"já suspeitávamos"

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Assim que Ochako saiu do banho, Katsuki não conseguiu desviar o olhar. Sua camiseta tinha o comprimento perfeito, revelando o suficiente para que ele pudesse apreciar suas coxas. Ele a observou, deleitando-se com sua presença. A atmosfera entre eles estava um pouco tensa, e ele se divertiu ao anunciar que não cumpriria sua pequena promessa provocativa. Sua intenção real era conversar sobre o jantar com seus pais, mas, quando ela demonstrou insatisfação por ele não ter tomado banho com ela, Katsuki viu uma oportunidade de criar mais tensão.

Quando ela se aproximou da cama, Katsuki ergueu o edredom, convidando-a para deitar-se ao seu lado. Ochako aconchegou-se nele, apoiando a cabeça em seu peito, e então ele apagou a luz.

Uma fresta de luz do luar, mesclada com as luzes da rua, penetrava pelas cortinas, mantendo o quarto levemente iluminado.

- Você pensou sobre o convite para o jantar? - ele perguntou.

- Sim - respondeu ela, apenas num sussurro. - Desculpe, ainda não tenho uma resposta.

- Tudo bem, temos até amanhã à noite.

Ochako suspirou; Katsuki não sabia se era pelo assunto ou por outra coisa. Ela passou o braço livre em volta dele e o abraçou com firmeza, afundando o rosto em seu peito.

Eram esses momentos que o pegavam de surpresa. Ele gostava de tudo: a intimidade, a proximidade e o silêncio confortável. Era surpreendente para ele como tudo isso estava se moldando perfeitamente. Chegava a ser opressor o quanto ele a queria cada vez mais.

Katsuki não resistiu e começou a passar os dedos entre os cabelos dela. Ochako levantou a cabeça para encará-lo, e eles se olharam por um longo tempo.

Era até engraçado quando ambos se moveram para encontrar um ao outro em um beijo longo e cheio de vontade.

Suas mãos deslizaram pelas costas dela, alcançando a curva de sua bunda. Com um aperto leve, ele a trouxe para mais perto, se enroscando mais em seu corpo.

A progressão das carícias foi calma, muito diferente da última vez. Os lábios dela estavam incrivelmente macios, despertando nele a vontade de mordê-los. A camiseta de Ochako subiu com o entrelaço deles, dando a Katsuki muito o que tocar e apertar. Suas palmas deslizavam facilmente pela pele exposta, fazendo-o perceber que a única roupa que ela usava era a camiseta dele.

Ele sorriu contra os lábios dela pela audácia de sua luxúria.

Com um giro repentino, ele virou para ficar por cima dela. Ochako soltou um gritinho de surpresa que teve um efeito borbulhante em Katsuki.

- Por que diabos você não está usando calcinha?

- É mais confortável assim - respondeu ela, com um tom cínico.

- Você é uma péssima mentirosa.

Ochako começou a rir, se divertindo. Katsuki beijou seu pescoço, arrancando mais risos dela. Ele nunca se cansaria desses momentos!

***

O dia estava um tanto estranho, ou talvez fosse apenas coisa da cabeça de Ochako. Olhares prolongados eram lançados na sua direção, o que a deixava inquieta. A lógica era simples: se as garotas já sabiam, somando ao fato de que ela e Katsuki não conseguiam disfarçar, mesmo achando que sim, o restante da turma também saberia - e ela não havia pedido segredo, certo?

Assim, os olhares questionadores pareciam vir de todos os lados. Ochako não tinha a intenção de fazer um anúncio para ninguém, e tinha outras preocupações em mente.

Sobre ir jantar com os pais de Katsuki, sua decisão ainda estava longe de ser tomada. Conhecer formalmente os pais dele a assustava um pouco, já que ela e Katsuki não estavam oficialmente namorando, o que tornava mais difícil aceitar o convite. Além disso, a situação embaraçosa que vivenciaram precisava ser discutida com alguém, alguém que não a julgasse tanto pelo menos.

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