A Fazendeira Versão Simoraya

Sorte No Azar

Narrador

Não precisava ser um dos maiores gênios para ver que Isabelli e Michelli tinham uma conexão, era como duas almas gêmeas que haviam aguardado milhares de outras vidas para finalmente estarem juntas.

Soraya observava ao longe a interação esquisita da peoa sendo terrivelmente charmosa e paciente com uma morena baixinha dramática que resolvera ter uma crise de ciúmes enquanto estavam no hospital.

A morena sabia que a birra não seria para sempre, que logo as duas estariam se pegando novamente, mas o seu problema ali era o pequeno bebê que possuía apenas um nome de "batismo" e a sua própria conexão com aquela alma.

Sabia que podia proporcionar um lar estável a ele, um apartamento grande, um quarto confortável, plano de saúde, uma creche particular, e várias outras regalias que nenhuma criança que vivia naquela cidade poderia sonhar em ter, mas Soraya pensava se poderia ser uma mãe de verdade, se poderia fornecer uma educação respeitosa, se teria forças o suficiente para amar outro bebê.

Então outro rostinho entrou na equação, por alguns momentos se lembrou de Neli, sobre o quanto havia se afeiçoando a menina, seus olhinhos brilhantes e os cabelos no tom de chocolate, e ela era tão apaixonada pela pequena que tinha simplesmente deixado todas as suas reservas de lado.

Uma pequena novela surgiu em sua mente, onde poderia viver num mundo paralelo com Nelissa, o bebê e a fazendeira, com alguns detalhes poderia se imaginar vivendo ali com eles, cuidando da casa e dos filhos enquanto aguardaria sua esposa para o almoço.

- Terra chamando... um, dois, três... – Isabelli estalou os dedos a sua frente e Soraya fungou.

- O mundo real é cruel...

- Calma loira, eu só tava sugerindo a Michelli da gente ir naquele barzinho tomar um pingado.

- Aceito. – Soraya disse.

Era noite de uma quinta feira, Soraya já estava no terceiro copo, Isabelli havia tido uma emergência de trabalho e teve que seguir quase que imediatamente, e Michelli permaneceu ali bebendo um pouco com a amizade que havia feito por pura sorte do destino.

- Não vou deixar você sair desse jeito. – Michelli disse ao ver que a loira mal conseguia caminhar sozinha.

- Um copo de coca gelada e eu estou... novinha em... folha...

Algum tempo mais tarde, quando Michelli a tinha finalmente conduzido até a pousada e fazia um caminho até seu quarto foi parada pela dona do lugar.

- Você sabe que se trouxer mais alguém vai ter que pagar dobrado... – Ela disse.

- Sei... só adicione a minha conta. – Michelli retrucou enquanto firmava Soraya em seus braços.

- E se lembre que isso aqui é uma pousada de respeito! Nada de safadeza. – Michelli fechou os olhos com força e seguiu até o seu quarto deitando a loira na outra extremidade da cama, e ficou pensativa se retirava os sapatos ou não, mas assim que a loira se encolheu, ela não teve outra alternativa a não ser retirar, antes que sua cama ficasse suja de areia, para si mesma, deu preferencia a um banho antes de dormir, e assim que se aconchegou e fechou os olhos.

Claro que na manhã seguinte, não foi nenhuma surpresa para Michelli acordar numa cama acompanhada com alguém além de Isabelli, mas se surpreendeu ao perceber que em algum determinado momento da noite, Soraya havia praticamente se fundido ao seu corpo.

- Humm... Sisa... você parece menor... e seus músculos estão mais molengas... – Soraya murmurou de olhos fechados.

- Você que não ouse descer mais essa mão. – Michelli olhou para onde a mão da loira seguia até os seus seios e a sua voz fez com que Soraya abrisse os olhos.