24 | À vista de todos

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You stand with your hand on my waistline
It's a scene, and we're out here in plain sight

Você está com a mão na minha cintura
É uma cena, e estamos à vista de todos


I know places

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A primeira semana de fevereiro passa rápido demais, com seja lá o que está acontecendo entre Connie e eu queimando como fogo em pólvora, transformando nossas noites em um borrão de desejo, risadas e sexo.

Mas queimamos em segurança nos nossos respectivos apartamentos, não à vista de todos. Em privacidade, uma parte de mim quer acreditar. Em segredo, minha consciência parece corrigir, ora em tom de conselho, ora de aviso.

Na quarta-feira, nós estendemos um tapete de yoga no chão, jogamos almofadas ali e, sem nenhum motivo aparente, decidimos assistir a um jogo de basquete em vez das nossas costumeiras partidas de futebol. Com as costas apoiadas no sofá atrás de mim, um copo de vitamina de morango na mão e Connie fazendo comentários empolgados sobre o jogo, eu me sinto como se estivesse flutuando em uma piscina, iluminada pelo sol, não importa que seja o meio do inverno.

Passo metade do jogo com a mão sobre a coxa de Connie, subindo e descendo pelo tecido grosso da calça dela. Agora que posso tocá-la, não consigo evitar.

Espero o jogo terminar antes de subir a mão pelo quadril dela, sob a blusa de lã, traçando com as pontas dos dedos a curva de um osso e a pele quente. Isso faz com que ela me puxe para o seu colo, colocando as duas mãos na minha bunda.

Com uma perna de cada lado do corpo dela, exercendo uma leve pressão, eu ponho meu copo de vitamina de lado, depois seguro nos ombros de Connie. Encaro-a de frente, reunindo coragem.

— Se alguém me perguntar sobre você, o que eu digo que nós somos? — É a primeira vez que toco no assunto de qual nome dar para o relacionamento que estamos mantendo.

As sobrancelhas de Connie se unem, formando uma ruga ali. Estendo o polegar e traço o desenho dela.

— Quem perguntaria algo? — ela questiona. — Emily?

— Sendo a minha melhor amiga, sim, ela com certeza seria uma das primeiras a perguntar. Mas também, sei lá, nossas outras amigas? — Penso em sugerir a minha família, mas não tem motivo. Eles não sabem o suficiente sobre a minha vida no Barça para fazer perguntas. — Ninguém pergunta a você sobre mim?

O aperto dela na minha bunda relaxa.

— Ah, bem... — Ela pigarreia, depois leva uma mão à própria nuca, aplicando uma pressão ali no que já consigo reconhecer como um gesto que denuncia seu nervosismo. — Talvez.

— Talvez?

Não sei dizer se isso é bom ou ruim. Talvez perguntem sobre mim? Quer dizer que ela nunca falou de mim para ninguém? Nem para uma melhor amiga? Ela sequer tem melhores amigas? Quais são as melhores amigas dela?

Me distraio um pouco tentando decifrar de quais das jogadoras da seleção da Inglaterra ela poderia ser mais próxima, tendo como base alguns vídeos que vi delas interagindo. Connie parecia ser muito amiga de todas, mas de nenhuma em especial, não há nenhuma relação ali que se sobressaia, não como a que eu tenho com Emily.

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