Capítulo Vinte e Dois

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Eu estava atento em todo o meu redor, olhava para tudo que passava. Olhava para os matos, e encarava fixamente a aranha que estava na teia.
- Para de frescura, não sei o porquê de você ter vindo. - Xamã falou andando tranquilamente mexendo no celular.
- Porque você me obrigou! Você sabia que desde o início eu odeio ficar no meio do mato! E outra, eu tenho aracnofobia!
- Falou o cara que tem uma cobra em casa!
- É diferente, as cobras são inteligentes e legais. Aranhas são só 2 bolinhas de 8 patas que podem voar na sua cara e comer seu cérebro.
- Preconceituoso.
Eu e Xamã viajamos de novo, porém apenas por 4 dias, estávamos em Rondônia, fomos visitar a aldeia Lapetanha, Xamã tinha descendência indígena, ele inventou de viajar para lá, e obviamente ele me puxou junto.
- Eu só queria estar na minha casa, escutando Dear Reader enquanto escrevo uma nova novel. - Falei olhando em volta para me certificar que não tinha nenhuma aranha.
- Amor, pelo amor de Deus, para de reclamar, por favor!
- Eu só estou com calor, medo, agonia, tem vários mosquitos me picando, subimos esse morro com o peso das mochilas para colocar elas na nossa cabana e agora estamos descendo. Eu estou super feliz, sabe.
- Para de ser dramático, é só uma pequena trilha, quando chegarmos na aldeia vamos fazer várias coisas e conheceremos a cultura. Você não gosta de história não?
- Pelo contrário meu querido, eu adoro história, tirando o fato do meu professor quase pegar um chicote da cueca para bater na gente, ele era incrível e ensinava super bem.
- Aí tá bom chatinho, aproveita a trilha.
Acho que uns 4 ou 6 minutos depois chegamos na aldeia e cumprimentamos alguns moradores de lá, conhecemos algumas culturas e foi até legal, colocaram um cocar em mim e no Xamã e também nos deram um colares de contas, o meu era amarelo e o do Xamã vermelho. Dançamos algumas danças tradicionais deles e também teve uma coisa que eu achei icônica nessa viagem, eu tava conversando com um homem lá alto e forte, eu fiz amizade com ele e com a esposa dele até Xamã me puxar pra dançar com eles por um ciúmes. Ele realmente sentiu ciúmes de um homem casado comigo. Parece até o Mateus - namorado da minha amiga - sentindo ciúmes da Letícia com o Thiago na época da escola.
No resto da tarde a gente foi mais para uma área de artesanato, eu fazia alguns colares com sementes e tals. Xamã fazia um pote de cerâmica e ele até fez uma aliança de cerâmica para mim. Mas quebrou quando eu inventei de tentar fazer um cesto.
Comemos comidas típicas da região, dançamos ainda mais, ouvimos histórias, fizemos mais artesanatos, nadamos em um rio, transamos no rio no meio da noite e rimos horrores um do outro quando um passava vergonha na frente do povo de lá. Foi muito legal aqueles 4 dias, uma das melhores viagens que eu fiz com Xamã. Na verdade aquela foi a melhor. Porque New York não foi e nunca vai ser uma ótima viagem para mim. Tipo, nunca.

Tudo Muito Bem (Versão de 10 Sentimentos) - XamãOnde histórias criam vida. Descubra agora