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Lili

Cole esteve comigo todos os dias daquela semana. Era muito prazeroso ver o quão atencioso ele estava sendo comigo, me fazendo sempre sentir segura e intocável. Nós passávamos o dia inteiro vendo filmes, conversando sobre coisas aleatórias, zoando um ao outro, ouvindo música e até mesmo apenas em silêncio, nos olhando constantemente.

Eu ainda não conseguia sair de casa, não voltei a trabalhar e apenas recebia visitas em meu apartamento. Camila e Casey saíam para comprar as coisas da casa para mim. Toda vez que eu pensava em pisar fora daquele prédio, uma sensação ruim me invadia e me travava por completo. Ao menos, eu já conseguia ficar um pouco sozinha em casa.

Dylan veio me visitar algumas vezes e notou o quanto eu estava indiferente com ele, mas eu ainda preferia não comentar nada sobre seu joguinho de manipulação. Não podia correr o risco de ele denunciar o Cole e obrigá-lo a deixar de ser padre à força. Aquela deveria ser uma decisão inteiramente do Cole. Provavelmente, ele só não se importava que o Cole continuasse próximo a mim por conta do meu problema recente.

— A Loren quer te ver. — Dylan disse após eu lhe servir uma xícara de café.

— Não, eu não quero que ela me veja assim. — meu olho já estava um pouco desinchado, eu já conseguia abri-lo, mas meu rosto ainda estava coberto de hematomas e eu não havia retirado os pontos.

— Eu tenho certeza que ela não vai se importar com isso.

— Não me sinto confortável assim na frente de uma criança. — suspirei, sentando ao seu lado no sofá.

— Como quiser. — deu um gole em seu café. — E como você está? Ainda não consegue sair de casa? — neguei com a cabeça. — Por que não tentamos? Eu saio com você, a gente pode ir numa sorveteria... — o interrompi.

— Quando eu quiser, eu aviso. — soei grossa.

— Tá... — ele desviou o olhar, parecendo desconfortável. — Eu posso perguntar uma coisa?

— Pode. — dei de ombros.

— Sabe aquele dia antes de você viajar? O dia em que você me beijou.

— Dylan... — resmunguei.

— Deixa eu terminar. Por que você me beijou?

— Como assim?

— Você não quer voltar comigo, diz que não me ama mais, mas aquele beijo pareceu tão... intenso...

— Foi só o calor do momento. — eu não queria mesmo falar sobre aquilo.

— Talvez, sei lá... — ele passou o braço em torno do meu corpo e chegou mais perto. — Talvez você ainda... — começou a aproximar seu rosto do meu.

— Não. — fiquei de pé. — Para de forçar a barra, isso não vai rolar. — fui clara.

Ele ia dizer mais alguma coisa, mas sua fala foi cortada pelo interfone que começou a tocar. Eu agradeci aos céus em pensamento e fui correndo atender.

— Sim?

Bom dia, senhorita Reinhart! Cole está aqui para vê-la.

Pode pedir pra ele esperar uns cinco minutos antes de subir?

Claro!

Obrigada. — coloquei o interfone de volta no gancho e voltei a minha atenção para o Dylan. — Seu irmão está aqui, acho que não vai querer dar de cara com ele.

— Por que não mandou ele vir outra hora? — revirou os olhos. Eu apenas cruzei os braços e o encarei. — Vai me expulsar, é? — arqueou a sobrancelha.

Caindo em Tentação ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora