Na sexta-feira, combino com Brianna e Gavin uma noite de jogos, obviamente comigo e Gabe no pacote. Uma tentativa de apaziguar a situação, que partiu da minha amiga. Ela estava envergonhada pelo situação passada e queria um novo recomeço com o meu irmão, como amigos agora.
Preparei para enfrentar todos os tipos de situação. Novas brigas, uma torta de climão, entre outras alternativas ruins. Claro, podia dar tudo certo também.
Quando a campainha tocou, estava sentada no sofá vendo Gabe e meu irmão em uma partida intensa de um dos inúmero jogos de seu vídeo game.
- Por favor, se comportem, beleza?
Gavin praticamente revira os olhos antes de concordar.
- Eu nem tenho nada haver com isso - Gabe rebate, sem tirar os olhos da televisão.
- Que eu saiba, você já enfiou a língua na garganta dela, então sim, talvez você tenha algo haver com isso.
Ele pausa o jogo, suspirando e me encara, insatisfeito. Estávamos tentando seguir em frente, como o combinado, e por mais que as coisas estejam saindo de um bom modo, as vezes nos alfinetamos e nos olhamos de um modo estranho. Ainda sim, estava tudo sobre o controle. Eu acho.
Gavin nos entreolhou , confuso.
- Eu perdi alguma coisa?
- Cale a boca, Gavin - Gabe ralha, voltando a jogar.
Pulo do sofá e abro a porta para Brianna, com um enorme sorriso no rosto.
- Oi, Amelie! - Ela fala, contente, me abraçando em seguida.
- Sinta-se em casa.
- Trouxe um vinho para a gente tomar - Ergue a garrafa antes de me entregar.
- Ótimo! - Meu sorriso amplia, um pouco exageradamente, graças ao modo como forço. Eu amo vinho, mas não sabia se o álcool em um momento como esse era bem-vindo.
Adentramos a casa e fui até a cozinha para guardar o vinho, enquanto Brianna se encarregou de cumprimentar os meninos.
- Gavin, oi! - Consigo a escutar, mesmo um pouco longe. Seu tom é rotineiro, como se nada tivesse acontecido antes. Nem um envolvimento emocional e muito menos uma pequena briga.
Volto para a sala, bem a tempo de vê-la agarrando Gabe em um abraço forte e que perdura bons segundos. Franzo a testa.
- Gabe! - Ela fala.
Sei que não podia a julgar pela reação, mas não entendia de onde vinha toda aquela animação. O único momento em que os vi junto, foi quando se beijaram. Fora isso, nunca os vi conversando, além de cumprimentos. Eles sem quer se encaravam nos corredores do colégio. Não que tenha observado muito isso...
- Vou pegar os jogos - Anuncio, falando alto propositalmente, antes de ir para o quarto.
Estou tentando pegar o tabuleiro em cima do guarda-roupa com dificuldades, devido a altura. Fico na ponta dos pés, me esforçando o máximo que posso, para pelo menos meus dedos roçarem no papelão.
Sinto um calor por trás das costas e só entendo que se trata de alguém, quando um braço ultrapassa o meu e uma mão agarra o jogo. Viro bruscamente, ficando cara a cara com Gabe.
O ar escapa de meus pulmões. Fico arrependida pela minha ação no momento em que meus olhos encontram os seus, inertes sobre os meus. É um grande choque ficarmos tão perto a ponto de sentirmos nossas respirações, ainda mais com todas as revelações.
Tão atônito quanto eu, ele recua um passo e me entrega o tabuleiro. Desvia os olhos e raspa a garganta antes de falar.
- Deveria ter pego uma escada ou uma cadeira.
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Sempre foi você
DiversosQuando Amelie embarca em uma nova fase de sua vida, em uma cidade completamente nova graças a sua faculdade, terá que morar com o seu irmão e com Gabe. Melhor amigo de seu irmão, seu antigo vizinho e paixão da adolescência. Morar com dois homens se...