...