NarradorSoraya Thronicke
Olhava para o gps do seu carro e pensava se valeria a pena sair da sua zona de conforto, mas aquele tinha sido o único jeito encontrado por ela para encontrar as falhas no sistema do banco pessoalmente.
Era uma executiva de um dos maiores bancos do país, geralmente ficava na agencia localizada no centro de São Paulo, mas após uma prévia investigação que parecia ter relação com uma sequência de agencias que ficavam localizadas em lugares abastados ou regiões insalubres, tinha que investigar pessoalmente o que estava acontecendo.
Com a ajuda de seus colegas, havia feito uma lista e enviado alguns executivos a campo, mas aquela cidade em particular, era a menor do país, porém a que menos respondia aos relatórios do sistema e precisava encontrar os erros para retirar a agência dali, já que sem uma ficha criminal por desvio de dinheiro, o governo proibia tal coisa.
E como executiva teve que reagendar sua agenda por causa da recusa dos outros funcionários em seguir até aquela microcidade, Soraya só teve tempo de reservar o único lugar que julgou confortável, e era um chalezinho que ficava dentro de uma fazenda, o lugar era amplo, equipado e acolhedor e o trajeto de carro daquele ponto da fazenda até a agência da cidade era de trinta minutos.
Soraya ainda aproveitou uma noite para se despedir dos seus amigos e familiares, já que era certo que ficaria no mínimo trinta dias ali, mas era possível que esse tempo se estendesse por mais dois meses dependendo das mais variáveis possibilidades.
Ainda pensou em ir para a tal cidade de ônibus, mas não possuía nenhuma linha direta até lá, então preferiu dirigir os mil quilômetros, foram quase dez horas de viagem dos Jardins, até Três Lagoas em MS, com algumas paradas pela estrada, Soraya tinha preferido sair as quatro horas da manhã de São Paulo, pois assim atravessaria o sudeste ainda de dia e chegaria com facilidade ao seu destino.
E depois de dirigir por quase mil quilômetros, fazer três paradas para abastecer e duas para se alimentar, Soraya havia finalmente chegado ao seu destino.
A paisagem daquela região parecia compensar todo o seu trabalho, até mesmo o cheiro do verde era indescritível, e pela primeira vez ficou maravilhada com o que a natureza podia oferecer.
Não demorou muito para achar a estrada principal que levaria até a fazenda Sombras da Terra, e estava louca para largar aquele volante, tomar um banho e dormir por dois dias no mínimo.
O sol estava quente, mas a previsão do tempo era para chuva, e assim que avistou a porteira se surpreendeu ao ver que ela estava aberta, não havia se enganado a placa da frente era igual a que tinha no anuncio do chalé.
E dirigiu devagar pelo caminho que ainda existia dentro da fazenda, até avistar uma enorme casa de madeira, aquela deveria ser a principal, pensou, não era luxuosa como as que estava acostuma a ver, mas poderia ser muito confortável julgou.
Assim que avistou o chalé que tinha alugado, abriu um sorriso seguindo com o carro para lá.
Foi então que viu a primeira alma daquele lugar.
- Hey! Você trabalha aqui? – Soraya perguntou ao abaixar o vidro e a loira baixinha que estava com o celular no ouvido tomou um susto ao ve-la.
- Não... você trabalha?
- Meu Deus... – Soraya negou com a cabeça e resolveu manobrar o carro para trás onde havia outro carro branco e saiu do veículo. – Meu nome é Soraya, vim passar uns dias por aqui... – Olhou ao redor em busca de alguém que pudesse lhe guiar. – E pelo jeito já me arrependi.
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A Fazendeira Versão Simoraya
Science FictionSimone Tebet levava uma vida tranquila entre cuidar das suas terras e do coração para que nunca se apaixonasse. Estava tudo seguindo como idealizara, até uma tempestade em forma de mulher lhe tirar do eixo. Soraya Thronicke é uma bancária que fora o...