Convite Inevitável

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Katsuki reconhecia o peso das palavras de Ochako; era um avanço na direção que ele tanto desejava. Ele conteve sua vontade de pedi-la em namoro naquele exato momento, temendo parecer excessivamente emocionado. Seu peito transbordava de alegria; acabavam de compartilhar um momento incrível, e com essa declaração, Ochako o deixou ainda mais extasiado.

Depois de se vestirem, ele fez questão de ficar, mesmo após a pequena discussão que tiveram. Ochako estava relutante em ir para o banho, mesmo com sua insistência; ela o convenceu ao mencionar que, pela terceira vez, sua pele não mostrava sinais de irritação com o suor dele!

— Vou tomar banho antes de dormir, então não se preocupe. — ela tranquilizou-o, deitando ao seu lado na cama. Ele a puxou para mais perto, entrelaçando suas pernas com as dela.

— Você não tem intenção de ir embora, né? — ela perguntou.

— Você quer que eu vá embora? — ele retrucou, questionando-a.

— Katsuki, pare de ser bobo. Você sabe que eu quero que você fique.

— Eu sei, Bochecha. Estou brincando. Eu não iria a lugar algum mesmo se você me expulsasse. — O riso de Ochako tem um efeito borbulhante nele; a cara que ela faz é completamente amável.

— Será que fizemos muito barulho?

— Talvez, mas acho que estamos a sós nesse andar.

— A Mina passou aqui antes de você aparecer. — Ochako boceja e esfrega os olhos com a costa da mão, demonstrando sono. — Geralmente, depois do jantar, ela vai para o quarto do Kirishima.

— Eu sei. — Katsuki responde, mostrando aversão.

— Eles são realmente barulhentos?

— Sim.

— Não podemos julgá-los; pelo menos entendemos como são as coisas agora.

Katsuki ri, nem fodendo que ele vai relevar todo o barulho detalhado que já ouviu passivamente.

— Quando você dormir no meu quarto, vai mudar de ideia.

— Sério? — ela o olha surpresa e então cai na gargalhada. — Não sei se quero ser traumatizada assim, acho melhor ficarmos por aqui mesmo.

— Talvez eu aproveite para me vingar.

— Não! KATSUKI!

Ele ri abertamente, abraçando-a com mais força.

— Não é justo minha participação nessa sua vingança pessoal, ainda mais nesse contexto.

É divertido ver a reação dela com sua provocação; ele a beija antes que ela proteste novamente. No primeiro segundo ela resiste, mas logo em seguida se entrega, tornando o beijo leve e doce. Ele sente o riso dela em seus lábios.

O som de algo vibrando inunda o quarto. Katsuki estica o pescoço para ver de onde vem o barulho; seu celular está tocando em cima da escrivaninha de Ochako. Ele nem se lembra de ter deixado o celular lá. Pela tela, vê que é sua mãe ligando.

— Você se importa se eu atender? — ele pergunta a Ochako quando levanta.

— Não.

Katsuki se pergunta o que será que ela quer. Não é muito comum sua mãe ligar a essa hora. Ele espera que não seja um sermão por causa do domingo de manhã.

— Oi. — Ele atende, apoiando-se na mesa de estudo de Ochako.

"Você já estava deitado?"

— Não, pode falar.

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