Capítulo 4

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Os paramédicos fizeram os primeiros socorros assim que chegaram e nos encaminharam para o hospital mais próximo. Duda não saiu do meu lado, nenhum segundo sequer, ela se negava até a ir no banheiro e quase armou o maior barraco quando o médico pediu para ela ir embora, porque já havia acabado o horário de visitas.

— Doutor, ela não vai sair daqui. — falei, rindo.

Expliquei toda a situação para ele e pedi para que a deixasse comigo, ele falou que só poderia se eu fosse transferido para um quarto individual. Ela assinou a papelada e eles me transferiram para uma suíte do hospital, com uma enorme cama e um sofá gigante.

Estava todo suturado, com gesso no braço e parecendo uma múmia de tanto esparadrapo que me colocaram. Estava a base de medicamentos fortes para a dor e fora as 4 costelas fraturadas, não havia tido mais nenhum machucado interno, pelo menos não muito grave.

Duda estava deitada na cama comigo e eu estava com a cabeça em seu peito, enquanto ela acariciava meus cabelos.

As roupas rasgadas que eu vestia, deram lugar a um confortável moletom que ela havia trago. Meus cabelos ainda estavam úmidos do banho que eu havia tomado, com a ajuda dela, para não molhar o gesso.

— Acho que deveríamos mudar de apartamento. — ela falou, de repente.

— Tudo bem. — respondi, sem precisar pensar muito.

Já sabia que ela não se sentiria mais segura no nosso apartamento e não ligava de me mudar dele. Faria tudo para que ela se sentisse protegida novamente.

— Assim que eu melhorar, a gente vai atrás de uma casa. — falei, acariciando sua barriga, por baixo da camiseta.

Ela permaneceu em silêncio e não precisava perguntar para saber no que ela estava pensando.

— Não foi sua culpa, pequena. — falei, apoiando o queixo no dorso da minha mão, olhando para ela. — Pare de se culpar, entendeu? — falei, calmamente.

Ela concordou com a cabeça, limpando as lagrimas que escorriam pelo seu rosto.

— Eu sei. — Ela soltou uma risada baixa e envergonhada. — É só que... — Ela respirou fundo, balançando a cabeça.

Duda cobriu o rosto com as mãos e começou a chorar, descontroladamente. Deitei ao seu lado e a puxei para o meu peito, ignorando a do latente do meu braço. Só queria fazê-la se sentir segura novamente.

— Não foi sua culpa, Mon Amour. — continuei repetindo para ela, enquanto acariciava seus cabelos. — O Jason não tinha mais redenção. — Beijei o topo da sua cabeça e a abracei forte.

Seu corpo sacudia com violência, devido as lagrimas que escorriam pelo seu rosto, molhando minha camiseta. Ela se agarrava a mim, como sua boia salva-vidas. Ela estava quebrada, se sentindo culpada por matar uma das únicas pessoas que foi boa comigo na infância.

— O Jason morreu há muitos anos. — sussurrei. — Aquele que você atirou, não era mais ele. Era apenas um fantasma do que foi o meu irmão. Ele não era daquele jeito. — Soltei um longo suspiro. — Se você soubesse como ele era vivo, alegre e divertido. — Soltei uma risada baixa, me lembrando do meu irmão.

A nostalgia com as lembranças me preencheu o peito e a mente.

— Ele era o único que ia no meu quarto no meio da noite, quando eu acordava assustado com algum pesadelo. — falei, me lembrando das memórias. — Ele sempre me ajudava com a lição de casa e sempre me protegia quando meu pai brigava comigo sem motivo. — Uma risada amarga escapou de meus lábios. — Que, no caso, era quase que diariamente. Ele era meu super-herói e meu melhor amigo. — Suspirei, pesadamente, enquanto acariciava os cabelos dela. — Aquele lá, não era nenhum um pouco meu irmão.

Respirei fundo, tentando conter as lagrimas e senti os braços dela me apertarem, me abraçando forte.

— Era apenas alguém terrivelmente quebrado e traumatizado, em busca de vingança para cessar a sua dor. — falei, para mim mesmo. — E eu vou dar isso a ele.

— Só não morra. — Duda murmurou, temerosa. — Não vou aguentar perder você. — Ela levantou o rosto, me olhando nos olhos.

Conseguia sentir sua dor, quase palpável entre nós.

— Tive uma prévia de como seria perder você. — Ela colocou a mão em meu rosto. — E não aguentaria viver com essa dor em meu peito. — sua voz era tão baixa que estava quase inaudível. — Só prometa que vai voltar para mim, não importa como, só volte para mim, ok?

Aproximei meu rosto do dela e esfreguei meu nariz em sua pele, brincando com ela, enfiei meu rosto na curva do seu pescoço e beijei sua pele quente.

— Eu juro. — sussurrei, com a boca contra a sua pele. — Vou voltar para você, minha pequena. Nem que você precise juntar meus pedaços, me ajudando a me tornar inteiro. — falei, enquanto beijava seu pescoço.

Ela soltou um pequeno gemido, respirando ofegante e subi os lábios pela sua pele, arrepiando-a, até parar em sua orelha.

— Eu te prometo, que vou voltar para você. — prometi em seu ouvido.

Passei os lábios pela sua orelha, mordendo o lóbulo e segui até seus lábios, raspando minha boca na dela, a provocando.

Ela entreabriu os lábios e me beijou, me levando para o paraíso novamente e me fazendo esquecer de toda a dor que estava sentindo.

A única coisa que importava, éramos nós.

Nós dois apenas.

Duda adormeceu em meus braços, depois de algumas horas e eu agradeci mentalmente a Deus por ter me guiado novamente para ela. Por tê-la protegido.

Senti meu coração aquecer, mesmo em meio a dor do luto — dor essa que eu já sabia muito bem como era —, consegui me sentir vivo novamente.

Porque eu tinha um motivo para viver, depois de muitos anos na escuridão e sem motivos para querer viver. Ela havia sido minha luz, me guiado para o fim do túnel que passei tantos anos da minha vida achando que não tinha saída.

Duda era o meu anjo da guarda, era o que ajudava o meu coração a continuar batendo. Era a razão deu acordar todos os dias.

Ela vivia em meus pensamentos, pensava nela antes de dormir e acordava com ela em minha mente.

E não via hora de tê-la como minha esposa, de poder passar o resto da minha vida ao lado dela.

De imaginar a quem nossos filhos puxariam. Queria que eles tivessem o sorriso da mãe e a garra dela. Queria vê-los correndo pelo quintal de casa, brigarem por brinquedos. Queria colocá-los para dormir e contar uma história.

Quero dar a eles tudo que eu não tive e amá-los incondicionalmente, assim como vou amar a mãe deles para sempre.

— Quero ser o pai dos seus filhos. — sussurrei, com a boca contra seus cabelos.

Respirei fundo, inalando seu cheiro e sentindo todo meu corpo se queimar de gratidão pela mulher que eu tinha ao meu lado.

Eu a amava com a minha vida, além de mim e seguiria amando até o último dia da minha vida.

Ela era tudo para mim.  

Nosso Felizes Para Sempre | Livro 3 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora