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Lili

No decorrer da semana, eu fiz alguns trabalhos mais básicos e agendei outras coisas como um ensaio de casamento, uma festa de quinze anos e uma campanha de conscientização da prefeitura.

Entre Cole e eu as coisas andavam na mesma. Vivíamos saindo juntos cada vez mais e até fizemos um piquenique bem cedo na manhã de sexta. Como sempre, eu continuava fingindo que nada estava acontecendo enquanto observava cada movimento dos seus lábios e as covinhas que se formavam quando ele sorria.

Para espairecer mais a minha cabeça, eu acabei aceitando o convite de Dylan para sairmos até um bar no sábado, beber e conversar, sem segundas intenções. Nós estávamos sentados em uma mesa bebendo cerveja e comendo alguns petiscos de frango.

— Achei que agora que é da igreja, você fosse parar de beber. — ele disse.

— Eu não preciso parar de beber, só tenho que evitar exageros, porque isso não faz bem.

— Você só exagera quando se sente mal ou feliz demais.

— Não me sinto mal e posso ser feliz de outras formas. — dei de ombros. — Você disse que tentaria ir até a igreja.

— Não precisa me cobrar, eu vou para a quermesse. — ele parecia falar sério. — Quem sabe Cole e eu não batemos um papo?

— Sério? — franzi a testa.

— É, eu quero entender o que todo mundo vê de tão especial no padre.

— Ele é incrível... — suspirei desviando o olhar para o chão.

— Hum... — Dylan me olhou com estranheza. — Só incrível?

— É. — sorri sem mostrar os dentes. — Ele é um amigo incrível!

— Sei. — eu senti a desconfiança daquele olhar.

— Eu conheci uma velha amiga sua. — mudei de assunto. — Barbara Palvin.

— Oi? — pareceu surpreso. — A Barb? Aqui? Faz mais de dez anos que eu não a vejo!

— Pois é, ela me contratou para ser fotógrafa no aniversário da filha dela.

— Filha? Ela está casada?

— Bom, eu não vi nenhuma aliança no dedo dela. A filha dela vai fazer onze anos.

— Caramba, onze? Então ela deve ter engravidado assim que foi embora da cidade. Coitada, gravidez na adolescência. — fez uma careta. — Deve ter sido uma tortura, do jeito que os pais dela eram rigorosos.

— Vocês namoraram, não?

— É, foi uma coisa rápida, eu era um bobinho apaixonado, ela me fazia de gato e sapato. — suspirou. — Eu a amava muito e ela me quebrou.

— Que? Alguém já partiu o seu coração? Eu nem sabia que você tinha um! — zoei e ele jogou um amendoim em mim.

— Estou falando sério! — riu. — A gente se divertia pra caramba, apesar do pai dela não ir com a cara dos Sprouse. Questão de negócios, entende?

— O Cole não a conhece?

— Na época em que Barb e eu namoramos, ele estava num colégio interno católico, um lugar chato e recluso. — revirou os olhos.

— E como ela partiu o seu coração? — sorri animada.

— Parece que ficou bem feliz em saber que alguém já me ferrou antes. — ele fingiu estar ofendido.

— Dá até pra sentir o cheirinho de justiça.

— Ok, eu vou contar. Ela foi embora com os pais para outro estado sem nem me avisar. Terminou comigo pelas amigas que me deram o recado.

Caindo em Tentação ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora