Becky
Ao chegar da caminhada que tive com Freen, me senti diferente, mas de um jeito bom. E nem acredito que dei um beijo nela! Eu sei que foi na bochecha, mas mesmo assim.
Antes de subir para meu quarto, escapei de ter uma conversinha com meu pai por causa do estado em que me viu depois de fechar a porta. Eu estava quase deslizando pela porta como uma manteiga derretida.
Subi rapidamente para o meu quarto e me arrependi de ter entrado e fechado a porta com os olhos fechados, pois tinha uma Irin sentada sobre a minha cama, me fazendo levar um assusto.
— AH! – Levei a mão ao coração. — Sua doída! Quer me matar do coração – Pergunto a fitando.
— Não. – Respondeu sorrindo, mas do que ela estava sorrindo?
— Como entrou aqui?
— Tio Richard pediu que me deixassem entrar.
— Tinha que ser meu pai. – Soltei um suspiro.
— O que você e Freen estavam fazendo juntas? – Arqueou uma sombrancelha e me fitou com um sorrisinho sapeca.
Essa garota tá sempre me vigiando.
— Sempre me vigiando, né? – Resmunguei baixinho. — Eu preciso de um banho e me arrumar para não nos atrasarmos.
Peguei uma toalha e fui para o banheiro. Durante o banho fiquei pensando em algumas coisas que começaram a me deixar confusa. Uma delas era: eu estou apaixonada por Freen? Ela está apaixonada por mim?
Mas não quero me preocupar com isso agora.Sai do banho e Irin não estava no quarto, provavelmente está tomando café da manhã com meus pais.
Sequei todo meu corpo, vesti o uniforme e penteei meu cabelo. Peguei minhas coisas e desci para o andar de baixo.
Assim que cheguei na cozinha, avistei Irin atacando a torta de baunilha.— Sabia que você tava aqui devorando alguma coisa. – Falei rindo.
— Não vou falar nada para não me arrepender depois. – Disse tampando a boca, pois ainda estava mastigando um pedaço de torta.
— Filha, o John disse que talvez demore para chegar, quer que eu leve vocês ou prefere que o motorista reserva as levem para o colégio? – Perguntou papai.
— Prefiro que o motorista reserva nos leve, sei que hoje você tem uma reunião – Disse pegando uma fatia de torta.
— Ok, vou avisá-lo para ficar à sua disposição. – Disse, levantando-se. — Vou aproveitar e já vou para a empresa. Não quero me atrasar por causa do trânsito.
— Tchau, pai. – Lhe dei um abraço.
— Tchau, princesinha, tenha um bom dia na escola. – Beijou o topo da minha cabeça. — Tchau, querida. – Deu um selinho em mamãe. — Tchau, Irin. – despediu-se de todas nós e foi embora.
Depois que terminamos de tomar o café da manhã, nos despedimos da minha mãe e fomos para a entrada de casa, onde o motorista estava nos esperando dentro do carro.
Irin quase me matou para que eu contasse o que aconteceu hoje mais cedo com Freen, na caminhada que tivemos. E quase surtou quando contei tudo e, segundo ela, "são sinais" de que ela MUITO provavelmente está gostando de mim, palavras de Irin.
Ao chegarmos no colégio, tudo ocorreu como sempre, pessoas me olhando, alguns me passando cantadas e outras querendo meu número, mas apenas ignorei, guardei algumas coisas no armário e fui para a sala. Sentei no lugar de sempre e peguei o celular para mexer um pouquinho já que Irin teve que ir na coordenação resolver alguma coisa sobre a matrícula.
Minutos depois, Freen entra na sala junto com seus amigos. Ela caminha até meu lado e se senta em seu lugar. Nos cumprimentamos e iniciamos uma conversa até o professor chegar.
Quando tocou o sinal para o intervalo, todos se levantaram meio apressados. Eu e Irin fomos para um canto do pátio onde tem vários bancos, mas quase ninguém fica lá. Estava rindo das palhaçadas que minha melhor amiga contava, até ver Freen se aproximar.
— Becky. – Olhou diretamente em meus olhos.
— Sim?
— Hm... é, eu queria saber se vocês querem sentar com a gente. – Eisse direcionando seu olhar para seus amigos que estavam parados nos olhando.
— Eu vou. – Irin se pronunciou.
Eu hesitei por um momento, mas aceitei. Ela estendeu a mão para mim, e eu não protestei para pegá-la. Seguimos de mãos dadas até um lugar que nunca havia visto naquele colégio. O toque de sua mão é firme e aconchegante e estranhamente, me fazia sentir segura?
— Oi, Becky! – Seus amigos me cumprimentaram.
— Oi. – Dei um sorrisinho.
Assim que chegamos no local, Freen retirou um de seus casacos e o estendeu sobre o chão e me chamou para sentar ao seu lado, o que eu nem pensei em negar.
Durante aqueles minutos de intervalo, ela buscou algumas coisas para lancharmos, conversamos um pouco sobre nós. E nesse conversa mencionou que seus pais são donos de hospitais e restaurantes, que tem descendência tailandesa mas é filha adotiva de seus pais. Bom, fomos nos conhecemos aos pouquinhos, ainda não sabemos de tudo uma da outra, mas para mim está tudo bem.
Durante as aulas após o intervalo, foi inevitável não trocar olhares com Freen. É inevitável não olhar para aquele mar de chocolate ao leite que são seus olhos.
O tempo passou e começou a chover um pouco forte. Na hora de ir embora, a chuva ficou muito intensa e recebi uma mensagem da mamãe dizendo que John não poderia prestar seus serviços, pois está doente. Papai ainda está trabalhando, então pensei em pedir para o motorista reserva vir me buscar, mas lembrei que ele só trabalha até uma da tarde.
Logo fui tirada de meus pensamentos quando vi um carro preto de vidros fumê se aproximando de mim e logo o vidro do lado do motorista se abriu, revelando que estava lá, e era ela.
— Becky? Tá tudo bem? Por que parece triste.
— Eu tô bem, é só que meu motorista passou mal e não pode vir me buscar, e também tá chovendo muito. – Ddisse meio triste.
Ela pegou seu guarda chuva, saiu do carro e veio até mim.
— Vem, eu te levo pra casa. – Se aproximou mais.
— Não precisa, eu chamo um táxi, e também não quero incomodar. – Digo com um sorriso meio sem graça.
Ela insistiu mais um pouco e acabei aceitando a carona. O trajeto até que estava bom, o silêncio no carro não era perturbador, ou seja, estava ótimo.
Quando estacionou o carro, quando fui retirar o cinto, vi que Freen iria fazer isso quando nossos rostos ficaram bem pertos. Tão pertos que acho que se ela não se afastar, eu seria capaz de beija-la.Algum tempo já tinha se passado, e nenhuma de nós desfez o contato, por isso talvez eu não tivesse controle sobre mim e a beijaria, mas não, ela me pegou de surpresa ao me beijar. No início não correspondi por ser pega de surpresa, mas alguns segundos depois o correspondi. Os lábios dela se encaixam perfeitamente nos meus, eles são macios e gostosos. Encerramos o beijo com alguns selinhos e nos encaramos.
— Desculpe, não resisti. – Disse meio sem graça.
— Tudo bem. Acho que se passasse mais um segundo também não iria resistir.
— Isso não vai deixar nada estranho entre nós não né? – Ela parecia meio insegura com isso.
— Não vai. – A tranquilizei.
— Que bom. – Soltou um suspiro de alivio.
Trocamos mais algumas palavras, mas antes de entrar, a dei um selinho. Se continuar assim, não vou mais parar de beijar aquela boca.
Assim que entro em casa, comprimento papai e subo rapidamente para meu quarto e ligo para Nop e Irin.☯︎☮︎☯︎☮︎☯︎☮︎☯︎☮︎☯︎
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My Girl
Fanfiction⚠️ NÃO É G!P ⚠️ "Se nos dissessem que uma simples troca de olhares poderia mudar nossas vidas, não acreditariamos, mas aconteceu." História autoral!