CAPÍTULO 16

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Freen

Quando acordei, vi que Becky não estava mais no quarto, mas encontrei um bilhetinho na mesa de cabeceira ao meu lado, quando fui ler, era um bilhete da Becky.

" Bom dia!

Desculpe ter ido sem avisar, meu pai ligou dizendo que minha mãe passou mal e tive que ir. E como você parecia precisar descansar mais, decidi não te acordar.
Me liga depois.

Te amo ♡︎"

Sorri ao ler o bilhete dela, sentindo-me grata por ter alguém tão carinhosa e atenciosa ao meu lado. Levantei-me da cama e me preparei para enfrentar o dia, sabendo que teria que lidar com muitas coisas.

Desci até a cozinha onde encontrei meus pais tomando café da manhã.

- Bom dia.

- Bom dia. - Meus pais me cumprimentaram com sorrisos gentis enquanto eu me juntava a eles à mesa.

- Será que a gente pode conversar?

- Claro, querida.

Respirei fundo antes de começar a falar.

- Ontem à tarde, quando eu e Becky estamos indo pro meu carro depois das aulas, algo estranho aconteceu. Encontramos um bilhete ameaçador no para-brisa do carro. O bilhete estava endereçado a mim, mas com um nome que eu não uso mais: Samara.

Meus pais trocaram um olhar preocupado, e eu sabia que eles estavam tentando entender a gravidade da situação.

- Samara... - Meu pai murmurou, sua expressão tensa.

- Filha, você não falou desse nome conosco. Por que alguém chamaria você assim? - Minha mãe perguntou, sua voz cheia de preocupação.

Respirei fundo antes de explicar a verdade sobre meu passado, sobre minha família biológica e o trauma que eu vivi naquela noite terrível em Chicago

- Samara era o meu nome antes de ser adotada por vocês. Eu morava em Chicago com meus pais biológicos, meus avós e meus irmãos. Mas uma tragédia terrível aconteceu na noite em que eu completava doze anos... - Minhas palavras vacilaram enquanto eu lutava para conter as lágrimas, novamente.

- Ei, filha, estamos aqui para você. Você pode nos contar tudo.

Meu pai colocou uma mão reconfortante sobre a minha, enquanto minha mãe me olhava com preocupação e compaixão.

- Alex... meu irmão mais velho... ele... ele... - As palavras travaram em minha garganta.

- Ele... o que aconteceu com seu irmão, querida? - Minha mãe perguntou com ternura, encorajando-me a continuar.

- Ele tinha problemas com drogas e álcool. Naquela noite, Alex estava fora de controle. Ele começou a brigar com nossos pais e avós, acusando-os de não se importarem com ele, de não darem atenção suficiente... E então ele tirou uma arma da cintura... - Contei tudo o que tinha acontecido no meu passado, e eles ficaram horrorizados com as atrocidades que meu irmão cometeu.

- Meu Deus... Não consigo nem imaginar o que você passou naquela noite horrível.

- Foi um pesadelo que nunca pensei que acabaria. Mas o pior ainda estava por vir. Depois que a polícia chegou e Alex fugiu, ele jurou me encontrar e terminar o que começou. E agora, com esse bilhete, parece que ele está cumprindo sua promessa.

- Precisamos contatar as autoridades imediatamente. Alex é perigoso, e você não pode enfrentá-lo, Freen. - Meu pai disse com urgência, sua voz firme.

- Eu sei, pai. Mas eu também tenho medo das consequências que isso pode trazer para vocês, pros meus amigos e para Becky... - Minha voz falhou ao pensar nas pessoas que eu mais amava sendo arrastadas para esse pesadelo.

- Querida, precisamos lidar com essa situação da maneira mais segura possível. Não podemos ignorar a ameaça que seu irmão representa. E quanto aos outros, vamos mantê-los protegidos. Mas a sua segurança é a nossa prioridade número um.

Eu sabia que ela estava certa, mas ainda assim, era inevitável não sentir medo e incerteza.

- Eu sei... Eu só não quero que ninguém saia machucado por minha causa.

Trocamos um olhar preocupado antes de meu pai tomar a palavra novamente.

- Vamos entrar em contato com as autoridades e explicar a situação. Eles têm recursos e experiência para lidar com esse tipo de ameaça. Enquanto isso, vamos tomar medidas para reforçar a segurança aqui em casa e manter um olho atento em nossos arredores.

- Obrigada, pai, mãe. Eu não sei o que faria sem vocês.

Eles me envolveram em um abraço reconfortante, e eu me permiti relaxar por um momento.

- Estamos aqui para você, querida. Sempre estaremos. Agora, vamos resolver essa situação juntos.

Enquanto meus pais começavam a tomar as medidas necessárias para garantir nossa segurança, decidi ligar para Becky. Após discar o número dela, esperei ansiosamente que ela atendesse.

'Oi, babe.'

'Oi, bb. Tá melhor?'

'Sim, acabei de conversar com meus pais.'

'Hmm... Que bom saber. Eu estava preocupada.

'E sua mãe, como ela está?'

'Ela está melhor. O médico disse que foi apenas uma queda de pressão.'

'Ufa, que bom. Se precisar de algo, me avisa, tá?'

'Claro, pode deixar. E quanto a você, como está lidando com tudo isso?'

Suspirei antes de responder, sentindo o peso da situação sobre meus ombros.

'Estou tentando lidar da melhor maneira possível. Contei tudo para meus pais , e eles estão tomando medidas para garantir nossa segurança. Mas ainda estou com medo, Becky. Medo pelo que pode acontecer, medo por você, pelos meus amigos... por todos.'

'Ei, vai ficar tudo bem. Você não tá sozinha nessa, seus pais, nossos amigos e eu estamos ao seu lado

'Você tem razão. Preciso que você tome cuidado também, Becky. Alex é perigoso, e não sabemos do que ele é capaz.'

'Eu sei. Estarei atenta e tomando todas as precauções. Já conversei com meus pais sobre a situação, para que eles também estejam cientes e possam ajudar a garantir nossa segurança.

'Ótimo, fico mais tranquila sabendo que todos estão cientes e tomando precauções. Não quero que nada aconteça a ninguém.'

Depois de mais alguns minutos de conversa reconfortante, desliguei o telefone, sentindo-me um pouco mais aliviada ao saber que Becky estava tomando precauções e contando com o apoio de seus pais.

Depois de quase meia hora alguns membros das autoridades locais vieram. Contei tudo para eles, fiz um retrato falado de Alex, na verdade do que me lembrava sobre ele. Pedi que garantisse a segurança dos mais próximos também. Os policiais ouviram atentamente minhas preocupações e prometeram tomar todas as medidas necessárias. Eles me tranquilizaram, dizendo que estariam investigando o caso e fazendo tudo ao seu alcance para localizar e prender Alex antes que ele pudesse nos machucar.

Depois da conversa me senti mais tranquila.

Depois que eles foram em bora, subi para meu quarto e fui direto para o banheiro tomar um banho quente. A água percorria por cada extensão de meu corpo, relaxando cada músculo diminuindo um pouco da tensão e das preocupações. Após o banho me sequei e vesti uma roupa confortável. Sentia tanto cansaço que apenas mandei uma mensagem para Becky e caí no sono.





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