Vai embora

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Pedro, ou melhor,  Rodolffo cedeu o seu lugar a Saul e voltou exclusivamente ao seu escritório.   Nestes últimos dias  fazia um esforço brutal para trabalhar no Centro de Autismo e no escritório à noite.

Sentiu um grande alívio por poder dormir a noite toda, mas Juliette estava a chegar e ainda havia a questão da falsa identidade.

Resolveu preparar um jantar e convidá-la.  O que estava para vir não ia ser fácil e ele estava ciente que ela não o ia perdoar.

Juliette chegou toda contente, atirando-se nos braços dele.  Selaram o encontro com um beijo mas  ela notou alguma tensão.

- Anda, vamos jantar.  Depois temos que conversar.

- Juliette nem ouviu a última parte.  Sentou-se à mesa e esperou que ele a servisse.

Contou como foi a viagem, do casamento da prima e dos lugares que conheceu.  Rodolffo apenas ouvia.

Depois de lavarem a loiça, Rodolffo segurou a mão de Juliette e levou-a até ao sofá.

- Ju precisamos conversar.

- Não quero conversar,  quero namorar.

- Ju, ouve.  Tenho uma coisa para te dizer.

- É questão de vida ou morte?

- Não.

- É bom, mau ou péssimo?

- Mau.

- Então não quero saber.  Hoje, nada vai estragar a minha noite contigo.
- Pode esperar para amanhã?

- Também pode, mas é urgente que te conte.

Juliette sentou-se no colo dele de frente, colocando as pernas lateralmente e iniciou uma série de beijos que começaram na testa e desceram até ao pescoço dele.

- Tive tantas saudades tuas.

- Eu também,  minha linda.

Ele retribuiu os beijos.  Segurando as coxas dela foi subindo as mãos à medida que lhe retirava o vestido.

De seguia segurou-a pelas coxas e levou-a para o quarto enquanto trocavam beijos.

Deitou-a na cama e retirou o soutien dando diversas mordidas nos seus seios.

A mão desceu até à calcinha acariciando-a por cima para depois afastar um pouco e introduzir dois dedos.

Juliette estava ofegante e gemia a cada movimento feito no seu clitóris.

Quando ele a penetrou,  ela gemeu alto e abraçou a cintura dele com as pernas.

Não tardou muito para que os dois atingissem o clímax.

Rodolffo ficou em silêncio e duas lágrimas caíram na sua face.  Juliette percebeu e não  entendeu.

- Estás a chorar porquê?  Não foi como querias?

- Foi melhor.  Estou feliz.  Amo-te muito.

- Durante estes 15 dias eu só pensei na nossa primeira vez.  No outro dia eu fuji do beijo porque sabia que ia terminar assim e não estava preparada.

- Quero muito passar o resto da vida contigo.

- É essa a minha vontade e por mais contrariedades que surjam, nunca duvides do meu amor por ti.  Amei-te desde a primeira hora.

Juliette estava com o rosto no peito dele e contornava com os dedos o seu abdómen.

- Estás mais magro.

- Tenho trabalhado demais.

- Não  quero que fiques doente.

Juliette ficou ali naquela noite.  Era já sol nascido quando eles acordaram.  Juliette sentou-se na cama e só então reparou numa mala a um canto.

- Quem cai viajar? perguntou.

- Ju, precisamos falar agora.  Ontem não me deixaste mas tem que ser.  Não quero adiar mais.

Vou falar e tu não vais interromper.

O que vou dizer não altera o que sinto por ti.  A minha admiração e o meu amor são superiores a isso.  Espero que tu entendas e me dês uma chance.

Primeiro,  o meu nome não é Pedro e nunca fui sem abrigo.

O meu  nome é Rodolffo Pestana e sou dono do grupo Pestana.

As lágrimas de Juliette começaram a cair abundantemente.   Rodolffo queria limpá-las mas ela não deixou.

- Termina, disse ela.

Ele contou o resto da trama tentando ser o mais minucioso possível.

Quando terminou, segurou as mãos dela e ela afastou-o sem dizer nada.

- Diz alguma coisa,  Ju!  Xinga, bate mas diz alguma coisa.

- Vai embora.

- Não faças isso Juliette.   Eu amo-te.

- Vaiii emboraaa!

- Vamos conversar.

-  VAIIIII EMBOOOOORA!!!!

Rodolffo pegou na sua mala e saiu. Juliette ficou deitada na sua cama lavada em lágrimas.

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