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Lili

Senti um forte incômodo em minha cabeça e coloquei minhas mãos sobre minha testa mantendo meus olhos bem fechados. Quando os abri, a luz solar invadiu a minha retina e eu esfreguei meu rosto, tentando me acostumar com a claridade.

Com um pouco de esforço, eu consegui sentar e senti um pouco de enjôo. Coloquei minha mão sobre a minha barriga e respirei fundo, concentrando-me para não vomitar. Eu com toda certeza passaria muito tempo sem beber.

— Mas... que? — indaguei olhando em volta. Aquela não era a minha sala ou nenhuma outra sala que eu me lembre de já ter estado.

O meu primeiro pensamento era que eu havia saído da festa com algum desconhecido e transado com ele, mas a minha última lembrança era de ter cogitado ir até o apartamento do Cole.

Sobre uma das mesinhas de canto, eu vi algumas fotos dos Sprouse e respirei aliviada, mesmo que o fato de eu estar ali fosse uma loucura da minha parte. Era menos mal do que ir para a cama com alguém que não conheço.

Eu ainda estava com a roupa da noite anterior e sobre mim havia um cobertor. Eu nem conseguia pensar com que cara eu iria olhar para o Cole. E foi só ouvir passos aproximarem-se que meu coração gelou.

— Bom dia, está bem? — ele perguntou ainda com o rosto um pouco sonolento.

— Depende. O que eu fiz?

— Você veio até aqui e achou que eu fosse o Dylan.

— Meu Deus, eu não te tratei mal, tratei? — perguntei com preocupação.

— Não, você só ficou muito, muito emotiva. — riu pelo nariz. — Depois você me abraçou e acabou apagando. Eu te deitei no sofá e trouxe um travesseiro e um cobertor.

— Eu te abracei? Isso é um pouquinho desrespeitoso, não? — arqueei a sobrancelha.

— Lili, eu sou um ser humano como qualquer outro. — sorriu de lado. — Fique tranquila. — eu assenti. — Como descobriu o meu endereço?

— Devo ter visto em algum lugar na casa dos seus pais.

— E por que veio até mim?

— Bem, eu estava mal e queria me sentir melhor. A última vez em que me lembro de estar totalmente bem foi quando conversamos. Uma pena que eu tenha saído do meu restinho de consciência assim que cheguei aqui. — sorri sem jeito.

— Ainda bem que não bateu o carro. — riu. — Eu vou preparar uma coisa para a sua ressaca.

— E o que um padre que nunca bebeu na vida saberia sobre como curar ressaca?

— Eu tenho uma irmã bem festeira que adora aprontar desde muito nova. Sei tudo sobre curar ressacas. — deu uma piscadela. — Já volto e se precisar vomitar, o banheiro fica na primeira porta do corredor.

— Ok, obrigada! — ele assentiu e se retirou.

Pude ouvir o barulho do liquidificador e não demorou muito para que ele retornasse segurando um copo de vitamina. Ele me entregou e sentou ao meu lado.

— Banana, abacate e mel. Aposto que vai se sentir bem melhor. — ele disse.

Comecei a ingerir a vitamina que tinha um sabor até que muito bom, apesar da estranha combinação de abacate com banana. Ouvimos algumas batidas na porta e Cole fez uma cara confusa, já que o porteiro não havia interfonado.

Ele pediu licença, levantou e abriu a porta, ficando cara a cara com Dylan. Aquela era a primeira vez que eu via os dois juntos e a cena foi um pouco curiosa. Eles se encararam como se fossem se socar a qualquer momento.

Caindo em Tentação ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora