A cerimónia

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Hoje vou realizar um sonho.   Nem sempre foi um sonho, mas desde que encontrei Rodolffo sempre foi meu sonho.  Embora por vezes tenha afirmado que não era importante, a verdade é que toda a mulher sonha um dia poder desfrutar dessa alegria.

Miguel completa um ano e como nós não somos pessoas de esbanjar dinheiro com eventos destes, decidimos fazer o 3 em 1.
Casamento, baptizado e aniversário.

Fizemos os cálculos do que gastaríamos se fosse três festas distintas e vamos doar ao Centro de Autismo aquilo que pouparmos.

A recepção aconteceria no salão de um dos hotéis e por isso a família já se encontrava toda ali hospedada.

Juliette passou boa parte da manhã e tarde sob os cuidados de massagista, manicura e cabeleireiro.  O Miguel esteve sempre com ela.

Rodolffo tratou de cabelo pela manhã e supervisionava toda a estrutura montada no salão.

A cerimónia religiosa decorrerá na pequena capela não muito longe do local.

Às 17 horas Rodolffo saiu do hotel em direcção à capelinha.  Meia hora depois Juliette estava pronta a sair também

Um dos carros de luxo de Rodolffo esperava por ela na porta do hotel.

Juliette escolheu um vestido simples sem muitos adornos.  A cerimónia não era o início de uma via a dois, era apenas a confirmação do grande amor que os uniu.

Miguel tinha vestido um terno branco.  Parecia um homenzinho em miniatura.

Rodolffo estava de terno cinza e camisa branca.  Conversava com os amigos na escadaria da capela quando foi avisado da chegada de Juliette.  Ele e todos os convidados tomaram posição no interior da capela decorada com vários arranjos de flores brancas.

Juliette chegou ao cimo das escadas e assim que a porta abriu para ela entrar com o seu pai, ouviu uma canção de que  gostava muito mas desta vez era o seu futuro marido a cantar.

Não teve como não chorar.  Primeiro porque a canção tinha um significado enorme para ela e depois porque desconhecia os dotes de cantor de Rodolffo.

Fez o percurso até ao altar banhada em lágrimas e empurrando o carrinho de Miguel.  Algumas das convidadas também não se conviveram.

Rodolffo recebeu-a com um beijo na testa e secou-lhe as lágrimas com os dedos.  Por fim baixou-se e deu um beijo em Miguel que dormia pleno, alheio a tudo.

O padre , amigo  do pai da Ju, fez uma cerimónia bonita, mas não deixou de cutucar os noivos por eles terem trocado a ordem natural das coisas. 
Segundo ele deveria ser, namoro, casamento, vida a dois e filhos, mas eles misturaram tudo no saco e a sequência saiu errada.

- Sejam felizes, nas vossas escolhas, disse ele.

O Miguel foi baptizado e o danadinho só acordou quando sentiu a àgua na cabeça.  Acordou e logo começou um berreiro pois eram horas de mamar.

Juliette tentou acalmá-lo com a chupeta até terminar a cerimónia e poder retirar-se para o carro onde pode satisfazer o pedido da criança.

Depois de alimentado voltou para algumas fotos com os convidados.

Já no salão de hotel Rodolffo e Juliette gostaram muito da decoração e também do bolo que tinha sido confeccionado na pastelaria do hotel.

Já no salão de hotel Rodolffo e Juliette gostaram muito da decoração e também do bolo que tinha sido confeccionado na pastelaria do hotel

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A festa decorreu até altas horas.  Comeram, beberam e dançaram muito.

Juliette e Rodolffo iam viajar no dia seguinte por volta das 14 horas.

Era perto da meia noite, primeiro cantaram parabéns ao Miguel e depois de cortarem o bolo e brindarem com toda a gente, Juliette acertou com a mãe alguns pormenores  e juntamente com Rodolffo e Miguel sairam de fininho em direcção à suite principal do hotel.

Juliette deu um banho em Miguel que depois de alimentado imediatamente pegou no sono.

- Vem amor, vamos tomar o nosso primeiro banho de casados, disse ela a Rodolffo.

- De banheira amor.  Quero de banheira, sem pressas e muito chamego.

- Como quiseres.  Hoje podemos tudo. 
Rodolffo,  gostaste da festa? Era como sonhavas.

- Eu nunca sonhei com festa.  Eu sempre sonhei com um grande amor  e isso eu tenho há muito tempo.  E tu?

- Eu adorei, mas não altera em nada o que já tínhamos.
Altera um pouco, não sei.  Marca um dia especial para nós e nossos filhos, disse Juliette colocando a mão dele sobre a barriga dela.

Rodolffo olhou para ela com os olhos  brilhantes e já querendo chorar.

- Tens a certeza?

- Tenho.  Fiz exame de sangue.  Quem sabe agora vem a nossa menina.

- Venha o que vier eu vou amar do mesmo jeito.  Obrigado meu amor por me fazeres feliz.

- Tu também me fazes feliz.

Rodolffo abraçou Juliette.  Estavam sentados na cama seminús e prestes a entrar na banheira que deixaram a encher.
Rodolffo beijava intensamente Juliette quando foram alertados pelo  som de àgua.  Não era qualquer àgua.  A banheira estava cheia e já transbordava começando a alagar o banheiro.

Os dois correram a tempo do desastre ser maior.  Retiraram o resto da roupa, vazaram um pouco a banheira e terminaram de assinar o contrato que começaram a redigir na cama.

Fim

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