Escadas

Entre toques e incertezas

Já se passavam vários minutos desde que Bakugou estava abraçado a Uraraka. Ele tinha consciência de que deveria se levantar e ir diretamente para o banho, mas, sendo muito franco, ele só queria ficar assim com ela por horas. Afundou seu rosto na curva do pescoço dela, deleitando-se com seu aroma, percebendo que tudo nela era doce, macio e aconchegante, simplesmente a perfeição pura!

Relembrando, Katsuki nunca se sentiu tão relaxado. As mãos dela acariciavam suas costas levemente, tornando tudo mais agradável

– Você vai ficar aí para sempre?

– Talvez. – Ele responde, adicionando mais um beijo estalado em sua pele.

Finalmente criando coragem para se levantar, Katsuki assiste Ochako fazer o mesmo com uma careta. Antes que ele possa dizer algo, ela o informa para não se preocupar.

– Já estava esperando ficar dolorida! – Seu sorriso é discreto, mas enquanto ela caminha na direção do banheiro, volta a mostrar desconforto.

Katsuki tenta ser o mais prestativo possível, ligando o chuveiro e ajustando a temperatura da água rapidamente, dando espaço para que ela entre primeiro debaixo do jato da ducha. É meio difícil evitar a cor da água que se dispersa no chão do box quando ambos estão se limpando. Ele faz questão de fazer bastante espuma enquanto esfrega as costas de Ochako, e o silêncio que se segue entre os dois é totalmente confortável.

Eles trocam alguns olhares atentos e sorrisos despreocupados, e tudo fica ainda melhor quando Katsuki a beija suavemente debaixo do chuveiro.

– Essa ducha é muito boa, mas acho que já estamos abusando! - Ochako fala enquanto fecha a válvula do chuveiro.

– Eu gastaria toda a água quente por você! - Ele afirma, voltando a beijá-la novamente.

***

Havia muitas opções para o almoço nos vários panfletos que Katsuki mostrou a Ochako na cozinha. Assim que o nome "Sukiya" se destacou entre os papéis, ela se empolgou instantaneamente. Optando por um Gyudon de tamanho médio, acompanhado de Karaage, e um enorme copo de matcha gelado com limão e mel, Ochako sentiu-se sortuda por poder fazer esse pedido, comentando que estava mesmo cogitando ir a esse restaurante.

Katsuki escolheu um Kare Raisu grande e finalizou o pedido.

– Acho que pedir Sukiya é considerado comer besteira! – Ochako diz, balançando o bilhete que sua mãe deixou na bancada da cozinha.

– Ela reclama sobre isso como se fosse sempre, mas não é. Minha mãe tem uma tendência ao drama!

– Você também pode ser um pouco dramático às vezes! – Ochako o olha um pouco risonha.

Ele se aproxima, cercando-a com seus braços sem tocá-la. O sorriso dela aumenta quando percebe que está encurralada.

Há uma satisfação nesse tipo de provocação que Katsuki não consegue explicar; a antecipação do toque fervilha em sua pele como eletricidade.

Quando seu pai tentou conversar sobre garotas com ele, Katsuki foi tão relutante em ouvir. Seu pai avisou que, quando se está com alguém que se gosta, parece que você vive em outro universo com essa pessoa, onde nuances assim são indescritíveis. Claro que ele revirou os olhos ouvindo isso, mas nesse momento, olhando para Ochako, ele entende o que seu pai queria dizer. A forma como ela se derrete com seu toque faz seu coração se agitar, mas nada se compara ao seu olhar. Suas bochechas ficam um pouco mais rosadas, e a cautela tímida que ela tenta disfarçar em vão é apaixonante. Tudo se eleva quando ela demonstra desejo. Isso tem um efeito tão forte sobre ele que Katsuki se questiona se esse sentimento é possível. Hesitando mais um pouco, ele finalmente a beija suavemente e é recompensado com a ansiedade dela. Ele poderia provocá-la assim para sempre.