14. Despertar

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Autora falando:

POV Catra veio aí! Vamos ver como foi o despertar dessa querida.

Alerta para um pouquinho de angst no final. Nada demais para os meus parâmetros, vocês estão acostumados huehue

Boa leitura <3


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Pálpebras leves e controle sob os movimentos do corpo novamente.

A ilusão de vida além do cenário monótono dentro da própria cabeça.

Aparentemente havia acordado do coma.

Catra voltava a copiar o vai e vem da respiração de um ser humano e aos poucos deixava sua audição aguçada reconhecer as pistas sonoras ao redor. Não era a língua nativa da Romênia que se ouvia entre as paredes e corredores daquele lugar completamente estranho. Também notara que estava cercada de vampiros, sentia a presença não humana por todo lado naquele ambiente.

Todos os sentidos queriam tomar a frente ao mesmo tempo e uma certa ansiedade aflorava na recém acordada. Olhar para o lado e ouvir o que se passava não estava ajudando em nada para tentar reconhecer o cenário.

Em contrapartida com o pequeno desespero, sua saúde parecia estar tinindo. Essa era uma das poucas vezes que sentia-se saciada desde que fora transformada. O ferimento no abdome, um dos últimos acontecimentos antes de desacordar, não estava mais lá.

Estava 100%, pronta para outra emboscada, caso seus perseguidores viessem de novo.

O que será que estava acontecendo?

Levantou o corpo, não completamente, apenas o suficiente para apoiar ambos os cotovelos na cama e ter a capacidade de olhar em volta.

Mais do que nunca queria saber que tipo de universo alternativo fora criado enquanto estava completamente alheia do mundo real.

Será que acordou mesmo ou era algum truque de sua mente para variar o breu monótono de antes, já que nunca ficara tanto tempo assim em coma?

Talvez tenha morrido de vez, sem chance de reanimação.

Então esse era o plano espiritual para as criaturas sem alma?

Algo pulsou em seu corpo de dentro para fora, como se fosse um presságio, uma presença. Sentou-se na cama daquele quarto cheio de detalhes arquitetônicos e lançou o olhar para a porta. Era para onde os instintos vampirescos a mandaram se concentrar. Era dali que vinha a tal coisa que despertara o presságio.

Só não havia definido se era algo bom ou ruim.

Em poucos segundos a porta se abriu.

Scorpia entrou no cômodo como uma flecha e ajoelhou-se ao lado da cama. A vampira maior envolveu os braços no tronco de Catra e deitou delicadamente a cabeça na altura da barriga dela.

— Finalmente acordou, pequena! — exclamava a maior num evidente alívio e com a voz abafada pela posição que escolhera.

Era um bom presságio, então. Sentiu a presença de sua melhor amiga.

— Scorpia! — ajeitou-se de frente e a embalou nos braços, apoiando o queixo no topo da cabeça dela. A voz de quem ainda tentava decifrar se era sonho ou realidade — Que saudade!

Afastando-se apenas o suficiente para conseguir olhar nos olhos de Catra, Scorpia segurou o rosto da amiga com ambas as mãos de forma carinhosa e confessou sorridente:

— Você não sabe o quanto estou feliz e aliviada de te ver acordada depois de toda a tensão que foi para te trazer até aqui.

— E onde exatamente é "aqui"? — levemente deitava o rosto em uma das mãos ali apoiada, correspondendo o gesto de afeição enquanto tentava se situar — O que aconteceu? O que te fez voltar para o meu caminho depois de tudo que te causei? Aliás, por quanto tempo fiquei desacordada para tanta coisa mudar assim?

Atraída Pela NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora