Fogo No Parquinho

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Narrador

Soraya estava diferente naquela manhã de segunda-feira, Simone notou, a bancária trajava um conjunto de terno preto, e seus cabelos estavam lisos e escorridos, assim como sua maquiagem era leve.

- Onde vai assim tão linda? – Simone perguntou mantendo uma distância segura, ou seria capaz de agarrá-la.

- Tenho um trabalho importante hoje, e preciso estar vestida a caráter. – inclinou-se para lhe dar um selinho e Simone soltou um gemido.

- Não... vou estragar seu batom.

- Está tudo bem. – lhe deu mais um selinho. – me deseje sorte.

- Toda a sorte do mundo para você querida. – Simone deu uma risadinha de lado enquanto assistia Soraya se despedir de Neli também.

O que Simone não sabia, e que ela preferiu a manter longe do assunto era que as investigações de Lorena no sistema do banco tinha dado fundamento, havia realmente uma sequência de erros propositais na aquisição de empréstimos.

E a princípio tinha sido difícil localizar, já que poderia ter partido de qualquer região, e isso veio de um favor dos amigos de Lorena, um técnico em T.I do próprio banco tinha conseguido identificar a chave do requerente e com isso ela encontrou a pessoa que estava por trás dos golpes, assim poderia facilmente acabar com aquilo.

- Pedi para que Caíque desce uma lavada no meu carro e ele lustrou o meu amigão, tá brilhando que só. – a advogada disse enquanto dirigia até a cidade.

- Você conseguiu falar com os agentes da PF?

- Sim... já tem um carro próximo a agencia nos aguardando.

Soraya tinha papel considerável ali, ela demitiria o funcionário pois o mesmo estava conectado a uma rede de estelionatários que a policia estava atrás.

Assim que entrou na agencia foi imediatamente acolhida por Alejandro, o gerente de vendas lhe ofereceu um café e a Lorena estava prendendo o riso enquanto olhava para Soraya.

- Eu preciso que você me acompanhe senhor Carlos César. – disse enquanto seguia até uma sala. – preciso que leia esse contrato e o assine é a sua demissão.

- Assim do nada? – ele perguntou confuso enquanto se sentava e ajustava a sua gravata. – Sempre fui um bom funcionário.

- Creio eu que estamos em linhas diferentes... não creio que bons funcionários roubem.

Ele a olhou por alguns instantes e depois para Lorena, não adiantaria nada fugir.

- Vai me dizer que as senhoras, estando no cargo que estão nunca fizeram nada de errado?

- Não, e é justamente por isso que estamos no cargo que estamos. – Soraya disse friamente evitando olhá-lo, por causada daquele indivíduo sua namorada esteve em maus bocados e não queria nem que a mesma soubesse disso, ou ela não hesitaria em cometer um crime.

- Olha não é bem assim, eu só deixei de dar baixa no sistema e facilitei a grana para algumas pessoas...

- Você usou o nome de duas pessoas, que estão mortas para se dar bem. Você é um sociopata desgraçado e aqueles dois senhores o escoltarão até a sua nova residência. – Soraya apontou para os policiais que estavam aguardando na porta e Carlos César olhou desesperado uma para a outra.

O gerente ainda deu um chilique antes de sair da agência , praticamente dependurado pelos dois policiais e fora quase jogado contra o camburão é claro que isso fez com que os idosos que iam até a agencia pela manhã começassem a cochichar sobre o ocorrido.

A Fazendeira Versão Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora