Amelie Malloy
Eu tinha 15 anos quando tive meu coração quebrado pela primeira e única vez.
Gabe Castañeda, era mais que um vizinho ou o melhor amigo do meu irmão, ele era a minha primeira paixão. Aquele sentimento platônico e intenso que só as pessoas mais jovens tem, por ainda não saberem lidar com o que sentem. Na época, eu podia jurar que era o mais puro amor. Amor verdadeiro.
Meu coração disparava sempre que o via. Aquele cabelo escuro tão sedoso, sua pele oliva e os olhos castanhos tão gentis, além do sorriso que ele sempre me oferecia, junto ao bagunçar dos meus cabelos em um cumprimento. As vezes eu me escondia, só porque tinha medo de morrer quando meu coração saísse pela boca.
E foi assim desde os meus 12 anos. Eu ficava no sofá, assistindo-o jogar videogame com meu irmão mesmo sem entender nada, apenas rindo e alternando o olhar entre a televisão e Gabe. Fingia esquecer minha bicicleta, para voltar no esquadro da sua. Ficava na persiana da janela, esperando ele passar só para vê-lo e acenar, enquanto sorria como uma boba.
Eu não tinha muita noção na época, mas com o passar do tempo eu percebi que Gabe me via apenas como a irmã do seu melhor amigo, quase como uma irmãzinha também. Evidentemente, eu nunca deixei de repará-lo ou desejá-lo, somente nunca expus isso, mesmo quando ele foi ficando ainda mais bonito.
Foi no meu aniversário de 15 anos que tudo aconteceu. Já estava conformada que assim como Gavin, meu irmão, Gabe também só me via como uma pirralha. Afinal, eles já estavam no último ano do ensino médio e em breve estariam na universidade.
- Amelie! Feliz aniversário - Gabe enlaçou seu braços ao meu redor e percebi que ele estava mais forte e mais alto do que me recordava. Abri um sorriso - Parabéns, rosa - Disse em espanhol, língua nativa de sua família por parte de pai. Sempre amei aquele apelido, mesmo sem saber o porquê dele.
Tive que forçar meus pés no chão para ter equilíbrio, quando ele beijou o topo da minha cabeça, antes me soltar. Meu sorriso se expandiu e ele me entregou um pequeno saquinho roxo, com um laço dourado.
Gabe colocou a mãos no bolso, me examinando sem jeito.
- É apenas uma lembrancinha. Desculpa, estou tentando juntar dinheiro para a faculdade.
Dei de ombros, despreocupada.
- Está tudo bem, Gabe - Tranquilizei-o.
Minhas mãos correram rápido pelo embrulho, tirando o laço. Dentro do saco, estava um pulseira prata, com pequenos pingentes de rosa. Era algo tão bonito e delicado que um novo sorriso tomou meu rosto.
Ergui meus olhos até os de Gabe e vi quando ele sorriu, orgulhoso pela escolha do presente.
- É maravilhosa, Gabe!
Ele deu de ombros, sendo modesto.
Não pude me conter. Com esforço, fiquei na ponta dos pés e segurei seu rosto para abaixá-lo, depositando um beijo em sua bochecha.
- Obrigada! - Falei ao me afastar, vendo-o conter um sorriso - Você pode me ajudar a colocá-la?
Ele assentiu.
- É claro.
Entreguei o acessório em suas mãos e levantei meu braço, rapidamente envolvido pela mão de Gabe. Jamais esqueceria do poder de seu toque, o calor da palma de sua mão ativando cada um de meus nervos, me deixando ainda mais apaixonada. Enquanto ele trabalhou em prendê-la em meu pulso, tudo o que fiz foi examiná-lo, aproveitando que estávamos tão perto um do outro.
Eu conseguia sentir o cheiro do seu xampu, misturado com sua colônia e tive que me segurar para não passar os dedos em suas madeixas.
- Pronto!
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Sempre foi você
RandomQuando Amelie embarca em uma nova fase de sua vida, em uma cidade completamente nova graças a sua faculdade, terá que morar com o seu irmão e com Gabe. Melhor amigo de seu irmão, seu antigo vizinho e paixão da adolescência. Morar com dois homens se...