17. Pertencimento

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ANTES DE LER, ATENÇÃO AOS GATILHOS (por favor, cuidem-se sempre):

!! rejeição, não pertencimento e crise de ansiedade !!


Autora falando:

Olha quem veio humildemente oferecer um novo capítulo como quem não tivesse sumido por um mês :)

POV Catra dessa vez. Por favor, não esqueçam dos gatilhos e boa leitura <3


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O projeto em parceria com Adora trouxe muitas alegrias para Catra, mais do que imaginava ser possível. Sentiu-se tão completa ao trabalhar com um tema de maior interesse, entusiasmou-se ao ver cada detalhezinho sair da teoria e se organizar na prática, naquele salão não mais vazio que expunha todas as obras selecionadas cuidadosamente pelas duas.

Era como fazer parte de todas as etapas de uma construção. Nunca havia trabalhado com algo que gostava, em vida humana ou vampírica. O projeto de duas semanas despertou na jovem criatura uma satisfação profissional, trouxe de volta aquela esperança de antes da demissão de conseguir organizar sua nova rotina, mudar para um lugar melhor, encontrar seus hobbies e pequenas alegrias.

Aliás, uma delas estava ali, e era trabalhar em uma singela galeria com uma simpática curadora de olhos vibrantes e sorriso caloroso.

Tinha que admitir que a companhia ajudou muito para que a experiência de organizar a exposição fosse agradável. Adora era mesmo uma profissional fora da curva, inspiradora. Dedicava-se por inteiro e chegou a virar noites por lá para depois ir para a jornada de trabalho no museu, o que a vampira repreendeu algumas vezes. E mesmo assim, ela não deixava de fazer. Era como se Adora vivesse, de fato, pela e para a carreira.

Catra queria encontrar esse propósito também, ou pelo menos queria canalizar a paixão torta e complicada para os negócios. Pelo menos assim teria um retorno mais proveitoso, menos perigoso. Durante o trabalho, percebeu que conseguia separar bem a relação delas, conseguia guardar qualquer desejo, por mais impulsivo que fosse, para concentrar-se na entrega.

No dia do evento, decidiu observar de longe. Já havia combinado com Adora que o crédito seria só dela, assim como a obrigação de estar presente para apresentar o conceito que planejaram seguir. Tudo correu maravilhosamente bem, e Catra não tinha um sombra de dúvidas sequer de que seria desta forma.

Adora domina o assunto, cativa cada ouvinte, sabe usar do carisma que só ela acha que não tem, mas que é evidente para qualquer um com o privilégio de estar no mesmo ambiente que ela.

Se existe algum ser que beira a perfeição, esse ser é Adora.

Uma conclusão altamente comprometida pelo que Catra chama de 'sentimento confuso, que me recuso a chamar de amor porque não tem como, porque, pensa, seria loucura'?

Provavelmente.

O mesmo que prometeu a si mesma não alimentar e muito menos expor.

Só de pensar em quantas camadas teria que revelar sobre o que aconteceu lá atrás na Romênia e ao que teve que submeter sua colega temporária de trabalho, Catra sentia arrepios. Adora não precisava disso em sua vida, não precisava dela em sua vida. Pelo menos não desta maneira.

Quanto ao profissional, talvez precisasse, sim.

A mulher constantemente expressava a necessidade de ter alguém para pensar junto com ela e o quanto aproveitou a ajuda de Catra durante o projeto.

Particularmente adoraria continuar também, e não se importaria de ficar no anonimato. Era até mais seguro, tendo em vista que seu antigo clã ainda poderia estar atrás de uma vingança. A proposta da curadora veio e Catra não pensou duas vezes. Aceitou dar continuidade à parceria de forma permanente.

Atraída Pela NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora