NarradorSimone estava parada há algum tempo enquanto observava a cena a sua frente, não sabia de onde havia retirado energia o suficiente para galopar por mais quilômetros até onde Michelli estava, sentada na cadeira, poderia lembrar das vezes em que a assistente sento-se naquele mesmo local com Neli em suas pernas enquanto lia para a menina, mas daquela vez a morena baixinha estava sozinha com uma pilha de papéis ao lado.
Claro que num determinado momento os olhos da morena encontraram os seus, a princípio de apenas curiosidade por não reconhecer a recém morena, mas logo seus olhos ganharam uma combustão de raiva e ela apenas seguiu com a leitura.
Até mesmo quando Simone parou a sua frente e sentou-se.
- Quem é vivo sempre aparece...
- Não é como se eu tivesse ficado dias ou semanas longe.
- Não ... não é, mas no seu caso, não pode se dar ao luxo de sair assim, tem responsabilidade.
- Tenho... por isso vim conversar com você.
- Desistiu?
- não... apenas precisei ir... você não entenderia.
- O meu trabalho é entender as pessoas.
- Não quero colocar a culpa da minha irresponsabilidade em outra pessoa, eu sei que deveria ter levado ela comigo, mas eu não sabia se a viagem seria longa ou não... nos poucos minutos que consegui pensar achei que dona Conceição e Isabelli dariam conta de cuidar da pequena por algumas horas, mas as horas viraram dias. Me esqueci que Conceição sairia em romaria...
- Certo... sabe Simone, faltava só isso daqui... isso! – Michelli elevou a mão mostrando os dois dedos. – para eu sair do caso, encontrei a irmã mais velha de Nelissa, você aceitou a responsabilidade de cuidar da menina, lhe deu um lar... a colocou nas terapias necessárias, abdicou de algumas coisas para dar a ela sustentação... eu já estava prestes a deixar esse caso para a conselheira tutelar daqui, e voltar para São Paulo, mas então você... deu uma mancada, e voltamos ao zero novamente, onde eu volto a não saber quem você é e a não confiar uma criança a você.
- O que você quer que eu faça?
- Não sei ainda... tem protocolos a serem seguidos.
- Você não vai levar Neli de volta. – disse e Michelli rapidamente lembrou-se da ameaça velada de Isabelli.
- Ainda não decidi isso e se eu vir a decidir, não vai ser você e seu coronelismo que irão me impedir. Não tenho medo de você.
- Eu não quero que tenha medo de mim, só é injusto você traze-la, me fazer ter todo o gasto que tive e simplesmente leva-la de volta!
- Por que você sumiu!
- Não a deixei sozinha, a deixei com Isabelli, meu braço direito a pessoa em quem confio.
- É confia tanto que ela confiou a mim os cuidados com a menina.
- Não faça isso... – respirou fundo. – Não a leve...
- Você está suspensa... precisa assinar uns termos. – disse entregando um bloco de folhas a Simon.
- O que isso significa?
- Que diferente de antes, você agora vai ser novamente avaliada, vai ter direito a visitação... com dia e hora estipulada... – entregou a folha a Simone.
- Você não pode fazer isso.
- Eu já fiz, conheço uma juíza da vara da infância e juventude me adora... e vai por mim isso sou eu te dando uma segunda chance, ou caso contrário eu nem estaria tendo essa conversa com você.
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A Fazendeira Versão Simoraya
Ciencia FicciónSimone Tebet levava uma vida tranquila entre cuidar das suas terras e do coração para que nunca se apaixonasse. Estava tudo seguindo como idealizara, até uma tempestade em forma de mulher lhe tirar do eixo. Soraya Thronicke é uma bancária que fora o...