Capítulo 2

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A primeira noite de sono em minha nova casa foi tranquila, mesmo tendo que dormir com tapas ouvidos, para evitar algum som desagradável. Havia acordado cedo e por sorte não avistei nem uma garota semi-nua ou um dos meus dois companheiros de moradia.

O apartamento era perto do campus, um conforto já que não tinha um carro próprio e teria que dividir o de Gavin. Por isso, fui caminhando para me encontrar com Brianna.

- Bom dia! - Sorri, ajeitando minha bolsa no ombro.

Bri retribuiu o sorriso e me deu beijo, bochecha com bochecha. Ela usava um vestido casual florido e sandálias, bem apresentável para o primeiro dia de aula.

- Animada? - Assenti em resposta.

Começamos a andar, nos direcionando para o prédio onde teríamos nossa aula. No começo da graduação, teríamos uma grade semelhante, antes das especializações do cursos começarem. Ela com história e eu com ciências políticas, meu bacharelado escolhido para depois fazer meu pós em direito.

- As meninas que vão dividir o apartamento com você são tranquilas?

- Aparentemente sim. Elas me chamaram a festa de recepção de calouros que vai ter nessa sexta. Se você quiser ir, está convidada. 

Cruzamos as portas do auditório e escolhemos um lugar para sentarmos.

- Eu topo! Já quero começar a ter as primeiras experiências de uma universitária.

Brinna soltou uma risada.

- Vai deixar de ficar enfurnada em seu quarto, lendo quadrinhos de heróis ou jogando The Sims

- Obviamente, não. Mas vou me dividir para equilibrar tudo isso, com meu estudos e a vida social.

Tiro meu computador da bolsa e Bri pega se tablet. O professor, um homem alto e barbudo já está se preparando para começar a falar.

- Não esqueça da sua vida amorosa - Me lança uma piscadela.

Sorrio.

- É claro que não.

A voz do homem rompe por todas as paredes. Ele raspa a garganta, com uma expressão fechada, logo substituída por um sorriso largo.

- Bem- vindo a Finnick University!

******

Depois das aulas, passei no mercada e comprei alguns alimentos para reestabelecer a casa. Não conseguiria ficar mais um dia sem ver meus ingredientes de doces no armário. Mesmo não os fazendo, me confortava tê-los, preparados para serem feitos, em uma espécie de terapia que tinha, usando um pouco da confeitaria - apenas brownies, cookies e cupcakes - como válvula de escape. Ficar, nem que seja alguns minutos, presa entre massas e coberturas me relaxava de um modo único, ainda mais se estivesse acompanhada de música no processo.

Estava terminando de guardar as compras quando meu irmão chegou.

- Aproveitou a noite? - Questiono, assim que ele fecha a porta.

Gavin me encara com um careta, despachando a mochila sobre o sofá.

- Não vou falar sobre isso com você - Se aproxima, apoiando o corpo na bancada e aproveitando para bisbilhotar uma das sacolas de papel pardo - Hum... você fez compras.

- Não consigo me alimentar apenas de cerveja e biscoitos, como você e o Gabe - Fecho a geladeira.

- Você não sabe o que está perdendo - Ele tira da sacola um pacote de balas azedas que comprei, em formato de ursinhos - Eu amo essas balas!

Sempre foi vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora