Sintonia

802 106 49
                                    



Narrador

Soraya usava seus habituais óculos de grau, e seus cabelos loiros naquele momento estavam presos num coque e seus braços cruzado na altura dos seios enquanto tentava manter seu olhar calculista em Simone.

Não entendia porque a fazendeira tinha se comportado como uma verdadeira criança mimada, mais mimada que Nelissa e estava prestes a interroga-la.

- Qual o seu problema comigo? – Perguntou de uma vez só já que não tinha nada pensado em nada que tivesse causado aquilo. – Porque tratou minha colega de trabalho daquela forma?

- Eu trouxe o contrato que imprimi do Arbnb... – Simone entregou as folhas a loira. – Você deveria ter avisado o anfitrião, que no caso sou eu, sobre visitas. Eu não gosto de estranhos entrando nas minhas terras como se estivesse numa praça pública.

O queixo de Soraya caiu e ela olhou Simone de cima a baixo.

- Não li isso quando aluguei...

- Pois leia agora... – Bufou. – Mas eu também quero me desculpar por aquilo... não é do meu caráter encrencar com nenhum inquilino... mas eu realmente não gosto de estranhos rondando as minhas terras.

Soraya ergueu uma sobrancelha, pois em todos os seus roteiros mentais daquela conversa, imaginou Simone lhe dando uma desculpa qualquer e não sendo tão sincera daquela forma.

- Você postou essas regras hoje de manhã?

- Sim. – Sorriu com as bochechas vermelhas ao ser pega no pulo. – Eu tenho que ir agora... tenho muito serviço para fazer ainda.

- Oh... por falar em serviço, e já que você é uma anfitriã tão burocrática, estou com um problema no encanamento da cozinha, já que você é toda certinha e não quer estranhos rondando por aqui, até pensei em chamar alguém para arrumar, mas prefiro que você resolva o problema.

- Claro, você deve ter feito comida pra uma multidão e... – Ela parou de falar e suspirou. – Ok... eu vou dar uma olhada.

- Você também é encanadora?

- Eu sou tudo... faço de tudo um pouco. – Deu uma piscadinha. – Só vou pegar minhas ferramentas, espere um pouquinho.

Poucos minutos mais tarde, Simone estava analisando a pia entupida, estava transbordando de água, pois a mesma tinha enchido para comprovar o óbvio e teve outro trabalho de esvaziar e limpar, para só então começar a desmontar o cifrão.

E Soraya estava tendo uma visão da morena deitada em baixo da pia, e ela tinha uma visão das coxas sobradas, seu sorriso ficou malicioso ao se imaginar sentada ali na cintura rebolando algumas vezes e seus pensamentos foram interrompidos quando a fazendeira soltou alguns palavrões.

- Realmente seu cifrão está entupido... – Ela saiu de baixo da pia enquanto pegava um balde e levava em direção ao cano e logo em seguida puxou a peça fazendo o resto de comida cair ali.

- Eca que nojo... – Soraya fez som de vomito.

- Você nunca viu uma nojeira assim antes não é?

- Eu não... meu ex que cuidava dessas coisas. – Suspirou. – Aquela peste bubônica.

- Você tem um ex? Do tipo ex namorado ou ex marido?

- Não quero dar andamento a esse assunto, está morto e enterrado.

Simone revirou os olhos, queria saber mais coisas daquela loira.

- Tem duas coisas nessa vida que me irritam mais do que trabalho acumulado. – Soraya comentou enquanto tocava as coxas torneadas a ponta do seu pé. – Gente ciumenta...

A Fazendeira Versão Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora