Aonde vais

69 9 7
                                    

Rodolffo acordou já passava das 11 horas.

- Pqp que dor de cabeça.

Levantou-se e foi tomar um duche.

Havia muito tempo que ele não saía à noite. 
Saiu de casa para resolver uns assuntos no escritório e por ter sido mais demorado do que previa, acabou convidando Leonor para jantar.

Já tinha tomado duas bebidas no escritório e estava animado.   A gravidez de Ju tinha-os afastado um pouco.
Já não tinham relações com a mesma frequência de antes e apesar de compreender sentia falta.

O jantar foi animado e Leonor que já se vinha insinuando fazia tempo, hoje estava mais oferecida.

Conversa vai, conversa vem, o tempo passou e quando ele percebeu já era bastante tarde.

Foi levar Leonor a casa e na despedida ela tentou beijá-lo e propositadamente deixou a marca de bâton no seu colarinho.

Rodolffo fugiu do beijo, mas o bâton denunciou-o.

Juliette colocava a roupa na máquina de lavar quando viu a marca de bâton na camisa.

Largou-a e foi terminar o almoço.

Rodolffo chegou à cozinha e abraçou-a por trás.

- Bom dia princesa.

- Só se for para ti.  E pelo visto a noite também.

- Que foi Ju?  Trabalhei até tarde.

- 2 horas da madrugada?  E trabalhaste em quê? Prova de vinhos talvez, ou outra coisa melhor?

- Quanta ironia!  Trabalhámos até tarde e depois fui levar a Leonor a casa.

- Julguei que já tínhamos passado a fase da mentira.  Agora ela vem acompanhada de traição.

- Além de irónica também estás a fazer suposições.  Não aconteceu nada.  Eu respeito-te.

- Respeitas tanto que não tiveste um telefonema a avisar que não vinhas jantar e ias chegar tarde.

- Isso realmente foi uma falha, mas só isso.

- Só? - Juliette foi buscar a camisa e o cartão do restaurante.
Isto é o quê?

- Posso explicar.

- Não percas o teu tempo, afinal estiveste a trabalhar até tarde! Que mais explicações pode haver.

Juliette pegou na sua bolsa, nas chaves do carro e dirigiu-se para a porta.

- Aonde vais?  Vamos conversar.

- Não quero conversar.  Vou sair, apanhar ar e possivelmente vou para casa do meu pai.

Rodolffo decidiu dar-lhe tempo para que ela esfriasse a cabeça.  Apesar de não ter feito nada sentiu-se mal com a situação.

Já passava das 18 horas e Juliette não regressou.  Ligou para ela e a chamada foi recusada.

Ligou para o pai dela e ali também não estava.

Duas horas depois voltou a ligar.  Ninguém sabia dela.

Deixou uma mensagem para que ela pelo menos dissesse se estava bem.

"Estamos todos preocupados.  Liguei ao teu pai e também não sabe de ti.  Por favor diz que estás bem"

Pouco tempo depois ela respondeu.

"Estou bem.  Só não quero ver ninguém"

Juliette depois de caminhar um pouco decidiu hospedar-se num dos hotéis da cidade e que pertencia ao marido.  Ao fazer o check in pediu para não avisarem ninguém da sua permanência ali.
Os funcionários da recepção jamais iriam contrariar as ordens da esposa do patrão.

Já no quarto ligou para o pai para que este não se preocupasse.

- Estou bem,  pai.  Só preciso estar sózinha um tempo.  Estou no hotel, mas só tu sabes.  Por favor nada de  dizeres ao Rodolffo.

- Desta vez não vou interferir nos vossos assuntos.  Fugir nunca foi solução e tu sabes disso.  Se precisares de mim, estou aqui sempre.

- Obrigada,  pai.  Só preciso pensar um pouco.

Neste intervalo, Rodolffo já havia deixado imensas mensagens.

"Por favor, Deixa-me explicar.  Não aconteceu nada.  Eu juro pelo nosso filho"

"Atende o telefone.  Quero ouvir a tua voz e saber que estás bem.  Estou angustiado com falta de noticias "

Naquele momento Juliette pensou na saúde dele.  A falta de notícias poderia provocar novamente uma subida da pressão.   Decidiu ligar.

- Eu estou bem.  Fica tranquilo.  Só preciso ficar sózinha um pouco.

- Ju, eu juro que não aconteceu nada.
Ela até tentou beijar-me mas eu afastei-a.  Acredita em mim, por favor.  Diz-me onde estás que eu vou ter contigo.

- Não quero.  Não hoje.  Amanhã quando acordar pode ser que eu queira, mas hoje não.

- Já comeste?  Saíste daqui sem almoçar.

- Pedi o jantar.  Vou comer aqui no quarto.  Adeus.

- Fica bem e não te esqueças.  Tu és o amor da minha vida.

Não piseOnde histórias criam vida. Descubra agora