Capítulo Dezoito

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Quando eu estava indo tomar banho no banheiro do Xamã ele estava fazendo a barba. Eu vi os pelos sujarem a pia e o chão, dei um pequeno tapa nas costas do Xamã e falei:
– Porra amor, eu limpei isso agora!
– A casa é de quem? - Ele perguntou olhando pra mim de rabo de olho.
– Abusado. - Eu falei revirando os olhos e tirando a roupa.
Entrei no box e senti a água quente massagear minhas costas, o vapor da água me trazia tranquilidade, eu virei de costas para a porta do box e esse foi o meu maior erro.
Em menos de 20 segundos eu senti os braços gelados do maior amassarem minha cintura, minha cabeça foi no céu e voltou, aquilo estava tão gelado que eu até soltei uma lágrima de agonia.
– Eu te odeio... - Eu falei encostando minha cabeça no ombro dele.
– Eu sei. - Ele se aproximou mais ainda e me apertou mais forte.
E então tomamos banho juntos, aproveitamos que era tarde e Hanna e Akasha já estavam dormindo e fizemos uma coisa memorável naquele chuveiro.
Fomos pra cama molhados e continuamos lá, no dia seguinte, quando eu acordei eu já de imediato senti um aperto bem forte na minha cintura, senti a luz do sol invadir o quarto e atacar meu olho.
Tentei me soltar daquele aperto, porém foi em vão. Tive que esperar uns 30 ou 40 minutos para o querido acordar. Assim que ele acordou a gente ficou conversando na cama enquanto eu estava desenhando corações no peito dele com os dedos.
Um tempo depois levantamos e descemos, eu estava com muita preguiça para fazer alguma coisa bem elaborada para aquela manhã, estava tão frio que eu só fiz um chocolate quente mesmo. Sentei no sofá da sala e conectei meu celular com a televisão, abro o Disney+ e coloquei folklore: sessões no long pond studio.
Hanna e Akasha foram para escola e Xamã ficou comigo deitado no sofá da sala o dia todo.
Eu contei para ele quais eram os livros que eu gostava, eu contei de como eu peguei pedra nos rins, eu contei para ele as minhas quase mortes, as minhas discussões com Cecília e muito mais. Era legal conversar com uma pessoa que você ama assim.
– Eu te amo. - Eu falei sorrindo.
Ele sorriu de volta e beijou minha testa, e me abraçou naquele sofá.

Eu nunca passei por tanta entrevista na minha vida, o álbum foi lançado em Maio, já estávamos em julho e aquilo ainda estava na boca do povo. "Foda-se o Patriarcado!" já ganhou até a versão acústica. E um outro hit que disparou foi o Seu Vizinho, virou até dancinha do TikTok, foi icônico todo mundo fazendo. Eu já fui no Faustão, no Raul Gil, no programa da Fátima Bernardes, no programa da Ana Maria Braga, no Altas Horas, no Caldeirão e de brinde, no Programa da Eliana.
Eu estava em casa colocando comida para Simon e Tina quando o telefone tocou, eu caminhei até a sala e atendi.
– Alô?
– Alô, bom dia, é o Bryan? - Uma voz grave falou do outro lado do telefone.
– É ele sim, quem está falando? - Eu perguntei confuso e assustado ao mesmo tempo.
– Então, aqui é da Clínica São Vicente da Gávea.
– O que foi?
– Então, estamos ligando para falar que o Sr. Geizon Carlos da Cruz Fernandes sofreu um acidente e está internado em estado grave.
Eu gelei, minhas mãos começaram a tremer e eu desliguei o telefone. Fui correndo para o quarto e coloquei a primeira roupa que vi pela frente, pedi um Uber e desci o prédio.

Tudo Muito Bem (Versão de 10 Sentimentos) - XamãOnde histórias criam vida. Descubra agora