Capítulo 10 : HARRY E O RANGOR

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No dia seguinte, Harry foi o primeiro a acordar. Ele ficou deitado por um momento observando a poeira girar em um raio de sol que havia passado por entre as cortinas de seu dossel e se alegrou ao pensar que finalmente era sábado. A primeira semana do semestre parecia ter se arrastado para sempre, como uma espécie de gigantesca aula de história de magia.

A julgar pelo silêncio sonolento que reinava no dormitório e pelo brilho do raio de sol que parecia recém-caído do céu, o amanhecer acabara de nascer. Ele abriu as cortinas da cama, levantou-se e começou a se vestir. Além do chilrear distante dos pássaros, apenas a respiração lenta e profunda dos outros grifinórios adormecidos podia ser ouvida. Ele abriu a bolsa sem fazer barulho, tirou uma pena e um pergaminho e desceu para a sala comunal. Foi sentar-se na velha poltrona macia de que gostava especialmente, junto à lareira onde o fogo já estava apagado, acomodou-se e desenrolou os pergaminhos enquanto olhava ao redor da sala.

Harry abriu o tinteiro e mergulhou a pena, segurando-a suspensa alguns centímetros acima da superfície lisa e amarelada do pergaminho. Ele estava pensando... Mas depois de cerca de um minuto, ele se viu olhando para a lareira vazia da lareira, sem ter a menor ideia do que poderia escrever. Teve que seguir em frente com o dever de casa, correndo o risco de sofrer novas detenções e ficar realmente preso no tempo, mas apesar de toda a sua boa vontade, não saiu nada, mesmo depois de reler o título da matéria proposto por Burbage que foi desconcertantemente fácil para ele.

Ele permaneceu imóvel por um momento, olhando para a lareira quando de repente ouviu uma voz fraca chamando-o de dentro do vestido. ele olhou para este perplexo, sentindo que um objeto vibrava em seu interior. Ele passou a mão pelo vestido por um momento antes de perceber que vinha de sua bolsa sem fundo. Ele começou a mergulhar a mão e foi então que puxou o espelho de Sirius. Ele ainda havia esquecido completamente, nunca tendo tido a oportunidade de usá-lo nesta vida como na antiga. Escusado será dizer que ele nunca teria usado a ferramenta no labirinto ou na casa de seus tios, para que não fosse considerada mágica e lhe causasse problemas. Ele ergueu o espelho até o rosto e rapidamente se viu diante de dois rostos familiares.

"Sírius?" ele disse, incerto.

"Olá Harry," seu padrinho sorriu. "Pensamos que você nos daria uma atualização mais cedo, especialmente quando descobrirmos quem é seu novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas."

Harry suspirou, colocando seu pergaminho e pena ao lado dele.

"Não tive um minuto para mim desde que voltei."

Ele então começou a contar aos dois amigos de seu pai sobre seu início de semana, que não fizeram comentários até que Harry mencionou a punição.

"Linhas? Isso é muito suave, especialmente vindo dele."

Harry fez uma careta, sem saber o que dizer. Ele havia prometido confiar mais neles, mas se falasse, eles poderiam contar a Dumbledore ou a outra pessoa e isso causaria problemas. Ele recuperou um rosto neutro.

"Estou cuidando das detenções, está tudo bem, e agora acabou."

"Se você diz, mas se ela persistir, converse principalmente com os outros professores. Tenho certeza que Minerva pode fazer alguma coisa."

Harry assentiu vagamente.

"Então, Ron? O treinamento correu bem-" Remus começou, quando foi interrompido por Harry ouvindo movimento nas escadas.

"Gente, eu ligo de volta mais tarde. E aparentemente, correu tudo bem, bom, ainda não pude comparecer." Ele fez um último aceno com a mão (esquerda) e desativou o espelho, escondendo-o no bolso.

DE RETOUR vol 5 -Harry Potter ( Tradução )✔Onde histórias criam vida. Descubra agora