Capítulo Onze

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Geizon
Acordei levemente e por instinto fui abraçar Bryan, para a minha infelicidade não abracei nada e sim o cobertor . Abri os olhos e suspirei, levantei da cama e escutei um barulho na cozinha. Fui até lá e vi Bryan de costas com uma camisa e uma cueca branca, fui de fininho e abracei ele por trás, ele se assustou e me deu um tapa.
– Se você fizer isso de novo eu não me responsabilizo pelos meus atos, você sabe que eu tenho nervoso quando me agarram na cintura.
– Bom dia também amor. - Eu falei me aproximando dele para beijá-lo.
Ele se afastou e eu fiz uma cara confusa
– O que foi?
– Desculpa, é que eu ainda tenho que me acostumar ainda com essa história de namoro. - Ele falou desligando o fogo da frigideira.
– Ah que isso! Você sabe que não é nada oficial ainda!
– Eu sei. Mas é estranho.
Eu olhei pra ele e esperei ele baixar a guarda para pegá-lo no colo e beijar ele. Rodei ele pela cozinha e o soltei. Ele estava mais vermelho que a maçã na fruteira ao lado dele.
– Idiota! - Ele deu dois socos no meu peito.
– Onde eu posso tomar banho? - Eu perguntei rindo e encostando no balcão.
– Na portaria. - Ele falou num tom irônico. - No banheiro, né meu anjo!
– Posso usar sua toalha?
– Não.
– Obrigado. - Eu falei saindo da cozinha.
– Você não é louco! - Eu escutei ele gritar.

– Tenta alguma coisa mais, mais…. Apaixonado. Tipo… como se seu amor fosse bom e ruim ao mesmo tempo. - Bryan falou mexendo no canudinho do próprio refrigerante.
– É… boa!
Enquanto eu escrevia eu não deixava de pensar na noite que tive com Bryan, e não vou negar que aquela noite serviu bastante de inspiração para tudo. Eu estava escrevendo bem inspirado até finalmente acabar.
– Acabei. - Larguei a caneta na mesa.
– Que? Só se passaram 6 minutos! - Ele falou incrédulo com o canudo na boca.
– Nossa, foi tão rápido assim? - Eu perguntei.
– Deixa eu ver isso. - Ele esticou o braço para mim e eu entreguei o caderno.
Ele começou a ler, virava as páginas do caderno e fazia caras e bocas.
– Sem meme, eu acho que isso aqui daria uma música de 5 ou 6 minutos. - Ele falou me entregando o caderno de novo.
– Gostou do nome?
– Gostei, achei poético. "Foda-se o Patriarcado!", não sabia que você era criativo a este ponto. - Ele colocou a latinha na mesa e pegou o caderno de volta.
– O que vai fazer? - Perguntei.
– Organizar as faixas.
Ele ficou uns 20 segundos escrevendo e depois me entregou o caderno.

Não definido
1.Ardendo No Lençol
2.Alma Em Divida
3.Desamparo Melancólico
4.”Foda-se o Patriarcado!”
5.Não Definido
6.Não Definido
7.Não Definido
8.Não Definido
9.Não Definido
10.Não Definido
11.Não Definido
12.Não Definido
13.Não Definido
14.Não Definido
15.Não Definido
16.Não Definido

– Eu ainda acho 16 músicas muita coisa.
– Meu amor, a gente vai revolucionar sua carreira com esse álbum. É melhor que entregar a mesma merda de sempre.
Eu ri e coloquei o caderno fechado na mesa, levantei do chão e fui até Bryan, o peguei no colo e ele se assustou até demais.
– O que se tá fazendo? - Ele perguntou gritando.
– São 13:32, as meninas chegam lá para as 17:40, temos a tarde toda só para nós dois. O que quer fazer? Ver um filme? Trepar? Jogar? Transar? Ler? Fuder? Nadar? Procriar?
– Vamo no shopping? – Ele perguntou entusiasmado.
– Shopping? Por que você quer ir no shopping?
– Fazer compras, não é tão óbvio? - Ele se ajeitou no meu colo.
– E você tem dinheiro?
Ele deu um sorriso maligno e passou dois dedos pelo meu peito.
– Eu achei que como meu namorado você iria pagar para mim, não é? - Uma voz manhosa saiu daquela boca esperta.
– Aproveitador.
– Aproveitador não. Mastermind.
– Vai colocar uma roupa, consumidor.
– Já disse que te amo?
– Não.
– Pois é, te amo.
Eu beijei a sua testa e deixei ele ir para o meu quarto procurar uma roupa minha que fique bom nele.

Tudo Muito Bem (Versão de 10 Sentimentos) - XamãOnde histórias criam vida. Descubra agora